A Garota Boa do Diabo - Capítulo 132

132: Fará qualquer coisa por ela 132: Fará qualquer coisa por ela Fil tinha que admitir que o Marcus era cheio de surpresas. Não só ele a desconcertou sem querer com sua abordagem diferente, mas ele estava genuinamente atento a cada pequeno detalhe. Fil pensava que Marcus não passava de um covarde que não conseguia superar o Vincent. 
Mas parecia que até isso era intencional. 
Marcus e Fil viajaram até onde o Kenzo estava hospedado, engajando-se em qualquer tópico sobre o qual pudessem conversar. Quanto mais conversavam, mais natural se tornava o diálogo. Surpreendentemente, Marcus ainda mantinha uma postura brincalhona, mas respeitosa. Ele não tocava em nenhum assunto que pudesse causar constrangimento entre eles. Antes que percebessem, já haviam chegado à casa do irmão do Kenzo.

Sentado no sofá, Kenzo movia os olhos entre as duas pessoas sentadas à sua frente. 
‘Eles realmente vieram juntos’, ele pensou, ficando sem palavras mesmo depois dela ter avisado. ‘E agora, isso está estranho.’
“Fil me disse que você odeia flores, mas eu já tinha comprado uma antes dela,” Marcus quebrou o silêncio crescente na sala. “Na próxima vez, vou perguntar a ela o que você quer antes de comprar qualquer coisa.”

Kenzo lançou um olhar para a cesta de flores na mesa de centro antes de levantar os olhos para o Marcus. Este último sorria gentilmente, o que contrastava fortemente com sua atitude na noite anterior. 
‘Espero que ela não esteja caindo nessa’, ele suspirou mentalmente, sabendo que Fil tinha esse lado crédulo. 
Kenzo sorveu o canudo e mastigou preguiçosamente os pedaços de tapioca na sua bebida. “Isso está estranho”, ele apontou. “Então, vamos só ficar nos olhando?”

“O que você quer dizer com ficar nos olhando?” Fil comentou enquanto pegava os papéis sobre a mesa entre eles. “Você tem que tomar seu remédio em meia hora. Já comeu?”

“Eu… tomei café.”

“E já é tarde,” ela respondeu casualmente.

Kenzo pigarreou, lançando um olhar instintivo para Marcus. Ele não deveria perguntar por que estavam juntos, mas se não fizesse isso, só pareceria suspeito. “Por que vocês estão juntos?”

“Eu pedi para o Marcus me acompanhar.” Fil deu de ombros, mantendo seu foco na receita e instruções de alta. “Eu poderia precisar de ajuda já que você é um homem teimoso e crescido. E se você caísse de repente? Como eu poderia te carregar sozinha?”

“Eu não estou falando com você, Fil,” ele esclareceu enquanto fixava os olhos em Marcus. “Por que você está com ela?”

“Ela acabou de te dizer.” Marcus manteve um sorriso largo. “Ela me pediu ajuda, e aqui estou eu.”

“E por que você?”

Marcus deu de ombros. “Fil e eu somos amigos.”

“E nós não somos.”

“Podemos ser.”

“Nós já temos amigos em comum que ela poderia ter pedido ajuda. Eu não quero ser seu amigo.”

Fil movia os olhos entre os dois, franzindo os lábios numa linha fina. Depois de observar Kenzo, um sorriso sutil surgia em seu rosto. Kenzo já tinha uma ideia do estranho plano dela, mas ele estava agindo exatamente como deveria.

“Ken,” ela interveio com uma leve expressão de contrariedade. “Seja legal, pô! O Marcus não está aqui pra te morder. Você acha que eu não pedi a outros para me ajudar? É domingo, então espera que muitos dos nossos amigos estão passando tempo com suas famílias.”

Um suspiro profundo escapou de seus lábios, mudando seu olhar para Marcus. “Desculpe por isso. Ele está um pouco mal-humorado desde o incidente, mas ele é uma boa pessoa.”

“Haha. Eu sei.” Marcus riu, olhando para Kenzo de modo brincalhão. “Eu sei que ele é. Não se preocupe. Estou bem.”

“Tss.” Kenzo sibilou, revirando os olhos irritadamente. 
“Kenzo,” Fil advertiu mais uma vez como costumava fazer. Quando o silêncio se seguiu, ela movia os olhos entre eles até que seu olhar se fixou em Kenzo novamente. “Posso deixar vocês dois sozinhos por um instante?”

“Por que está me perguntando?”

“Porque eu não quero que você jogue seu lixo nele.” Sua resposta foi rápida antes de se virar para Marcus. “Vou preparar a comida dele. Ele precisa comer antes de tomar o remédio. Pode fazer companhia para ele por um instante?”

“Claro.” Marcus assentiu, ganhando um sorriso grato dela. “Leve o tempo que precisar. Não se preocupe com ele e eu.”

Relutância brilhou nos olhos dela, mas ela ainda assentiu em concordância. Quando ela se virou para Kenzo, ele arqueou a sobrancelha porque ela estava lançando-lhe olhares fulminantes. 
“Comporte-se,” ela avisou antes de sair para preparar alguma comida que ele não precisava. 
Marcus manteve um sorriso, seguindo-a com o olhar. Quando ela saiu de vista, ele lentamente fixou os olhos em Kenzo. A expressão impassível de Kenzo morreu ainda mais, seus olhos estavam frios e implacáveis.

“É por isso que você quer que eu me cale?” Kenzo trouxe à tona, seu tom carregado de nada além de frieza. “Você não quer que ela saiba?”

“Fil e eu estamos apenas começando a ser bons amigos.” Marcus explicou. “Não quero causar uma má impressão.”

“Haha.” Kenzo não pôde evitar de rir. “Você é ridículo.”

“Sou?”

“O Vincent sabe que você tem se esgueirado pelas costas dele para encontrar a… ex dele?”

“Ele precisa saber?”

Kenzo estreitou os olhos ligeiramente. “Você gosta dela?” ele zombou incrédulo. “Você não está aqui para brincar, mas você está aqui porque… você quer estar com ela?”

“Hmm. Sim.” Marcus assentiu sem hesitar um segundo. “Eu gosto dela.”

“Você não está falando sério,” Kenzo riu fracamente, estudando o olhar arrogante em Marcus. “Você não gosta dela. Pelo menos, não desse jeito.”

“Quem sabe?”

“Marcus Arkwright, você deveria deixá-la em paz,” Kenzo advertiu. “A Fil é melhor sem você ou o Vincent na vida dela.”

“E se eu não quiser?” Marcus inclinou a cabeça para o lado, se inclinando para frente enquanto apoiava os braços nas pernas. “O que você vai fazer a respeito?”

Kenzo passou a língua pela bochecha interna, observando o outro homem. Ele lançou um olhar na direção onde Fil saiu, soltando uma risada curta enquanto encontrava os olhos de Marcus novamente. 
“Você vai saber,” ele deu de ombros. “E não vai gostar.”

“Isso é fofo,” Marcus riu, baixando a cabeça. Quando ele olhou para cima, um sorriso sarcástico dominava seu rosto. “Mais cedo hoje, ela me perguntou se eu estava com ciúmes da sua amizade com ela. Minha resposta é não, e estou falando sério. Eu não estou com ciúmes. ”
“Não tem motivo para ciúmes.”

“Tem, na verdade. Ela usa o dia dela, que ela poderia ter passado descansando, mas aqui está ela, te dando uma babá,” Marcus argumentou de forma calma e silenciosa. “Ela sabe o que você quer e você conhece ela muito bem. Qualquer homem acharia isso perturbador. O fato de que é óbvio que você gosta dela não ajuda. Mas sabe por que eu não sinto ciúmes? ”
Ele fez uma pausa, os olhos brilhando. “Porque eu sei que você gosta dela mais do que eu e valoriza muito sua amizade com ela. Isso também significa que eu posso fazer você fazer qualquer coisa, desde que envolva ela.”

Seu sorriso se alargou enquanto o rosto de Kenzo escurecia. O que Marcus não sabia, era que a poucos passos do pequeno corredor para a cozinha, Fil estava encostada na parede. 
‘Marcus…’ ela sussurrou mentalmente, olhos brilhando malevolamente. ‘Então é isso que eu estava perdendo, hein?’
Ele não era apenas um lixo em uma lixeira cara, mas era uma peça calculista e traiçoeira de parasita.