A Garota Boa do Diabo - Capítulo 129
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129: Sua comida pode me fazer mudar de ideia. 129: Sua comida pode me fazer mudar de ideia. Fil olhou-se no espelho da penteadeira, acenando encorajadora para si mesma. Em vez de se repreender pelo que chamava de erro, pegou o celular e ligou para Kenzo.
A ligação conectou imediatamente após três toques.
“Alô?” A voz de Kenzo estava um pouco rouca, como se ele acabasse de acordar. “Fil, tá cedo demais. Não me diga que você já tá aqui?”
“Eu vou com um amigo.” Fil não rodeou mais. “Tudo bem pra você?”
“Elise?” as sobrancelhas dele se franziram ainda mais quando ela respondeu ‘não’. Então, ele tentou de novo. “Oliver?”
“Não.”
Kenzo abriu lentamente os olhos semicerrados enquanto fazia outro palpite. “Não me diga que é a Liv?”
“Marcus.”
O silêncio tomou conta da linha imediatamente após a resposta de Fil. Ela apertou os lábios numa linha fina, imaginando que tipo de bronca receberia dele. Para sua surpresa, Kenzo só tinha uma pergunta.
“Você e o Marcus… estão saindo?”
O tom de incredulidade na voz dele era evidente. Não a surpreendeu, porque se estivesse no lugar dele, também acharia estranho.
“Ele me chamou para sair ontem,” ela confessou. “Estou solteira.”
“Você e o Vincent terminaram, mas isso não significa que a amizade deles também acabou.”
“Kenzo.”
“Filomena Lovin, o que você tá fazendo?” Kenzo enfatizou. “Primeiro, você me disse — não me diga que por o Vincent estar te traindo com sua melhor amiga, você vai fazer o mesmo?”
“Isso é ruim?” Fil mordeu o interior do lábio inferior. “Kenzo, eu… eu deveria pedir desculpas, mas não vou pedir desculpas por ter aceitado sair com o Marcus. Apesar de me sentir mal de ter convidado ele de brincadeira para ir comigo te ver.”
“Fil, você é a única que sabe quem fez isso comigo.”
“Eu sei. É por isso que estou te contando isso.”
“Meu Deus, Fil.” Kenzo bagunçou o cabelo em aflição, mas então percebeu porque Marcus foi vê-lo na noite passada.
‘É isso?’ ele se perguntou, arqueando uma sobrancelha enquanto olhava para o celular. ‘Ele não quer que Fil saiba, mas ela já…’
“Vou só dizer pra ele que você tem outros planos,” Fil suspirou. “Ele não se importa, contanto que eu saia com ele.”
“Você está tentando me fazer sentir mal?”
“Não?”
“Fil.” Kenzo bufou, agora completamente sóbrio e pronto para o dia. “Deixa eu te fazer uma pergunta.”
Fil não respondeu, mas levantou as sobrancelhas, esperando sua pergunta.
“O Marcus pode estar te usando,” ele disse. “Você tá ciente disso?”
“Eu sei.”
Mais um silêncio momentâneo se seguiu.
“Tudo bem,” Kenzo cedeu. “Leve ele com você.”
“Você tá de boa com isso?”
“Sim, com uma condição.”
“Uma condição?”
“Você tem que me dar a certeza de que não tá sendo burra.”
Fil não conseguiu responder rápido, sabendo o que Kenzo realmente quis dizer com isso. Ele queria saber o que ela estava pensando ou quais eram seus planos. Ela não quis revelar, sabendo que não queria que Kenzo se envolvesse mais do que já estava.
Kenzo acabou naquele estado porque ele estava preocupado com ela e com Elise. Mesmo assim, ele ainda foi à festa do Marcus, apesar de saber que eles não deveriam se cruzar naquele momento.
“O Marcus gosta de mim, Ken,” ela murmurou, já imaginando o olhar julgador vindo dele. “E eu não.”
“Espero que continue assim, porque você pode se machucar,” ele alertou. “Você não conhece o Marcus, Fil. Se você acha que ele é só um babaca, você tá enganada. Não esquece, ele é o garoto de ouro da Família Arkwright. Aquela família vale bilhões, Fil. Não brinca com ele.”
“Não estou de brincadeira.”
“Céus. Você tá me dando dor de cabeça!” Kenzo beliscou a ponte do nariz. “Se você vai vir, ótimo. Vou estar em casa e meu irmão não está aqui.”
“Você tá certo que pode vê-lo?”
‘Eu já encontrei com ele ontem à noite,’ era o que ele queria dizer a ela, mas se conteve. “Sim. Parece que se eu não ver, você terá que sair com ele. Você não parece muito animada com isso e eu não confio nele.”
Fil apertou os lábios e sorriu sutilmente. “Ken,” ela chamou, só para ouvir um resmungo desinteressado dele. “Obrigada.”
“Se você está mesmo grata, então para de ser tão descuidada.” Ele deu uma respirada. “Enfim, se você vem, compra um bobba pra mim no caminho. Preciso esquecer um mundo cheio de ressentimento por um momento.”
“Claro.” Fil riu. “O de sempre?”
“Sim.”
“Tudo bem. Tem mais alguma coisa que você quer?”
“É só isso.”
“Beleza!” Os lábios dela se alargaram ainda mais. “Te vejo mais tarde.”
“Mhm.”
Com isso dito, Fil encerrou a chamada e sorriu ainda mais. Balançou a cabeça de leve, olhando seu reflexo novamente.
“Um dia,” ela sussurrou. “Um dia, eu vou contar pra ele.”
Ela estava prestes a se preparar quando seu celular vibrou. Ao olhar, viu o nome de Marcus na tela. Quando verificou, era apenas uma simples mensagem de bom dia.
“Será que ele é realmente grudento?” ela se perguntou em voz baixa, digitando a resposta para informá-lo que horas eles iriam.
Mas assim que enviou, uma chamada recebida apareceu na tela. Fil encheu as bochechas de ar e respirou fundo, olhando-se no espelho mais uma vez. Acenou afirmativamente e sorriu, deixando outra persona dela tomar as rédeas do dia.
“Bom dia,” ela cumprimentou assim que atendeu a chamada, colocando-o no viva-voz para aplicar seus cuidados com a pele matinais. “Acabou de acordar?”
“Não.”
Ela fez uma pausa e olhou para baixo. “Faz sentido.”
“Não importa quão tarde eu durma, acordo sempre no mesmo horário. E você? Dormiu bem?”
“Mhm. Eu tive um sonho estranho, porém.”
“Um sonho?”
“Já esqueci dele, mas sei que foi estranho,” ela comentou enquanto batia os lábios. “A propósito, você… quer comer algo antes de encontrarmos o Kenzo?”
“Claro.”
“Não estou dizendo pra sair pra comer,” ela esclareceu. “Estou economizando dinheiro, então… vou cozinhar o almoço. Não precisa dizer sim, tá? Só perguntei porque achei educado oferecer.”
“Na sua casa?”
“Não, no seu carro,” ela respondeu sarcasticamente. “Claro que na minha casa.”
Marcus riu calmamente. “Tá certo. Vou estar aí antes do almoço.”
“Não precisa se forçar —”
“Eu nunca estive na sua casa, nem nunca comi nada que você preparou,” ele disse, pegando o costume de interrompê-la. “A gente tá tecnicamente saindo. Quem sabe? Sua comida pode fazer eu mudar de ideia.”
“Tá bom,” ela riu. “Vem cedo.”
“Te vejo.”
“Mhm. Te vejo.” Fil sorriu ao desligar a chamada. Mas o sorriso dela não durou muito assim que pôs o celular de lado. “Eu teria posto laxante na comida dele se eu não quisesse que ele gostasse de mim.”
Conquistar o Marcus foi a parte mais fácil. No entanto, mantê-lo interessado exigiria muito mais trabalho do que ela esperava. Afinal, Marcus, surpreendentemente, parecia mais interessado em coisas pessoais sobre ela do que apenas no corpo dela.
“Interessante,” ela assentiu. “Então, agora, minha teoria está correta. Ele tem muito mais tolerância do que eu pensava. Não é à toa que ele concordou em ir ver o Kenzo. Eu deveria tomar mais cuidado com meus convites da próxima vez.”
Fil deu de ombros enquanto retomava alegremente sua rotina. Porém, justo quando estava quase terminando, ela congelou em horror.
“Jackson… não vai se importar, né?” ela se perguntou. “Convidar outro homem… ai ai.”