A Garota Boa do Diabo - Capítulo 110
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110: Sentimentos românticos matam uma amizade 110: Sentimentos românticos matam uma amizade “O que aconteceu com o seu rosto?” Kenzo perguntou chocado, olhando para o leve inchaço no rosto dela e o corte em seus lábios. “Você se meteu numa briga?”
“Por favor, Ken.” Fil revirou os olhos enquanto se sentava na cadeira. “Estou cansada de ouvir isso hoje.”
“As pessoas estão preocupadas,” ele enfatizou, jogando as pernas para fora da cama para se sentar na beira, de frente para ela. “Eu só cheguei há pouco tempo, e você virou delinquente?”
Fil franziu a testa. “Isso é novo. Ninguém me disse que eu entrei numa briga de propósito.”
“Você entrou?”
“Não, Kenzo.” Ela suspirou, olhando diretamente nos olhos dele. “Levei um tapa por ser travessa.”
Ele franziu a testa, inclinando a cabeça para o lado.
“Valerie,” ela disse, observando sua boca se abrir enquanto ele balançava a cabeça. “Ela me confrontou porque terminei com o irmão dela.”
“Você fez o quê? Você terminou com o Vincent?”
“Não age surpreso, Ken. Eu te contei.” Fil deu de ombros desdenhosamente. “O Vincent estava me traindo com a Marianne.”
“E você terminou com ele? Finalmente?”
“Sim, mas não foi por isso que terminamos.”
“Hã?”
Fil sorriu com os dentes. “Não é tão interessante assim. Enfim, esse é o chá que eu trouxe para você, já que ouvi dizer que você não pode mexer no celular.”
“Meu irmão está me castigando.”
“Você é quem está se punindo,” Fil repreendeu levemente. “Olivia me disse que você continuou ligando para ela sobre o projeto em vez de descansar. Seu irmão só está te salvando de se matar.”
“Nunca ouvi falar de alguém que morreu só porque queria uma atualização sobre um projeto.”
“Mas as pessoas morrem de exaustão,” ela corrigiu. “Então, você vai ter alta hoje?”
“Sim.” Kenzo assentiu. “Eles ainda não podem tirar o meu gesso, mas eu estou bem melhor. Você veio para ajudar?”
“Por que mais eu estaria aqui?”
Kenzo sorriu para ela. “Meu irmão te mandou?”
“Não.” Fil balançou a cabeça. “Seu irmão não precisa me dizer para vir para eu ter certeza que você não vai sozinho para casa.”
“Fil.”
“Mora sozinha estando doente não é a melhor ideia,” Fil apontou. “Todo mundo no escritório está preocupado. Então, eu disse para a Olivia que sairia mais cedo. Com as minhas lesões, ela concordou sem fazer alarde.”
“Ela sabia que você está aqui?”
“Claro. Eu disse a ela que as lesões são só uma desculpa para que os superiores não pensem que ela me favorece,” ela adicionou com um sorriso orgulhoso. “Não quero dar mais problemas a ela depois de vê-la sob fogo cruzado só porque ela não quer você fora do projeto. Ela até teve que convencer o Senhor Sisson a manter você na equipe.”
“Ela realmente é uma péssima chefe,” Kenzo riu fracamente. “É por isso que ela sempre fica sabendo das coisas.”
“Ela não é terrível, mas muito… generosa.”
“De qualquer forma, isso é mais um motivo para eu voltar o mais rápido possível.”
“Até você se recuperar completamente,” Fil enfatizou. “Se você não quer ir para a casa dos seus pais, por que não fica com o seu irmão? Tenho certeza de que ele já ofereceu.”
Kenzo avaliou o olhar no rosto de Fil, soltando um suspiro profundo. “Você não vai deixar isso pra lá até eu concordar, né?”
“Não.” Ela balançou a cabeça. “Eu estou aqui para garantir que você não vá a lugar nenhum, a não ser para a sua casa.”
“Se você está tão preocupada comigo, por que não me leva para a sua casa?”
“Ah?”
“Não é uma má ideia!” Kenzo argumentou. “Você poderia me monitorar e eu poderia dar uma espiada no progresso do projeto. É ganha-ganha para nós dois. Além do mais, você está solteira. Ninguém vai mais ficar bravo.”
Exceto que Fil já tem um colega de quarto; um colega de quarto que acha que é dono da casa, do prédio e do inquilino.
“…” Fil ficou sem palavras, olhando para ele com perplexidade. “Você está falando sério?”
“Sim.” Kenzo assentiu. “Nós ralávamos juntos na faculdade. Sabe que eu não sou de fazer mal.”
“Tem certeza que tá dizendo tudo isso?” ela perguntou chocada, levantando-se da cadeira e indo na direção dele. Fil tocou a testa dele para ver se ele estava com febre e delirando. Mas a temperatura dele estava normal.
Kenzo, por outro lado, a estudava calmamente. “Pfft—!” ele riu alto quando não aguentou mais.
“Kenzo!” Fil exclamou. “Para de me zoar.”
“Isso que dá agir como minha mãe,” ele retrucou, brincalhão. “Mas eu tô falando sério. A não ser que você me leve para casa, aí eu iria para casa.”
“Ai, meu Deus. Por que você é tão teimoso?”
“Apanhei porque meus pais não paravam de me obrigar a sair com pessoas que eu nem conheço.” Ele apontou para o próprio rosto para enfatizar. “E meu irmão vai ficar no meu pé o dia inteiro. Ficar lá é pior do que ficar nesse quarto só com a televisão pra me entreter. Prefiro ir para casa. Posso até ficar entediado, mas pelo menos é o meu canto.”
Fil suspirou, impotente, sentando-se ao lado dele. “Por favor?”
“Passei por maus bocados, mas não sou um inválido, Fil.” Ele virou a cabeça para encará-la. “Vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar.”
“Fácil falar.”
“Sou um homem adulto,” ele argumentou com um sorriso tranquilizador. “Você acha que eu não fugiria mesmo que você me levasse para a casa do meu irmão?”
“Não posso te levar a lugar nenhum.”
“Por quê? Finalmente se livrou do seu caminhão?” Os olhos dele brilharam como se ele estivesse aliviado, só para ver o suspiro dela. “Não se livrou?”
“Está na oficina.”
“Desistir do Vincent é uma coisa, mas largar o seu caminhão é tão importante quanto. Então como você chegou aqui? Pegou ônibus?”
“Anton me trouxe aqui,” ela explicou, notando a leve mudança na expressão dele. “Ken, por que vocês dois terminaram? Você disse que eram bons amigos e que até apoiava a música dele secretamente. Você…”
Ela parou e apertou os olhos. “… se apaixonou por ele?”
“O quê?”
“Não estou julgando.” Fil levantou as mãos em rendição. “Ou você se apaixonou por ele ou ele por você. O amor pode tornar as coisas estranhas entre amigos, sabe? Especialmente se o outro não sente o mesmo. O pior resultado possível é que só vai matar a amizade.”
Kenzo a encarou por um momento enquanto ela explicava.
“Você está certa,” ele sorriu e assentiu. “Sentimentos românticos podem tornar as coisas estranhas entre amigos. É por isso que ficou estranho entre a gente. O Anton se apaixonou por mim.”
“O quê? Eu acertei? Eu estava brincando, mas será que acertei mesmo?”
“Estou sendo sarcástico.” Kenzo estalou a língua. “Não é nada disso, Fil.”
“Ah.” Fil colocou a mão no peito, quase chocada se estivesse certa. Enquanto isso, Kenzo lançou-lhe um olhar de soslaio e balançou a cabeça.
“Deixa pra lá. Essa é uma história do passado. Não estou processando por uma razão, mas depois do que os amigos dele fizeram comigo e ele não ter coragem de fazer nada, não acho que consiga vê-lo como amigo,” Kenzo afirmou. “Não fale mais nele — e por que vocês dois estão juntos de novo?”
“Estou ajudando ele com um videoclipe,” ela explicou. “Ele veio me ver só para confirmar se nossa agenda para amanhã não será adiada.”
“Foi isso que ele disse?”
“Sim.”
Kenzo balançou a cabeça, e ouviu ela perguntar, “Por que você está me olhando assim?”
“Nada.” Ele fechou os lábios. “Enfim, tá bom. Vou com o meu irmão, para você parar de encher.”
“Você não vai fugir?”
“Não vou.”
“Promete?”
“Prometo.” Kenzo levantou uma mão até a altura do ombro. “Feliz agora?”
Fil sorriu e assentiu enquanto ele suspirava e balançava a cabeça. “Vou arrumar suas coisas antes que seu irmão chegue.” Ela não perdeu um segundo, pulando da beirada da cama para organizar as coisas dele.
Kenzo, por outro lado, seguiu-a com o olhar. Outro suspiro profundo escapou dele antes de baixar os olhos. Lentamente, um brilho amargo cruzou os olhos dele.