A Garota Boa do Diabo - Capítulo 107
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107: Não fiz isso! 107: Não fiz isso! Um tapa retumbante ecoou nos ouvidos de Valerie enquanto seu rosto era jogado para o lado. Seus olhos instantaneamente se arregalaram, a princípio chocados. Sua bochecha apenas latejou um segundo depois, percebendo o que tinha acabado de acontecer.
Valerie tocou sua bochecha, lentamente virando-se para seu irmão, que sempre a mimara. “Irmão…?”
“Valerie, o que você fez?” A voz de Vincent tremia de raiva. “Era verdade? Hein? Você machucou Fil?”
“Não!” Valerie exclamou em defesa. “Eu nem sequer encostei nela!”
Seu fôlego falhou quando Vincent de repente levantou seu telefone para ela. Valerie piscou algumas vezes, os olhos tremendo enquanto olhava para o telefone.
“Você não fez?” Vincent repetiu. “Se não fez, então me explique isso?”
Por um momento, Valerie prendeu a respiração, estudando a foto em close da bochecha de uma mulher e depois o corte nos seus lábios. O rosto inteiro de Fil pode não estar incluído na foto, mas pelo formato do seu rosto e lábios, não havia dúvida de que era ela.
Não que Valerie não conhecesse esses ferimentos.
Quando Fil saiu de perto dela, sua bochecha estava vermelha e começou a inchar. Seus lábios já tinham sangrado também. Mas enfim…
“Eu não fiz isso!” Valerie se defendeu ainda mais agressivamente. “Essa cadela astuta está me incriminando! Ela fez isso consigo mesma!”
Valerie estava quase gritando enquanto tentava convencer seu irmão. Quando a expressão de Vincent mostrou apenas consternação, ela olhou de volta para Marcus. Marcus já havia virado sua cadeira giratória para o outro lado, sua expressão fria.
“Vocês…”
Vincent nunca havia tocado nela. O pior que ele fez para Valerie foi repreendê-la ou levantar a voz para ela. No entanto, todas as vezes que isso acontecia, Marcus sempre a resgatava. Marcus era como um irmão para ela também.
Então por que… esses dois não acreditam nela?
“Irmão Marcus…” ela sussurrou, percebendo que Marcus não tinha a intenção de intervir para protegê-la. Lentamente, ela olhou de volta para Vincent, sibilando. “Irmão, eu não fiz isso! Eu juro! Por que você não acredita em mim?”
Vincent balançou a cabeça, desapontado por ela ainda estar negando. “Valerie, eu te disse muitas vezes. Se você não gosta da Fil e não consegue gostar dela como pessoa, então pelo menos pense em mim.”
“Por que eu teria que pensar em você por causa dela?!” ela resmungou, cada vez mais irritada com Fil. “Ela estava te dando trabalho! Tudo o que eu queria era conversar, mas essa cadela astuta começou a se bater! Você acha que eu posso e vou machucá-la? Ela está me incriminando para nos afastar!”
Valerie levantou as sobrancelhas, sentindo o coração afundar com o olhar de desprezo estampado em Vincent. “Você não acredita em mim?”
“Fil aguentou suas besteiras todo esse tempo, Valerie.” Vincent cerrava os dentes, fechando as mãos em punhos apertados. “Por que você ainda está mentindo?”
Vincent de repente agarrou seus ombros, sacudindo sua irmãzinha estúpida. “O que eu fiz para você me fazer isso?”
“Irmão, eu não fiz!” ela balançou a cabeça com veemência. “Eu estou te dizendo a verdade! Por favor, por que você não acredita em mim?”
“Porra!” Vincent sibilou, baixando a cabeça. “Isso é inútil.”
“Ai…” Valerie gemeu quando a pegada de seu irmão em seu ombro apertou. “Irmão, você está me machucando… ai!”
“Porra!” ele a empurrou, fazendo-a cair no chão. “Desgraçada!”
Valerie gemeu mais uma vez quando suas nádegas atingiram o chão. Ela olhou para cima desesperadamente. Seu fôlego falhou quando Vincent olhou para ela, seu corpo tremendo com a aura fria e violenta emanando dele.
“Irmão…” ela choramingou, dividida entre a frustração e a dor da violência de seu irmão. Mesmo assim, ela ainda queria tentar mais uma vez. Talvez, se fizesse isso, ele acreditaria nela. “Eu juro, eu não machuquei —”
“Esse carro…” Vincent sibilou, interrompendo-a no meio da frase. “… esqueça dele.”
“O quê?!”
“E seus cartões — esqueça deles também.”
“Irmão!”
“Valerie Hale!” ele elevou a voz, fazendo-a recuar. “Você tem sorte de ser minha irmã porque eu poderia fazer pior se você não fosse.”
Uma fina camada de lágrimas cobriu seus olhos. Ter seus cartões congelados e não receber o carro que ela tanto se gabava era nada comparado à impotência que agora sentia. Não só seu irmão a machucou pela primeira vez, mas Marcus também não estava ajudando. Eles nem sequer acreditarão em uma palavra do que ela dizia.
“Não há… nada que eu possa dizer que fará você me ouvir, né?” ela murmurou, lágrimas escorrendo por sua bochecha.
“Guarde suas lágrimas para depois com a Mamãe e o Papai, mas não espere que eles ajudem,” Vincent avisou, apontando o dedo para ela. “Valerie, você… é egoísta! Eu não vou te perdoar se a Fil não me perdoar.”
Valerie cerrou os dentes, juntando as mãos no chão. “Qual o problema nisso?! Você e essa cadela astuta terminaram e você já está vendo outra pessoa! Ela te deixou! A perda é dela —”
“Valerie Hale!” A voz de Vincent trovejou, colocando um fim aos seus ataques de raiva. “Eu juro por Deus, se a Fil e eu não voltarmos a ficar juntos, esqueça tudo e volte para a escola. Porque quando você terminar a escola, estará por sua conta. Se não quiser, então é melhor começar a aprender como fazer tarefas domésticas para o seu marido.”
“Você não pode fazer isso comigo!”
“Oh, me teste, Valerie Hale.” Vincent desdenhou. “Me teste. Eu fui muito gentil e tolerante com você, mas você não sabe o que eu posso fazer. Você não é mais jovem, Valerie. Algumas pessoas da sua idade já ganham dinheiro para si mesmas.”
Vincent bufou e ajeitou seu terno, atirando seus olhos afiados em Marcus. “Me desculpe por isso.”
“Meu escritório é à prova de som, então está tudo bem.” Marcus acenou indiferente, desviando seus olhos igualmente afiados para Vincent. “Leve ela daqui. Tenho medo de que ela dê um escândalo maior aqui. Não quero ser acusado de tê-la expulsado.”
“Eu sei.” Vincent bufou mais uma vez, olhando para baixo, para ela. Ele apenas balançou a cabeça antes de virar-se rapidamente e sair do escritório de Marcus.
Enquanto isso, Valerie ficou no mesmo lugar, seu olhar na porta. Ela enxugou as lágrimas com a palma da mão. Antes que pudesse se recompor, Marcus falou.
“É melhor você se levantar, Valerie.” Sua voz carregava um tom de desinteresse, redirecionando sua atenção para os papéis na mesa. “Seu irmão está furioso. Tenho certeza de que a segurança que ele chamou vai te arrastar daqui como uma criminosa. Não se humilhe mais.”
Valerie sibilou, empurrando-se para levantar. Quando voltou a ficar em pé, olhou para Marcus com raiva.
“Hah! Não acredito que você nem sequer o impediu!” ela zombou, balançando a cabeça e virando-se para sair. No entanto, quando ela chegou à porta, Marcus falou mais uma vez.
“Valerie,” ele chamou, olhando para as costas dela. “Eu ficaria grato se você parasse de passar no meu escritório. Não é um lugar público para qualquer um entrar.”