A Garota Boa do Diabo - Capítulo 103
- Home
- A Garota Boa do Diabo
- Capítulo 103 - 103 É uma pena que eu não vá testemunhar isso pessoalmente
103: É uma pena que eu não vá testemunhar isso pessoalmente. 103: É uma pena que eu não vá testemunhar isso pessoalmente. “Ai.” Fil sussurrou enquanto passava pomada nos lábios, de olho no espelho de mão à sua frente. Depois de retornar à empresa, ela e Elise se separaram porque ela queria ir à clínica.
“Isso não é algo que se pega por acidente.”
Fil lançou um olhar à enfermeira da clínica, oferecendo um sorriso tímido para ela.
“Enfim, vou ter que te deixar por um momento. Você não está machucada em outro lugar, está?” perguntou a enfermeira, apenas para ver Fil balançar a cabeça. “Tudo bem então. Feche a porta quando sair.”
“Ok.” Fil comprimiu os lábios, observando a enfermeira deixar a clínica para fazer um recado. Um suspiro rasante escapou pelas suas narinas, levantando o espelho de mão na sua frente novamente.
Ela refletiu por um momento, pegando o telefone para ligar para alguém. Não era como se Fil fosse à clínica apenas porque estava machucada. Sendo criada numa fazenda, ela se acostumou a ter pequenos arranhões ou hematomas. Havia apenas uma razão pela qual ela veio aqui.
“Anton?” ela chamou baixinho quando a linha conectou.
“Ei, Fil! O que está rolando?” Anton, do outro lado da linha, cumprimentou-a alegremente. “Amanhã, não esqueça. Meu assistente vai te buscar, tá?”
“Hum…” Fil murmurou uma melodia, fazendo Anton franzir a testa.
Por algum motivo, ouvir o murmúrio hesitante dela fez o coração de Anton pulsar nervosamente. “Você não vai cancelar, vai? Fil, por favor, não faz isso comigo.”
“Não, não é assim,” Fil negou sombriamente. “É apenas que… Eu não sei como dizer.”
Anton, que estava reclinado relaxadamente no sofá com um violão sobre ele, ergueu as sobrancelhas. Pegou o violão e o colocou sobre a mesa de centro, sentando-se com o braço sobre a perna.
“O que está acontecendo?” ele perguntou, desta vez mais seriamente. “Se você não vai cancelar, então por que parece que você tem que cancelar, afinal?”
“Eu tive um pequeno acidente.”
“O quê?” Anton exclamou, arfado. “Você está bem? Se machucou? Onde você está?”
“Não é esse tipo de acidente.” Fil revirou os olhos. “Estou na clínica do escritório, então estou bem.”
As linhas na testa de Anton se aprofundaram, permanecendo em silêncio. O silêncio reinou na linha pelos próximos trinta segundos.
“Sua maquiadora consegue disfarçar um rosto inchado?”
“Hã?”
“E um corte nos lábios?”
“Um rosto inchado e um corte nos lábios?” Anton olhou para o telefone, confuso. “Quão ruim está? Me deixa ver.”
Fil respirou fundo, sorrindo do outro lado da linha. Depois de pedir para ele esperar um momento, ela tirou uma foto de perto da bochecha e dos lábios. Apesar de ter certeza de que havia um vislumbre do fundo, para informá-lo que ela estava na clínica. Após esse ato rápido e meticuloso, ela o enviou para ele sem hesitação.
Anton sentiu seu telefone vibrar, afastando o aparelho da orelha. Assim que viu as fotos que ela lhe enviou, ele franziu a testa.
“Fil, você se meteu numa briga?” ele perguntou em um tom sombrio.
“Foi um acidente.”
“Você não fica assim num acidente. Você fica assim se levar um soco.”
“Eu bati o rosto porque não estava olhando por onde andava,” ela se justificou, apenas para ouvir silêncio na linha. Ela suspirou, sabendo que Anton não acreditou nela. “Tá bom. Eu não me machuquei porque não estava olhando por onde andava.”
“Quem fez isso com você?” ele perguntou. “Um cliente? Ou você se envolveu numa briga acalorada com algum colega de trabalho?”
“Você acha que eu sou do tipo que confronta as pessoas?”
“Depois de me punir, acho que você pode ser assustadora,” ele argumentou em um tom conhecedor. “Se não foi um colega de trabalho, com quem você brigou?”
“Eu não briguei, tá?” Fil revirou os olhos, batendo os lábios para fazê-lo esperar. “Eu esbarrei na Valerie.”
“O quê?”
Fil deu de ombros, mesmo sabendo que ele não podia vê-la. “Ela queria conversar, então conversamos. Quem diria que falar não é só o que ela sabe fazer bem? Ela acha que eu estou punindo o irmão dela e tornando a vida dele um inferno.”
“Essa pirralha sem-vergonha!” Anton rangeu os dentes, sabendo que Valerie era capaz de fazer isso.
Valerie nunca escondeu seu desgosto por Fil. Ela até chegava a humilhar Fil na frente das pessoas. Embora Anton não tivesse visto tudo, ele tinha visto o suficiente para saber como Valerie tratava sua futura cunhada. Para ser justo, Anton sempre sentiu pena de Fil sempre que testemunhava tamanha falta de respeito; isso o fazia ficar furioso de certa forma. Mas ele sabia que não estava na posição certa para falar nada, exceto pedir ao Vincent que controlasse sua irmãzinha.
Talvez isso o deixasse ainda mais furioso porque também o afetaria. E o fato de se sentir desprezado pelas pessoas que chamava de amigos alimentava sua raiva. De qualquer forma, isso ultrapassava todos os limites.
“E então?” depois do silêncio prolongado, Fil falou novamente. “Isso pode ser disfarçado? Ou eu devo te ajudar a encontrar um substituto?”
“Nós já fizemos a leitura e revisamos a história.” Anton suspirou pesadamente, mexendo no cabelo irritado. “Ponha pomada e gelo na bochecha. O inchaço pode diminuir um pouco. Você tomou algum medicamento?”
“Estou na clínica, então a enfermeira me deu alguns. Pomadas e também uma bolsa de gelo.”
“Entendi.” Anton balançou a cabeça, suspirando pela segunda vez. “Ela te deu um soco?”
“Mhm.”
“Você deu um tapa nela de volta?”
“Eu deveria ter feito isso?”
“Você deveria ter pedido para ela ir com você e dirigir pela cidade, assim como você fez comigo!” Anton repreendeu, frustrado por não poder fazer mais nada. “Você não tem problema em ser direta comigo, mas deixa ela te intimidar assim.”
Fil comprimiu os lábios e sorriu um pouco. Ele poderia soar irritado, mas ela podia sentir a sinceridade genuína vinda dele. Não era como se ela tivesse perdoado Anton completamente, mas acreditava que ele poderia ser redimido… depois de ensinar-lhe uma lição, é claro.
“Valerie é uma criança, Anton,” ela comentou gentilmente. “Ela sequer me escutaria sabendo que já acredita que estou dificultando a vida do irmão dela?”
“Tch.”
“De qualquer forma, eu atualizo você assim que o inchaço diminuir.”
“Tudo bem.” Anton resfolegou levemente. “Me avisa se precisar de mais alguma coisa. E sobre essa pirralha, eu vou lidar com ela.”
“Anton.”
“Se não for ela, então o irmão dela,” ele insistiu, sabendo que ela tentaria impedi-lo. “Não se preocupe. Não estou fazendo isso por você, mas porque eles quase mexeram com a minha agenda. Fique ligada e descansa! Não quero que você pegue uma febre.”
Com isso dito, Anton desligou. Ele olhou para o telefone, com os olhos brilhando.
“Esse maldito Vincent,” ele resmungou, pegando seu casaco antes de ir embora furioso do seu estúdio. “A irmãzinha dele está fora de controle!”
*****
Enquanto isso, Fil devagar colocou o telefone para baixo. O lado de seus lábios se curvou para cima, reclinando-se um pouco com a mão no colchão. Agora ela não tinha que fazer mais nada. Ela acreditava que Anton faria o restante por ela.
“Essa pirralha sem-vergonha,” ela sorriu maliciosamente. “Ela pode dizer adeus ao carro que estava esperando do irmão e adeus ao Marcus, que generosamente a leva para cima e para baixo.”
Um riso escapou de Fil. “É uma pena que eu não vou presenciar isso pessoalmente.”