A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 51
- Home
- A Esposa Roubada do Rei Oculto
- Capítulo 51 - 51 Desastrosamente Pequeno 51 Desastrosamente Pequeno A voz da
51: Desastrosamente Pequeno 51: Desastrosamente Pequeno A voz da jovem desapareceu, e ela parecia tão absolutamente miserável, que Soleia engoliu a repreensão que ameaçava surgir. Não era culpa dela fazer suposições – nesta pequena cidade, quase ninguém sabia da sua existência apesar de saberem que o Duque Elsher havia se casado com alguém.
E pela maneira como Orion a tratava, ninguém com um par de olhos funcionais acreditaria que ela era sua amada esposa. Essa honra era de Elowyn, sem dúvida.
“Está tudo bem,” Soleia suspirou, tentando sorrir, mas não conseguindo completamente. “Você não é a primeira pessoa a ter essa impressão.”
A garota pareceu ainda mais infeliz. “Peço tão desculpas! Eu… entendo se vocês não quiserem ficar…”
Rafael queria mais do que tudo compartilhar a cama com Soleia, mas ele sabia que não poderia ser quem proporia tal ideia.
“Está tudo bem, ainda há espaço para uma pessoa.” Ele gesticulou para Soleia, “Neste caso, posso incomodá-la para preparar a Duquesa Soleia primeiro?”
“E você?” Soleia perguntou, preocupada. “Onde você vai dormir?”
Rafael lhe deu um sorriso irônico. “Na pior das hipóteses, posso fazer outro abrigo do lado de fora. Não estou muito incomodado. Juntarei-me a você no café da manhã amanhã!”
Antes que Soleia pudesse dizer alguma coisa, a porta da estalagem se abriu, revelando um homem robusto com flocos de neve enterrados em sua barba cerrada. “Penny, cheguei em casa! Oh, temos convidados?”
“Pa!” Penny gritou, seus olhos correndo para Soleia e Rafael. “Sim, quero dizer, não, quer dizer sim―”
“Espero que minha pequena estalagem esteja à altura!” Ele soltou uma gargalhada e sacudiu a cabeça, e mais neve caiu de sua capa. “Vão achar meu lugar muito mais quente e aconchegante do que lá fora. A neve está caindo pra valer – está praticamente inundado lá fora!”
Soleia arregalou os olhos em pânico. Nesse caso, não havia como, em sã consciência, mandar o Senhor Ralph para a neve para sofrer os elementos.
“Vamos ficar com o quarto,” Soleia disse, voltando-se para Penny, com um tom que não admitia discussão. Tanto Penny quanto Ralph lhe lançaram olhares surpresos.
“Tem certeza?” O Senhor Ralph perguntou. “As línguas vão falar. O dano à sua reputação―”
“As línguas vão falar, não importa o que eu faça,” Soleia apontou cansada. “Agora, vamos para o nosso quarto. Preciso de um banho quente e um lugar para descansar a cabeça. ”
Além do mais, quem sabe a cama seria grande o suficiente para dois. Ela poderia colocar um travesseiro no meio.
Penny acenou freneticamente, partindo para guiá-los. “Sim! Vou preparar seus quartos, e água quente! Não temos o suficiente para um banho completo, mas temos uma pequena banheira para vocês molharem os pés.”
“É o suficiente,” Soleia disse, e fez seu caminho para o novo quarto. O Senhor Ralph só pôde segui-la atônito.
“Aqui está,” disse Penny timidamente enquanto abria a porta, seus dedos se torcendo nervosamente. “Não é muito -”
“Serve,” Soleia interrompeu-a gentilmente. Ela estava cansada demais para pensar em mais alguma coisa.
O quarto era pequeno o suficiente para ela cobrir toda sua extensão com quatro passadas largas, mas ela não podia negar que, depois de uma semana nas estradas cobertas de neve, parecia o paraíso. Havia um banheiro ainda menor no canto. Soleia não precisava mais cavar buracos na neve!
No entanto, ela não podia negar o fato de que não estava tão quente quanto ela havia esperado. Não havia espaço para uma lareira, o que significava que o chão estava frio.
O único lugar que parecia quente era a cama aconchegante bem no meio do quarto, com seu edredom felpudo e travesseiros macios. Era obviamente feito para um casal compartilhar.
Soleia parou; a cama era menor do que ela esperava. Pode ser que nem houvesse espaço suficiente para manterem uma distância segura um do outro!
“Obrigado por toda sua ajuda,” Rafael disse a Penny quando parecia que a Princesa Soleia havia congelado, impressionada com a visão da cama. “Eu cuido das coisas aqui.”
Penny acenou. “Nos avise se precisarem de mais alguma coisa!” Então, sem mais delongas, ela correu, deixando Soleia e Rafael sozinhos na entrada enquanto avaliavam suas novas acomodações.
Rafael fechou a porta e suspirou.
“Então, Princesa, como vamos fazer isso? Estou aberto a dormir no chão,” Rafael se ofereceu, apesar de odiar a ideia.
“Você não pode,” Soleia balançou a cabeça. “Você vai ficar doente pois o chão está frio e não temos pedras solares suficientes. Está bem, podemos compartilhar. Já estávamos compartilhando espaço restrito nesta última semana.”
Soava mais como se ela estivesse tentando convencer a si mesma, do que a Rafael. No entanto, ele não iria recusar a sorte. Já era um resultado melhor do que ele esperava!
Ambos se lavaram e prepararam para dormir.
Rafael, muito cavalheiresco, permitiu que Soleia escolhesse o lado da cama que queria, embora isso dificilmente fizesse diferença para Soleia. A cama era tão pequena que quando ela se deitou, automaticamente se encontrou no meio. Com um suspiro relutante, ela se arrastou para trás até que suas costas bateram na parede do quarto, para dar espaço suficiente para o Senhor Ralph dormir.
Parecia fútil. O Senhor Ralph era muito mais alto e largo do que ela e parecia englobar toda a cama com sua presença. Soleia engoliu em seco; enquanto eles haviam compartilhado quartos antes, sempre havia espaço suficiente para manterem uma distância segura, para manter a imagem de propriedade.
Não havia espaço para isso nessa cama em particular. Cada nervo do seu corpo parecia estar aceso com o calor da presença dele.
Ela apagou as velas, mergulhando o quarto em semi-escuridão.
Tão perto, ela ainda podia ver o contorno vago do corpo do Senhor Ralph e sentir o calor irradiando de sua pele. Ela tentou fechar os olhos, mas se sobressaltou quando sentiu o dorso de sua mão roçando seu braço nu.
“Desculpe, não esperava que fosse tão pequena,” Sir Ralph se desculpou, recuando imediatamente. “Vou ficar do meu lado da cama, eu prometo. Vou dormir como um morto.”
Soleia riu baixinho. “Contanto que você prometa acordar de manhã.”
Com isso, Soleia se virou para longe dele, forçando-se a adormecer. Não foi difícil, pois o esgotamento da semana passada a alcançou. Logo, sua respiração se regularizou, e ela desceu para o sono.
Enquanto isso, Rafael contava suas respirações. Uma vez que ele tinha certeza de que Soleia estava dormindo, ele estendeu a mão gentilmente para alisar os fios soltos de seu cabelo.
Para sua surpresa, Soleia emitiu um suspiro e rolou para o lado dele da cama, esmagando o rosto contra seu peito. Suas pernas e braços automaticamente se esticaram para abraçá-lo, como se ele não passasse de um travesseiro de tamanho natural.
Rafael inspirou profundamente, enquanto suas partes baixas começavam a despertar. Soleia se aconchegou mais a ele, alheia ao seu tumulto.
Essa seria uma noite longa.