A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 47
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- Capítulo 47 - 47 Anel de Sangue I 47 Anel de Sangue I Seu vestido Rafael
47: Anel de Sangue I 47: Anel de Sangue I “Seu vestido!” Rafael exclamou, horrorizado.
“Parece pior do que realmente é,” disse Soleia.
Seu humor melhorara muito assim que ela percebeu que o Senhor Ralph tinha conseguido lhe arrumar um traje substituto. Ela finalmente podia se despedir deste vestido rasgado e esfarrapado. Com um zumbido alegre, ela pegou o vestido e as novas roupas íntimas e foi para trás da rocha para ter mais privacidade.
“Fique de vigia para mim, Senhor Ralph! Eu odiaria que outro bando de thornhound estragasse este vestido!”
“Sim, Princesa,” disse Rafael, sua voz saindo num guincho indigno.
Soleia iria se trocar? Aqui fora? Ao ar livre? Onde qualquer um poderia encontrá-la em seu estado vulnerável de despir e se aproveitar dela?!
Os olhos de Rafael escureceram. Não se ele tivesse algo a dizer sobre isso.
Ninguém seria capaz de pôr os olhos em Soleia e viver para contar a história. Sua linda pele pálida tinha brilhado na luz do sol fraca, e quando ela se mexia, o tecido se movia para revelar outra extensão de pele imaculada. Ele queria cobri-la de beijos, e então rasgar o tecido frágil―
Rafael cravou os dedos nas palmas das mãos. Era como se ele não fosse melhor que um animal, Rafael lamentou para si mesmo. Tecnicamente, ele era um príncipe, não importa o quão humilde fosse sua origem. Como poderia se comportar como um bruto?
Ele encarou a neve intensamente, forçando seus pensamentos a serem tão puros quanto os flocos recém caídos.
Ele tinha planos para ganhar o trono. Ele não podia perder para seus desejos mais básicos e comprometer todo o seu esquema. A Princesa Soleia era apenas um meio para um fim, uma peça importante do quebra-cabeça, e ele não podia se permitir distrações, mesmo enquanto seu coração acelerava com o pensamento de passar tempo com ela.
Enquanto isso, Soleia não tinha ideia sobre a crise mental do Senhor Ralph. Ela rapidamente se despiu do vestido arruinado e vestiu o novo. No entanto, logo percebeu que, em sua pressa para mudar de roupa, ela havia esquecido um fato crucial— a maioria dos vestidos precisava de uma mãozinha extra, e Lily estava em lugar nenhum para ser encontrada.
“Senhor Ralph, eu preciso de ajuda,” disse Soleia com vergonha. “Você pode me ajudar a amarrar os meus laços?”
“O quê?” Rafael soltou um grasnido de choque.
“Meus laços,” a cabeça de Soleia emergiu da rocha, e ela lhe deu um olhar com pedido de desculpas. “Eu não consigo amarrar a parte de trás do meu vestido.”
Mentalmente, Rafael xingou seus homens. Por que eles não compraram um daqueles vestidos fáceis de vestir para Soleia? Se ele não ajudasse Soleia, ninguém mais no acampamento o faria.
Soleia continuou a olhá-lo com expectativa, então Rafael não teve escolha. Ele olhou para os céus e mandou uma breve prece antes de caminhar até lá.
Apenas para ser confrontado com uma visão do céu. Mesmo através das roupas íntimas, o rubor de sua pele foi ainda mais destacado pelos grosseiros laços pretos, e Rafael sugou o ar. Ele se certificou de manter firmemente seus dedos nas linhas enquanto a amarrava, tomando cuidado para garantir que nenhuma pele fosse exposta ao frio.
Finalmente, ele terminou, e Rafael queria se atirar no banco de neve para acalmar seu rosto superaquecido. Parecia aquela vez em que tinha sido drogado com um afrodisíaco, mas agora, era a própria presença de Soleia que estava enviando sua mente para um turbilhão.
“Obrigada,” disse Soleia agradecida enquanto se virava e colocava sua nova capa.
Ela se sentia como uma mulher completamente nova, pronta para se juntar ao resto do acampamento para uma refeição. Ela não queria se juntar a Orion e Elowyn enquanto comiam, com seu traje sujo, manchado de sangue e rasgado, não enquanto eles trocavam olhares afetuosos que a faziam sentir náuseas.
Seu estômago emitiu um grunhido constrangedor naquele momento, fazendo os olhos de Ralph e Soleia se arregalarem. Ela deu um passo para trás, horrorizada, enquanto Ralph apenas ria.
“Não precisamos nos juntar a eles se você não quiser,” disse Ralph, tirando um saquinho do bolso do casaco. “Eu tenho várias carnes curadas aqui.”
“Eu aceito,” disse Soleia ansiosamente, pegando o saquinho e abrindo-o, saboreando o cheiro salgado e picante que enchia o ar. “Parece absolutamente delicioso.”
Enquanto os dois se acomodavam no chão e se serviam da comida, Soleia contou ao Senhor Ralph tudo o que havia ocorrido com Orion mais cedo.
“Então a proximidade dela com Orion afeta a força de seus poderes. E você precisa que eu coloque mais selenita nele?” o Senhor Ralph perguntou, com um olhar pensativo. “Será difícil, com aquela mulher pairando sobre ele como uma sanguessuga, mas não impossível.”
“Eu cheguei tão perto de libertá-lo do feitiço dela,” lamentou Soleia com um suspiro. “Se ela não nos tivesse interrompido, eu poderia ter contado minhas suspeitas para ele. Ela vai ficar mais resguardada contra mim, mas ela não pode te afastar. Você pode imobilizar o Orion se necessário e enfiar a selenita direto no rosto dele.”
“Esperemos que não precise chegar a isso,” disse Rafael ironicamente. “Mas esse incidente com o thornhound realmente me preocupa com sua segurança. Princesa, você se importaria de me fazer um favor?”
“O que é?”
Rafael estendeu a mão, e então mordeu a ponta do seu polegar tão forte que o sangue começou a fluir. Os olhos de Soleia se arregalaram.
“Senhor Ralph! O que você está fazendo?!”
Rafael não se apressou em explicar. Em vez disso, ele concentrou seus poderes no sangue emergente, e Soleia assistiu admirada enquanto o líquido vermelho lentamente se contorcia e girava, formando um círculo que eventualmente se solidificou no frio.
“Este é um anel feito do meu próprio sangue,” disse Rafael simplesmente enquanto o estendia. “Você se importaria de colocá-lo?”
Soleia engasgou enquanto olhava para ele. “Um anel… para quê?” Ela não podia estar colocando anéis de outros homens— não quando ela era casada!
“É uma maneira de garantir sua segurança, caso sejamos separados,” explicou Rafael. “Isso agirá como um sinalizador, permitindo-me descobrir onde você está em tempos de perigo.”
“Isso significa que também poderei rastrear você?” perguntou Soleia curiosamente.
“Não exatamente.” Rafael sorriu. “Mas você pode usar isso para medir minha condição. Já que este anel está ligado aos meus poderes, se algo acontecer comigo, o anel pode se deformar ou quebrar completamente.”
“Entendo…” Soleia refletiu, sua mente começou a trabalhar enquanto ela olhava para ele. Era uma ideia genial, e ela se perguntava como alguém sem poderes como ela também poderia criar algo semelhante para si mesma.
“Posso colocá-lo para você?” o Senhor Ralph perguntou com esperança. “Preciso ter certeza de que se ajusta.”
“Eu…”
Antes que ela pudesse responder, o Senhor Ralph agarrou seu braço firmemente e gentilmente empurrou o anel no dedo mindinho dela. Soleia estremeceu enquanto o anel de sangue parecia apertar ao redor dela. Ela tentou puxá-lo, mas permaneceu firmemente preso.
“Perfeito,” disse o Senhor Ralph. “Agora sempre vou saber onde você está.”
De alguma forma, suas palavras não soavam bem para Soleia. No entanto, antes que ela pudesse retrucar, havia dois novos visitantes no acampamento improvisado.
“Qual é o significado disso?”