A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 273
Capítulo 273: Lista de Nomes
Soleia mordeu com força o pano que lhe haviam dado, suor se formando em sua testa enquanto suas veias saltavam contra a pele. Ela soltou um grito sufocado, com os dentes apertados contra o tecido enquanto fechava os olhos.
“Empurre, Sua Majestade,” disse a parteira, olhando preocupada para Soleia antes de voltar seu olhar para sua tarefa. “Eu quase consigo ver a cabeça do bebê”.
Ela estava empurrando. Diabos, se tivesse o luxo de tempo e energia para gritar agora, ela faria isso. Mas toda a força de Soleia estava concentrada na tentativa de tirar o bebê, pois a cada segundo que ele estava em seu ventre, ela sentia seus órgãos se contraírem e revirarem como nunca antes.
Ser drenada de sua força vital pelo Rei Recaldo era melhor? Honestamente, provavelmente sim. Soleia nunca havia sentido uma dor tão visceral e impossível antes.
O pior de tudo, a magia de Rafael não ajudava. Ele estava pairando ao seu lado, tentando curar seu corpo enquanto se rasgava para dar passagem ao filho, mas nem o poder dos deuses parecia ajudar. Na verdade, só piorava as coisas, razão pela qual Rafael havia parado e se afastado.
Os servos e a parteira sugeriram que Rafael saísse do quarto, mas ele estava determinado a ficar. Seu rosto ficou pálido, e ele queria nada mais do que arrancar o bebê de Soleia e chutá-lo para os confins da terra onde não poderia ferir sua amada esposa.
Várias vezes ele quis avançar para ajudar, mas foi rapidamente bloqueado por uma empregada que se adiantava. Elas enxugavam o suor da testa de Soleia e a mantinham o mais limpa e fresca possível.
Finalmente, um grito cortante ecoou pelo quarto, e todos nos aposentos soltaram um suspiro coletivo de alívio.
Soleia caiu de volta na cama, seu peito subindo e descendo rapidamente enquanto recuperava o fôlego. Ela se sentia mal. Seus membros já não pareciam ser seus, e por mais que as empregadas enxugassem sua pele, não conseguiam remover completamente o brilho pegajoso que se formou durante seu esforço.
“Sua Majestade,” disse a parteira, trazendo o bebê para Soleia. Esta última levantou a cabeça com fraqueza, seus olhos semiconscientes, e seus lábios se entreabrindo. “É um menino”.
“Deixe-me ver,” ela murmurou suavemente, e a parteira diligentemente trouxe a criança até ela.
Seu filho era fraco e frágil, sendo um recém-nascido prematuro. Sua pele era pálida, quase translúcida, e ele era muito mais fino e menor que um bebê comum. Mas ainda assim era um querido, e quando Soleia colocou seu dedo indicador ao lado do bebê chorando, ele imediatamente a segurou.
“Rafael…” Soleia chamou com fraqueza, suspirando suavemente enquanto sorria. Seus olhos começavam a ficar embaçados. “Olhe para ele”.
Rafael correu para frente assim que a parteira colocou com segurança o bebê nos braços de Soleia. Ele pairou sua mão sobre seu recém-nascido, e gentilmente, magia pulsou de seus dedos. Uma nuvem vermelha de névoa se reuniu em torno de suas pontas dos dedos, brilhando quando captou a luz, e quando desceu sobre o bebê, a cor da pele do pequeno se tornou um pouco mais saudável do que antes.
“Sua Majestade,” disse a parteira, abaixando a cabeça. “Talvez tenhamos que levar o jovem príncipe para o cuidado intensivo. Nascer quase um mês antes do previsto pode resultar em problemas―”
“Então faça isso,” disse Rafael, mas suas mãos instintivamente pairavam sobre seu filho. O filho deles. A pura impossibilidade de tal momento quase o derrubou; ele sabia que teria filhos com Soleia, mas ver a realidade de seu desejo de criar uma família com ela fez sua garganta se apertar com emoções não ditas.
“Sim, Sua Majestade.”
Os médicos pairaram e colocaram o jovem príncipe numa engenhoca especial que Soleia havia criado especificamente para tal circunstância. Rafael esperava que nunca precisassem usá-la, mas Soleia insistiu, alegando que era melhor prevenir do que remediar.
Acontece que sua esposa estava certa, como sempre. Rafael observou enquanto seu filho soltava um pequeno choro. Soleia tentou se levantar para olhar mais de perto, mas a parteira estendeu uma mão para detê-la.
“Este é um bom sinal,” disse o médico, encorajadoramente para os dois. “Isso mostra que o jovem príncipe tem energia suficiente para chorar, e não há líquido em seus pulmões”.
Soleia parou por um momento, considerando suas palavras antes de finalmente se deitar para descansar. Rafael ficou ao seu lado e enxugou seu rosto suado com seu lenço.
“Você conseguiu, querida. Agora, deixe-me curar você.”
Soleia assentiu cansada, e Rafael concentrou suas energias em curar seus órgãos devastados após o nascimento.
“Dói?” ele perguntou preocupado. Ele não queria causar dor a ela, mas também nunca havia curado uma mulher que acabara de dar à luz. Era assustadoramente semelhante aos soldados que recebiam um golpe de facão em suas entranhas, e seu estômago se revirou com a imagem mental.
“Apenas faça,” Soleia disse com uma careta enquanto se jogava de volta contra os travesseiros. “A parte mais difícil já passou.”
Rafael podia concordar. Enquanto a curava, havia outra pergunta que precisava fazer. “Querida, ainda não decidimos os nomes?”
Normalmente, os bebês seriam nomeados após seus pais, mas como ele e Soleia tiveram figuras paternas terríveis, era um pouco difícil encontrar bons nomes para seu filho.
“Ah, certo,” Soleia disse timidamente. “Eu fiz uma lista de nomes― está na minha mesa. Alguém poderia ser tão gentil a ponto de me passar, junto com uma pena?”
Um dos servos passou rapidamente e entregou os itens a ela. Rafael levantou as sobrancelhas ao ver o pergaminho se espalhando pelo chão.
“Soleia… isso é uma lista, ou um censo de todos os nomes de bebês em Raxúvia?” Rafael perguntou surpreso.
“Bem, achei que teria um mês para cortá-la,” Soleia bufou enquanto dobrava o pergaminho verticalmente ao meio. “Agora, isto é para os meninos… O que acha de Rowan?”
“Definitivamente não,” Rafael franziu o cenho. “Sem mais nomes começando com R.”
“Seu nome começa com R,” Soleia apontou.
“Exatamente. Assim como o do meu pai e dos meus irmãos. Já há realeza Raxuviana demais com Rs no nome,” Rafael insistiu.
“Justo, meu querido marido Afael.” Soleia revirou os olhos e riscou todo um segmento de nomes enquanto seu marido se concentrava em costurar suas entranhas de volta.
Antes que Rafael pudesse protestar pela mutilação de seu nome, Soleia ofereceu outro.
“Que tal Oreus?”
“É inspirado em Orion?”
“Talvez?” Soleia piscou inocentemente para ele, ignorando o leve ciúme do marido. “Afinal, devemos nossas vidas a ele.”
Rafael se inquietou antes de limpar a garganta. “Vamos deixar de lado por enquanto. Tem algum nome que diga que nosso filho é o melhor presente do céu ou algo assim? Ele e seu irmão não são nada menos que milagres divinos.”
“Hmmm…” Os olhos de Soleia percorreram a lista antes de parar em um nome específico. “Que tal Nathaniel?”
“Nathaniel,” Rafael repetiu, virando-se para encarar seu filho, cujo choro havia diminuído. “Soa bem. O que acha? Quer ser um Nathaniel? Se não chorar, sua mãe e eu vamos assumir que você está bem com isso.”
Ambos, ele e Soleia, observaram o filho piscar seus olhos turvos para eles, sua boca se movendo em silêncio.
“Bom o suficiente,” Rafael disse, satisfeito. Agora que mencionou, seu filho realmente parecia um Nathaniel. “Bem-vindo, Nathaniel Biroumand.”
“Se ele odiar o nome, mudaremos para Rathaniel quando ele ficar mais velho,” Soleia acrescentou travessamente.
“Isso é uma punição cruel!” Rafael exclamou. “Pode muito bem chamá-lo de Ratatouille em seguida!”