A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 258
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Capítulo 258: Os Fios de Vermelho II
Soleia suspirou e levantou-se cansadamente, abrindo a porta. “O que é?”
Uma jovem criada piscou inocentemente para ela, segurando uma bandeja com uma tigela de porcelana, junto com uma colher. De tão perto, Soleia podia sentir a vaga doçura que emanava do líquido. Ela não podia evitar se maravilhar com a rapidez de Rafael em fazer com que a cozinha obedecesse suas ordens. Ela não achava que tônicos podiam ser preparados tão rapidamente, mas Rafael era um homem persuasivo.
“Sua Alteza, aqui está o tônico que você deveria tomar para sua gravidez,” disse a criada trêmula. Ela quase parecia aterrorizada demais para encontrar os olhos de Soleia. “Devo colocá-lo na mesa?”
“Claro, claro,” disse Soleia apressadamente, saindo do caminho para que a criada pudesse entrar. Ela entrou apressadamente e colocou o tônico na mesa antes de se curvar em respeito.
“O tônico deve ser tomado morno para melhores resultados. Há mais alguma coisa que você precisa de mim?” perguntou a criada educadamente, torcendo os dedos enquanto assistia Soleia ansiosamente.
Soleia se perguntou se Rafael a havia aterrorizado tão gravemente que ela estava tão disposta a cumprir todos os seus caprichos. “Não há mais nada que eu precise de você,” disse Soleia, dispensando-a. “Você pode ir agora.”
A criada acenou freneticamente e saiu novamente, quase tropeçando em suas saias. Soleia suspirou com um divertimento irônico― seu comportamento lembrava Soleia de Lily, que ela não via há muito tempo. Seu coração repentinamente ficou pesado ao lembrar sua criada desaparecida. Ela não estava em Raxúvia junto com os remanescentes da família de Orion; se os deuses fossem bons, Lily deveria ter morrido rápida e sem dor.
Soleia esperava que Lily não tivesse sofrido― sua mente facilmente podia inventar uma variedade de cenários em que uma jovem como ela poderia ter sua alma e corpo esmagados pelas circunstâncias. Ela respirou fundo e caminhou em direção à mesa.
Ela poderia muito bem tomar o tônico agora. Segurando a colher fornecida, ela a ergueu e pegou uma colherada, soprando suavemente para esfriá-lo antes de dar um gole cuidadoso.
Hmm. Embora cheirasse doce e fragrante, havia um gosto medicinal amargo que a fez engasgar com o gosto. Mas Soleia sabia que tônicos raramente tinham um bom sabor, então forçou-se a terminar lentamente o resto da tigela, perguntando se poderia pedir à criada para trazer-lhe um copo de água para amenizar o gosto.
Suas pálpebras ficaram pesadas, e um bocejo escapou de seus lábios. Talvez Rafael quisesse incluir algo extra para ajudá-la a descansar. Esse pensamento fez seus lábios se curvarem em um sorriso, e ela voltou para a cama, acomodando-se.
Bem quando seus olhos estavam se fechando de vez, uma dor aguda e cortante envolveu seu corpo, fazendo Soleia arregalar os olhos de choque. Seu corpo instintivamente se encolheu em posição fetal enquanto girava para o lado, tentando parar a dor, mas era inútil. Era como se alguém estivesse repetidamente batendo em sua barriga, antes de esfaqueá-la com facas afiadas. Nem mesmo seu encontro com Ricard e Raziel a tinha feito sentir tanta agonia.
Suas mãos alcançaram sua barriga, e ela a esfregou freneticamente em círculos. Seus olhos lentamente se borraram de lágrimas, e ela avistou a tigela vazia no canto da mesa.
O que ela havia comido? Ela forçou-se a se levantar e se aproximar da tigela, mas outra dor cortante reverberou em seu corpo, forçando-a a desabar novamente na cama.
Era assim que ela morreria, Soleia pensou confusa consigo mesma. Ela ia morrer sozinha e em dor no quarto de seu palácio, porque provavelmente estava envenenada. Um riso histérico escapou de sua garganta. Ela podia sentir seu corpo ficando mais frio a cada segundo.
Esperançosamente, Rafael não ficaria muito chateado com sua morte. Ela esperava que ele não se culpasse.
“Soleia!”
Soleia piscou, perguntando-se se estava alucinando a voz de Rafael. Ele não deveria estar de volta.
A cabeça de Rafael apareceu em sua visão.
“Soleia! O que aconteceu?”
Soleia tentou responder, mas apenas uma dor torturante escapou de sua garganta. Rafael estava quase desesperado― ele imediatamente agarrou sua esposa e ficou chocado com o quão frio seu corpo parecia em seus braços. Ele tinha corrido de volta no momento em que sentiu a dor de Soleia através do anel. Dói muito que ele quase caiu de joelhos em público. Mas de alguma forma, ainda não foi rápido o suficiente. Ele foi saudado com o rosto pálido de Soleia e seu corpo trêmulo.
Seus olhos dispararam para a tigela vazia, e ele soltou um xingamento sob sua respiração. Isso não foi enviado por ele, e ele podia pensar em alguém em particular que adoraria fazer mal a Soleia e ao filho deles.
Sem demora, Rafael rapidamente cortou sua palma e usou o sangue jorrando para estabilizar a condição de Soleia.
“Desculpe, querida, mas aguente comigo por um tempo,” Rafael sussurrou freneticamente enquanto começava a pingar seu sangue em sua boca. A ingestão era o que funcionava mais rápido, e ele não arriscaria cortar Soleia para ter melhor acesso ao interior de seu corpo.
Ele concentrou seus poderes, tentando controlar tanto o sangue dele quanto o dela ao redor da área do abdômen para estabilizar sua condição.
Soleia soltou outro gemido de dor, mas seus olhos se abriram.
“Ra…Rafael?” Sua boca parecia nojenta, e ela tossiu. Para sua surpresa, sangue respingou nos lençóis da cama.
“Querida, por favor, não vomite meu sangue,” Rafael disse suplicante. “Eu preciso dele para te salvar. Beba.”
Confusa, mas confiando nas palavras de Rafael, Soleia apenas relutantemente abriu a boca para ingerir mais uma bocada de seu sangue. Logo, Soleia começou a sentir a dor diminuir. O calor estava começando a retornar aos seus membros, e ela podia respirar com mais facilidade.
Em contraste, Rafael estava suando intensamente, seu lábio superior tremendo com o esforço. Soleia ergueu uma mão fraca e gentilmente enxugou o suor de suas têmporas.
“Estou me sentindo melhor. Você pode parar agora.”
“Não, não,” Rafael disse. “Eu preciso ter certeza de que você e nosso bebê estão bem,” ele disse fervorosamente, sem tirar os olhos de sua barriga. “Deite-se novamente, querida, você precisa descansar.”
Desamparada diante de sua devoção, Soleia se deitou novamente. Parecia que horas haviam passado antes que Rafael finalmente parasse, sua cornalina enfraquecendo. Ele balançou de seu lugar na cama, mais por alívio do que exaustão. Suas pernas haviam ficado dormentes por estar na mesma posição por muito tempo, e ele acabou caindo bem em cima de Soleia.
“Rafael!” Soleia gritou em pânico. “Você está bem?”
Rafael soltou uma risada fraca. “Eu deveria estar fazendo essa pergunta a você. O que diabos aconteceu mais cedo?”