A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 257
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Capítulo 257: Os Fios de Vermelho I
“O Rei vai querer sua cabeça por dizer isso,” Orion disse com um cenho franzido assim que a porta foi trancada.
Eles tinham retornado em segurança aos aposentos de Rafael e Soleia, e Rafael se certificou de lançar um feitiço rápido para isolar o som do quarto deles.
“Olha quem fala,” Rafael disse com um muxoxo. “Não vejo você se importando com falsas gentilezas quando se trata da realeza, especialmente ao falar com o Rei Godwin.”
“E é por isso que sou um criminoso procurado tanto em Vramid quanto provavelmente em Nedour,” Orion respondeu suavemente enquanto cruzava os braços sobre o peito. Sua expressão não mudou enquanto olhava diretamente para o velho amigo. “Quer você goste ou não, o trono virá com a exigência de fornicar com Elinora. Ela vai tentar encantá-lo com seu feitiço.”
“Só por cima do meu cadáver,” Rafael disse.
“Orion tem razão,” Soleia disse com um suspiro. “Você prometeu o mesmo ao Rei Recaldo. Ele vai tentar impor isso a você ou tirar seu direito ao trono.”
“Vamos adiar isso o máximo possível,” Rafael disse. “Ele não pode nos incomodar se eu me recusar a abrir a porta para ele.”
“Seja realista,” Orion disse. “Você não pode se esconder para sempre.”
Com suas últimas palavras pairando no ar, Orion se virou e deixou o quarto. A porta se fechou atrás dele com um pouco mais de força do que realmente era necessário, fazendo com que Rafael e Soleia se encolhessem.
“Do que ele está zangado?” Rafael soltou com uma risada irônica irritada. “Ele não é o único que tem que se enroscar com uma cobra venenosa.”
Soleia mordeu o lábio. Ela concordava com Orion ― eles não podiam se esconder disso para sempre. Mais cedo ou mais tarde, o Rei Recaldo enviaria cavaleiros para arrombar a porta, se necessário. Ela não esperaria nada menos.
No entanto, isso não significava que ela estava bem em compartilhar o marido. Talvez seu nome, claro, mas nada mais que um título falso. Ao contrário de Orion, por quem não tinha amor, ela era imensamente possessiva de Rafael e preferiria quebrar o pescoço de Elinora ela mesma, se tivesse que fazer isso.
Na verdade, isso parecia um plano decente.
“Preciso tomar o trono antes que meu pai pressione por isso,” Rafael disse.
“Ou matá-la,” Soleia murmurou entre dentes, fazendo uma careta.
“Soleia!” Rafael disse, com um suspiro. “Não imaginei que você fosse alguém tão violento!” Então, um sorriso brilhante surgiu em seu rosto. “A cada dia me apaixono mais e mais por você. Vamos matá-la.”
Divertida com a forma como Rafael acolheu entusiasticamente sua sugestão mórbida, Soleia soltou uma risada. Ela balançou a cabeça.
“Não posso dizer que não é tentador,” ela disse. “Realmente é. Mas isso nos tornaria inimigos dos Wynslers.”
Se a casa Wynsler era uma força forte o suficiente para fazer o Rei Recaldo querer desesperadamente tê-los como parentes, isso significava que eles tinham o tipo de poder político que Rafael precisava para governar Raxúvia. Por mais irritante que fosse admitir, isso era muito melhor do que qualquer coisa que Soleia pudesse oferecer como a princesa fugitiva de Vramid.
Ela não tinha terras nem poder em seu nome, apenas uma criança crescendo em seu ventre que carregava tanto o sangue de Rafael quanto o dela. Soleia nem sabia por quanto tempo sua gravidez poderia mantê-la a salvo.
De repente, uma batida ecoou pelo quarto. Soleia e Rafael se viraram para encarar a porta, alarmados. Suas sobrancelhas se levantaram em suas testas enquanto se olhavam cautelosamente. No final, Soleia assentiu, e Rafael foi até lá.
Quando ele a abriu, ficou surpreso ao ver um cavaleiro ali.
“Sua Alteza,” o cavaleiro cumprimentou. “O cortejo fúnebre do Príncipe Ricard e do Príncipe Raziel começará em breve. Sua presença foi solicitada pelo Rei.”
Ele lançou um olhar rápido para Soleia antes de olhar para Rafael mais uma vez.
“É obrigatório,” ele acrescentou. “Mas se Sua Alteza Princesa Soleia não estiver se sentindo bem, ela não precisará comparecer. Sua Majestade entende que ela pode ter alguns sentimentos infelizes em relação aos falecidos príncipes e perdoou sua ausência.”
Rafael estreitou os olhos.
“É mesmo?” ele perguntou. “Um momento.”
Antes que o cavaleiro pudesse responder, ele bateu a porta na cara dele e voltou para o lado de Soleia.
“Vá,” Soleia disse antes que Rafael pudesse dizer qualquer coisa. “Afinal, são seus irmãos, e parece que o Rei planejou algo terrivelmente extravagante.”
Ela gesticulou para a janela, onde puderam ver muitos servos correndo por toda parte. O cortejo fúnebre não foi realizado no palácio real, mas o pessoal do palácio foi mobilizado para os preparativos.
Parecia ser um grande evento, e com razão. O povo de Raxúvia em sua maioria acreditava que o Príncipe Ricard seria o príncipe herdeiro, e o Príncipe Raziel serviria como seu conselheiro. Embora nunca houvesse um anúncio oficial, essa era a imagem que muitas pessoas tinham por muitos anos.
A aparência de Rafael destruiu tudo o que eles tinham preparado.
“Eles podem tentar algo,” Rafael disse. “Não vou deixar você aqui sozinha.”
Uma onda de náusea subiu pelo peito de Soleia. Ela colocou a mão no peito, pressionando os lábios como se estivesse tentando conter algo. Cada inspiração parecia pesada, e levou um tempo até que finalmente se acalmasse.
“Orion ainda está por perto,” Soleia respondeu, sua voz um pouco ofegante. “Eles não ousariam.”
A mandíbula de Rafael contraiu. Finalmente, ele suspirou.
“Tudo bem,” ele cedeu. “Você precisa descansar.” Ele colocou a mão em seu estômago, acariciando a superfície por um momento. “Talvez eu deva pedir à cozinha que prepare um tônico para sua náusea.”
Então, ele se afastou. Em um piscar de olhos, ele fez um corte em sua pele, fazendo o sangue jorrar. Sua cornalina brilhou enquanto ele puxava um fio de carmesim de sua carne, moldando-o em um anel antes que solidificasse.
Os lábios de Soleia se abriram quando Rafael colocou o anel na palma da mão dela.
“Você pode escolher se quer usá-lo ou não,” ele disse. “Não vou forçar você desta vez.”
Um sorriso se espalhou lentamente pelo rosto de Soleia. Ela se ergueu na ponta dos pés para dar um beijo suave na bochecha de Rafael antes de se afastar. Então, ela imediatamente colocou o anel no dedo anular.
No momento em que ele foi colocado, não poderia ser removido, não importa o quanto ela puxasse e puxasse. Mas desta vez, Soleia não tinha intenção de remover o anel.
“É nosso anel de casamento, não é?” Soleia disse com um sorriso, fazendo com que Rafael sorrisse também. “Claro que vou usá-lo.”
Ele segurou a mão dela e beijou as costas dela.
“Descanse um pouco,” ele disse. “Estarei de volta antes que você perceba.”
Soleia assentiu e observou enquanto Rafael saía do quarto. Ela imediatamente afundou no colchão macio, olhando para a porta. O tempo passou rapidamente, e não foi até o estalar da árvore gigante do lado de fora que Soleia voltou a prestar atenção.
Ela se levantou de repente, olhando para fora. Já fazia quase uma hora desde que Rafael tinha saído. Talvez Soleia devesse descansar um pouco antes que ele voltasse. Ela se sentia um pouco sonolenta.
Com isso em mente, Soleia se aproximou do guarda-roupa, planejando encontrar algo que pudesse vestir para dormir. Mas antes que pudesse começar a remover o espartilho, a porta soou com mais uma batida.