A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 243
Capítulo 243: Olho por Olho
“Morra!” Ricard exclamou triunfantemente, totalmente preparado para apunhalar o irmão mais novo na garganta.
Todo o processo de cura acelerada não poderia ajudá-lo se ele morresse de asfixia. Mas sua expressão de triunfo logo se transformou em descrença quando percebeu que não podia dar um passo à frente ― seu corpo suspenso a alguns centímetros do chão no meio do golpe. A espada de sangue que ele havia brandido foi arrancada de suas mãos e caiu no chão.
Rafael havia aprisionado seus membros usando o sangue da cúpula de sangue para envolver o corpo de Ricard. Agora, a única parte de Ricard que podia se mover era a cabeça, e Soleia observava enquanto seus lábios se contorciam em um esgar que não conseguia esconder o pânico em seus olhos.
Ele devia estar esperando ao lado da cúpula, na esperança de emboscá-los no momento em que caísse. Foi apenas o raciocínio rápido de Rafael que salvou suas peles ― e claro, seus poderes fortalecidos.
Soleia olhou para suas mãos entrelaçadas, imaginando como diabos tal feito era possível.
Mas, de novo, ela poderia descobrir isso em seu próprio tempo. Agora, ela se certificava de pensar apenas em fortalecer Rafael, despejando suas próprias energias nele. Ela não sabia se funcionava, mas pelo menos não parecia que ela estava anulando suas habilidades.
“É rude interromper um casal, Irmão,” Rafael disse casualmente. “Você não vê o quanto estamos apaixonados?”
Como para provar seu ponto, Rafael mexeu um dedo, e duas agulhas de sangue se formaram. Elas seguiram alegremente em direção aos olhos de Ricard. Não importava o quanto ele tentasse torcer a cabeça para evitá-las, não havia como escapar do pequeno jogo de Rafael.
Soleia pensou que ele simplesmente arrancaria os olhos de Ricard e seria o fim, mas para sua surpresa, Rafael usou as agulhas para manter os olhos de Ricard abertos, separando suas pálpebras superiores e inferiores.
Aquilo parecia extremamente inconveniente e doloroso. Os olhos de Ricard já estavam começando a lacrimejar pelo esforço. Mas ele não era um combatente altamente habilidoso por nada. Com intensa concentração, ele conseguiu invocar sua espada do chão, mirando-a diretamente em Soleia.
Rafael bufou friamente e acenou com a outra mão livre. Soleia observou com descrença descarada enquanto a espada de sangue de Ricard parecia perder sua forma, antes de se reformar novamente ― só que dessa vez, a ponta estava voltada na direção de Ricard.
“Isso… Isso não pode ser!” Ricard cuspiu, seus olhos arregalados de descrença. “Você é apenas um bastardo, não pode possivelmente controlar este sangue real! Esta é minha espada, feita com meu sangue―”
“E agora está apontada para você,” Rafael interrompeu suavemente. Como se em uníssono com suas palavras, a espada girou calmamente no ar, sua aresta afiada apontando para a boca de Ricard. Com seu corpo imóvel, sua boca era a única coisa que se movia rapidamente.
“Ele é terrivelmente barulhento,” Soleia disse. “Acho que ele deveria ser amordaçado, da mesma forma que ele fez comigo.”
“Ele te amordaçou?” Rafael perguntou, a expressão tornando-se mais fria em um segundo.
Ricard bufou, tentando ao máximo não parecer intimidado. “Eu fiz o que qualquer homem faria. Quem precisa de uma mulher que grita e discute o dia inteiro―”
Com um aceno de dedos, Rafael enviou a espada voando diretamente para a boca de Ricard, fazendo-o engasgar com a intrusão repentina. Então, Rafael deu um sorriso malicioso.
Ele retirou a espada ensanguentada, apenas para transformá-la na forma de um falo masculino, antes de enfiá-la de volta na boca de Ricard.
“Meu irmão, você é um excelente engolidor de espada,” Rafael exclamou. “Sempre soube que você tinha isso em você.”
Soleia não conseguiu se conter com o comentário; ela soltou uma gargalhada estrondosa.
“Finalmente, paz e silêncio, não acha?” Rafael exclamou, orgulhando-se da maneira como fez Soleia rir. “Agora podemos desfrutar do luar. Diga-me, querida. Que outras indignidades meu irmão te infligiu?”
“Além do desprazer de sua companhia, ele me jogou no chão algumas vezes,” Soleia disse, com um dedo colocado no queixo. “Ah, ele me pendurou sobre o oceano enquanto me segurava pela cintura, ameaçando me afogar.”
“Entendo,” Rafael disse.
E sem mais delongas, ele agarrou Ricard pelos membros usando seus poderes e então o jogou para cima e para baixo com grande vingança. Uma cratera logo se formou no chão com a força dos golpes.
“Irmão! Se não puder lidar com isso, me avise e eu paro,” Rafael disse, em tom zombeteiro.
Se Ricard pudesse usar sua boca, estaria gritando de dor pelos golpes. Mas como sua boca estava ocupada, Rafael considerou isso um consentimento tácito e continuou a esmagá-lo contra o chão.
Soleia observava com curiosidade irônica. Quanto tempo esse homem poderia aguentar antes de morrer? Mas então ela começou a se sentir mais fraca, então disse apressadamente a Rafael para parar de brincar com sua comida.
“Apenas acabe com ele,” Soleia disse. “Não quero que nosso bebê seja exposto à presença dele por um momento a mais do que o necessário.”
“Muito certo, minha querida,” Rafael assentiu. “É por isso que você será uma mãe incrível. Podar a árvore genealógica para livrar nosso bebê de parentes irritantes é um verdadeiro ato de amor.”
Então ele se dirigiu a Ricard. “Já que você pendurou Soleia sobre o oceano e ameaçou afogá-la, não me culpe por pegar uma folha do seu livro.”
Ricard então foi pendurado, de cabeça para baixo, em cima de uma espada de sangue. Seus membros estavam espalhados, enquanto sua boca ainda estava ocupada com aquele objeto vulgar. Ele amaldiçoou, mas ninguém pôde entender as palavras em sua boca.
“Não posso te ouvir, desculpe,” Rafael disse com um dar de ombros.
Ricard torceu o pescoço em grande desespero numa tentativa de se libertar, mas apenas o fez parecer um verme no anzol. Soleia só conseguia balançar a cabeça.
Como as mesas viraram. Ela nunca pensou que fosse uma mulher vingativa, mas certas pessoas mereciam seu justo destino.
“Você gostaria de fazer as honras?” Rafael perguntou.
“Mate-o,” Soleia disse calmamente.
“Como minha senhora comanda,” Rafael disse. Com um último aceno de dedos, Príncipe Ricard, seu tormentador, caiu sobre uma espada de sangue tão semelhante à sua. Ele soltou um grito abafado. A ponta afiada perfurou seu crânio com um estalo agudo, e seu corpo ficou imóvel.
Para garantir, Rafael retirou o falo ensanguentado da boca de seu irmão e então o decapitou com um movimento rápido.
“Pronto. Está feito,” Rafael disse. “Soleia, como você se sente?”
Soleia se inclinou e vomitou em cima de seus sapatos.