A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 216
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216: Salvador I 216: Salvador I “Soleia.” O nome dela emergiu dos lábios de Orion em um sussurro trêmulo. “Você está aqui. Eu cheguei a tempo.”
Soleia congelou, meio se perguntando se um dos prisioneiros talvez tivesse poderes para causar alucinações, porque Orion não poderia estar parado bem na frente dela agora, segurando uma espada ensanguentada em sua mão, seus olhos fixos nela com um alívio mal disfarçado. Então, ele caminhou até ela e a agarrou pelo pulso.
“Precisamos ir agora. O tempo está acabando.”
Seu aperto era firme, mas gentil, diferente daquelas vezes em que ele a tinha agarrado com raiva e irritação sob a influência de Elinora. Ele puxou Soleia para fora das masmorras sem explicar mais nada, fazendo com que ela balbuciasse em confusão enquanto apressadamente seguia seus passos, ainda perguntando-se se, de alguma forma, havia tropeçado em um sonho.
“Orion, o que você está fazendo… como você está aqui?” Soleia perguntou. “Você deveria estar em Nedour! Com Reitan! Espere, como está Reitan… ele está bem…”
“Eu vim procurar você,” Orion disse simplesmente. Ele se virou para olhar para ela, e seus brilhantes olhos azuis a encararam com uma sinceridade inegável. “Foi o mínimo que eu pude fazer para compensar meus erros. Venha comigo para Nedour.”
O coração de Soleia pulou em puro choque. Mas Orion não havia terminado. Ele rapidamente respirou fundo, como se estivesse se preparando para a rejeição de Soleia.
“Eu sei que você não tem razões para deixar este lugar comigo, mas preciso lhe contar algo. Ralph― Rafael não é um bom homem. Princesa Nessa e eu acreditamos que ele só quer usá-la para conseguir o trono. Quanto mais tempo você permanecer aqui, maior será o risco para sua vida.”
Ele deu mais um olhar cuidadoso para Soleia, como se esperasse que ela desmoronasse em soluços incoerentes ou começasse a gritar em negação. Quando sua única resposta foi um piscar impassível, ele deu um passo preocupado para trás.
“Soleia? Você está… bem?”
Seu cuidado era tão ridículo que Soleia quis bufar diante da incredulidade da situação. Orion parecia realmente se importar em não magoar seus sentimentos e queria garantir que ela estava bem.
Que estranho giro de eventos. A culpa pelo casamento fracassado deles deve estar corroendo-o por dentro. Um casamento que não teria fracassado, se não fosse por Rafael esconder deliberadamente o aviso de Nessa deles.
Só o pensamento disso a aborrecia novamente. Não foi apenas a vida dela que foi arruinada pela ambição egoísta de Rafael. Orion perdeu quase tudo, desde suas riquezas até seu bom nome.
Ele passou de um renomado general a duque intitulado até ser marcado como traidor, e ainda por cima era um homem procurado.
“Eu sei. Você não precisa se preocupar com minhas emoções,” Soleia disse simplesmente em resposta. “Descobri que ele era um príncipe semanas atrás. Foi por isso que ele me trouxe ao palácio. Ele não podia mais esconder. O Senhor Ralph que ambos conhecíamos… na verdade, não existia.”
O rosto de Orion se nublou, e Soleia sabia que ele, de todos os outros, entendia sua situação naquele momento. Afinal, Rafael lutou ao seu lado por anos.
“Sinto muito por tudo,” Orion disse baixinho.
“Por quê?” Soleia perguntou com ironia. “Não foi você quem mentiu conscientemente para mim. E vamos andando enquanto conversamos. O tempo não está a nosso favor.”
Orion assentiu e acelerou seus passos, ainda mantendo uma mão no pulso dela.
“Lamento por não ter conseguido encontrá-la mais cedo,” Orion continuou. “Deixei Nedour assim que recebi a notícia sobre sua verdadeira identidade, mas ainda era tarde demais. Se eu tivesse viajado mais rápido, teria encontrado você―”
“Você não seria capaz de.” Soleia balançou a cabeça. Ela tinha certeza disso.
O único motivo pelo qual os irmãos de Rafael o encontraram na cidade remota onde estavam era porque tinham a mesma quantidade de recursos para jogar esse pequeno jogo de esconde-esconde. Orion, não importa o quão persistente fosse, era apenas um homem em terra estrangeira. Ele nem saberia por onde começar. Rafael teria feito com que ele corresse em círculos até morrer ou desistir.
Conhecendo a persistência de Orion, a morte seria o desfecho mais provável.
O que significava que Orion devia ter recebido alguma ajuda externa para levá-lo até ali. Havia alguns suspeitos no topo de uma lista muito curta, e um deles tinha acesso direto aos usuários mágicos aprisionados.
“Como você sabia que eu estava no palácio?” Soleia perguntou. “Como você sabia que eu estava nas masmorras hoje?”
“Há fofocas nas tavernas, afirmando que a nova esposa do Príncipe Rafael tinha cabelos dourados e olhos verdes. Eu sabia que só podia ser você,” Orion disse. “E estive rondando o palácio nos últimos dias. Ouvi os homens dos príncipes falando sobre como você tem descido frequentemente para seus experimentos. Então, esperei.”
“E você veio porque percebeu que eu entrei sozinha,” Soleia continuou, entendimento em sua voz. Orion não arriscaria uma confrontação com Raziel agora porque sua prioridade era tirá-la dali.
“Sim. Achei que poderíamos conversar com relativa privacidade,” Orion disse. “Mas não esperava que você fosse atacada. Não deveriam os prisioneiros estar presos para começo de conversa? Como a segurança pode ser tão frouxa!”
“Isso faz com que nós dois fiquemos desconfiados,” Soleia disse. Esse pequeno esquema tinha as ações do Príncipe Raziel escritas por toda parte, mas ela tinha certeza de que o Príncipe Ricard também deveria ter tido um papel nisso. Ele precisava tirar Soleia do caminho antes que Rafael retornasse em glória, cimentando sua posição como Príncipe Herdeiro de uma vez por todas.
Eles emergiram das masmorras. Felizmente, os sons do massacre de Orion haviam atraído atenção indevida, e eles foram deixados abençoadamente sozinhos.
À luz do dia, Soleia finalmente pôde observar Orion. Ele não parecia muito com o homem que ela lembrava de ter visto no dia do casamento.
Seu cabelo havia crescido o suficiente para enrolar na nuca, quase longo o suficiente para um pequeno rabo de cavalo. Suas maçãs do rosto estavam mais pronunciadas, e ele parecia visivelmente mais magro e desfigurado do que antes. Havia uma barba por fazer ao longo de seu maxilar, um contraste marcante com o azul brilhante de seus olhos.
Será que ele não estava comendo ou dormindo na tentativa de encontrá-la? Soleia mordeu o lábio. Não podia perder essa chance. Pelo traje de Orion, Nessa deve ter fornecido alguns recursos.
“Precisamos ir para os portos,” Soleia decidiu. “Tenho ouro. Pegaremos o navio mais rápido para Nedour.”
Orion concordou com um aceno. “É um plano mais fácil do que o que planejei. Eu estava planejando roubar um barco e remar até Nedour, da mesma maneira que cheguei aqui.”
Soleia engasgou. “O que diabos? Isso é ridículo. A Princesa Nessa não lhe forneceu ouro ou recursos para me resgatar?”
De repente, ela duvidava se era mesmo a ideia certa ir para Nedour. Se essa missão de resgate não foi sancionada por Nessa, isso significa que Nedour não a acolheria?
“Eu parti antes que ela pudesse,” Orion disse com um encolher de ombros, mas agora havia um leve toque de constrangimento que infiltrava-se em sua voz. “Estava sem tempo!”
“Meu deus…” Soleia levantou a cabeça aos céus e suspirou.
Parece que a separação não havia melhorado a perspicácia ou o senso de estratégia de Orion. Não é de admirar que esse homem parecesse tão desfigurado e esgotado. Ele não tinha dinheiro para comida e utilizou pura força para chegar direto ao território de Raxúvia para encontrá-la.
“Ok, tudo bem. Eu tenho ouro suficiente para nós dois muitas vezes mais. Vamos.”
***
“Sua Alteza, precisamos nos apressar. Se perdermos a travessia do passo da montanha à luz do dia, teremos que adiar nossa viagem por um dia,” Oliver advertiu enquanto observava seu líder parar repentinamente seu cavalo. Os homens seguiam atrás dele, e todo o grupo parou sem aviso. “Há algo errado, Sua Alteza?”
“Espere,” Rafael disse, sua voz dolorida. Isso foi tudo o que ele disse antes de curvar-se repentinamente com um silêncio aflito.
“Sua Alteza!” Oliver gritou surpreso. Os homens ao redor dele ficaram igualmente alarmados. “Landon, venha rápido e examine Sua Alteza! Ele pode ter sido envenenado.”
Oliver então se moveu para ajudá-lo a descer do cavalo, mas Rafael estendeu a mão para detê-lo. Ele rangeu os dentes e se sentou corretamente no cavalo novamente.
“Não é necessário. Eu não sou o doente.” Seus olhos voltaram-se para seus dedos, onde um anel manchado de sangue repousava inocentemente. Esse era o anel que ele havia feito para si para combinar com o que Soleia usava.
O mesmo anel que estava em Soleia o informava que sua preciosa esposa estava em perigo. Ele precisava voltar agora, missão maldita. Já deveria saber que seus irmãos ou Elinora atacariam quando suas costas estivessem viradas!
“Estou voltando para o palácio.”