A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 120

120: Príncipe Insuportável 120: Príncipe Insuportável Dois dias passaram mais rápido do que a Princesa Soleia gostaria. Nesses dois dias, mais e mais convidados haviam chegado antes do previsto.

Maior parte desses dois dias foram passados enclausurada em seu quarto, quando não estava recepcionando, investigando incansavelmente a fonte de sua magia. No entanto, ela ainda não havia conseguido avançar, e com Orion respirando em seu pescoço, havia apenas tanto que ela poderia fazer antes que ele começasse a suspeitar do que estava acontecendo.

Soleia havia considerado buscar a ajuda do Senhor Ralph novamente, mas sempre que mencionava o nome de Ralph, Orion se tornava estranhamente protetor. Ele não a impedia de ver seu melhor amigo, mas, ao contrário, a expressão abatida que Orion exibia rapidamente dissuadia Soleia de insistir no assunto.

As palavras de sua irmã rapidamente ecoavam em sua mente todas as vezes que Orion Elsher olhava decepcionado pelas janelas.

As línguas vão falar.

Com os dois príncipes raxuvianos hospedados no palácio real de Vramid, Soleia deveria vigiar-se ainda mais do que antes.

Houve uma batida na porta, e Soleia se endireitou. Ela olhou curiosamente; Orion havia declarado que sairia cedo para se preparar.

Ele, como estrela do show, era um participante importante no evento de caça e tinha que chegar aos terrenos de caça com antecedência. Por outro lado, Soleia e as outras damas poderiam chegar uma hora mais tarde, e a maioria passava a hora se arrumando com peles e joias.

“Quem é?” Soleia chamou, quando ninguém se anunciou, erguendo uma sobrancelha com cautela.

“Desculpe o incômodo, Princesa Soleia,” veio uma voz masculina de fora, uma na qual Soleia não conseguiu reconhecer de imediato. “Mas ouvi dizer que você poderia estar precisando de um acompanhante para o evento. Eu me perguntava se poderia ter a honra.”

Seus olhos apenas se estreitaram ainda mais. Ela não conseguia associar um nome àquela voz, e quanto mais ele falava, mais Soleia sentia os pelos de seu corpo se eriçarem. Endireitando suas roupas e mantendo suas anotações em uma gaveta trancada, Soleia dirigiu-se à porta e cautelosamente abriu uma pequena fresta.

“Príncipe Ricard,” Soleia disse, com os olhos arregalados de surpresa. “Perdoe-me, mas eu não percebi…”

“Que eu estaria aqui?” Príncipe Ricard completou. Ele usava um sorriso encantador, mas, por mais bonito que parecesse, aquele sorriso não trazia nenhum conforto a Soleia.

“Sim,” ela disse, abrindo a porta só um pouquinho mais por mero respeito. Afinal, ele ainda era um príncipe. “Eu presumi que você já estivesse no evento.”

Como se para provar seu ponto, Soleia ouviu o som fraco de trombetas ao longe.

“Raziel foi mais cedo em nosso lugar,” Ricard explicou. “Eu tive uma emergência que tive que resolver, o que resultou na minha demora. Então, ouvi das criadas que você ainda está aqui e pensei em procurá-la.”

Ele tentou olhar por Soleia e para dentro do quarto, mas sua ação de espionagem apenas fez com que Soleia apertasse mais a porta.

Quando ele percebeu que ela estava se escondendo dele, Ricard recuou e sorriu deslumbrante.

“O Duque Elsher não está com você?” ele perguntou.

“Ele foi à frente, junto com os demais participantes,” Soleia disse. “Estou prestes a seguir logo.”

“Perfeito,” Ricard disse. “Então, por que não vamos juntos?”

Soleia olhou para o braço que ele estendia, mas não fez nenhum movimento para pegá-lo.

Seria rude recusar seu convite para irem juntos. Afinal, ela era a anfitriã, e o Príncipe Ricard vinha de Raxúvia, um dos mais fortes aliados de Vramid. Seria bom estabelecer um bom relacionamento com o Príncipe Ricard, especialmente quando os boatos o apontavam como o mais provável futuro príncipe herdeiro do reino.

Mas… Soleia sentiu uma pontada. Não havia necessidade de darem as mãos.

Ela saiu de seus aposentos e prontamente fechou a porta atrás de si. No entanto, Soleia se certificou de manter uma distância segura de Ricard o tempo todo, mantendo um braço de distância. Ricard não pareceu se ofender, seu sorriso apenas brilhou enquanto abaixava o braço de volta ao lado.

“Ouvi dizer que este não é seu primeiro casamento,” Príncipe Ricard disse no momento em que começaram a caminhar pelo corredor. “Os rumores são verdadeiros, Sua Alteza?”

“Não é meu primeiro casamento,” Soleia corrigiu. “Mas sempre estive casada com o mesmo homem, o mesmo que é meu marido atual.”

“‘Atual’ implica que haverá outro no futuro,” Ricard disse, fazendo os olhos de Soleia se contraírem de irritação. “Sua Alteza estaria interessada em se tornar uma princesa consorte de Raxúvia? Você seria a esposa de um príncipe, assim como suas irmãs mais velhas.”

“O que você está insinuando, Príncipe Ricard?” Soleia perguntou.

Suas palavras fizeram Ricard parar em seus passos. Seu sorriso de antes nunca havia se desvanecido e permanecia tão vívido e alegre. No entanto, havia uma malevolência subjacente embaixo daquele sorriso que fazia a pele de Soleia arrepiar.

“Orion Elsher pode ser um brilhante general e um duque, mas ele ainda é apenas um plebeu,” Ricard disse. “Você não está chateada, nem um pouco, que suas irmãs se casaram com homens bons e nobres, enquanto você foi imposta a um camponês com um feudo falido? Ouvi dizer que a recente prosperidade de Drakenmire é graças aos seus esforços, não aos do Duque.”

Os lábios de Soleia se apertaram firmemente. Ela de fato ressentia o fato de seu pai ter arranjado um casamento tão horrível para ela, especialmente quando comparado às suas irmãs, mas ela nunca admitiria isso em voz alta. Além disso, Orion Elsher não seria um marido horrível se Elowyn nunca tivesse entrado em suas vidas. Em outro mundo, eles poderiam ter sido um casal feliz.

Agora que Orion havia recuperado sua clareza, esse era o objetivo que Soleia desejava trabalhar.

“Não tenho intenção de deixar meu marido, se é isso que você está insinuando, Príncipe Ricard,” Soleia disse, tentando ao máximo suprimir a irritação que ameaçava transbordar. “Estou contente com como minha vida está agora.”

“Mesmo que você tenha que compartilhar seu marido com outra mulher?”

“Isso implica que um príncipe definitivamente não tomará uma concubina só porque estou casada com ele,” Soleia disse. “Todos sabemos que isso pode não ser verdade.”

Erguendo o queixo, ela começou a caminhar, ansiosa para chegar aos terrenos de caça. Era organizado para ser na floresta logo atrás do palácio real, e eles estavam quase lá. Quanto mais rápido chegassem, menos tempo ela precisaria passar com esse insuportável, arrogante, incorrigível―
“Ouvi alguns rumores, Princesa Soleia, antes de chegar ao palácio,” Príncipe Ricard disse. “É verdade que você se apaixonou por um homem comum, alguém que não é Orion Elsher?”