A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 115
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115: Pesquisa Mágica 115: Pesquisa Mágica Os olhos de Rafael se arregalaram enquanto seu olhar se fixava diretamente na névoa azul, seus lábios se entreabrindo enquanto ele sugava um frio gáspero de ar. Ele tinha ouvido falar disso, até mesmo teorizado sobre, mas ver isso acontecendo com seus próprios dois olhos não era bem a mesma coisa.
A magia se reuniu nas pontas dos dedos de Soleia, exatamente da mesma maneira como Rafael sempre havia visto nos outros praticantes de magia, ele próprio incluso. Ela dançava tão naturalmente, finas faíscas misturadas à névoa capturavam a luz sempre que ela se movimentava, mesmo que ligeiramente.
“Suas anotações,” disse Rafael, suas sobrancelhas levantadas levemente em realização. “Você as salvou do gelo.”
Soleia só pôde olhar para Rafael em silêncio, seus lábios firmemente pressionados numa linha reta enquanto ela, cautelosamente, lentamente, hesitantemente, acenou com a cabeça. A aquamarina que ela usava pulsava. Era uma luz fraca, mas brilhava do mesmo jeito.
“Não tenho certeza se consigo controlá-la, então talvez queira se afastar um pouco,” disse Soleia.
“Não, isto é fascinante,” Rafael respondeu imediatamente. “Um pouquinho de gelo não faria mal. Provavelmente.” Ele fungou. “Não pode ser pior do que dormir ao relento durante a guerra.”
Os lábios de Soleia apenas se torceram num sorriso desviado antes dela estabilizar sua mão novamente. Seus olhos se fixaram na cama, tentando sentir o formigamento da magia nas pontas dos dedos como antes. Em sua mente, ela imaginava o gelo derretendo, o tecido tornando-se macio outra vez, e a geada recuando.
Aconteceu exatamente como ela sempre sonhou que aconteceria.
A camada de gelo que encasulava a cama desapareceu rapidamente. Não se derreteu numa poça, mas simplesmente evaporou no ar, deixando nenhum traço de que alguma vez estivera lá, exceto pelo fato de que ainda estava fria ao toque quando Rafael se aproximou e pressionou sua palma no estrado da cama.
Seus olhos estavam arregalados de surpresa, sua respiração presa na garganta enquanto ele respirava trêmulo. Oliver não tinha mentido quando relatou o que viu. A Princesa Soleia era capaz de criomancia.
“Você…” Rafael começou a falar, encontrando-se sem palavras. “Você pode fazer criomancia.”
“Talvez não,” Soleia confessou, sua voz tão leve que Rafael talvez não a tivesse ouvido se não estivesse ativamente esperando por sua resposta.
Ele se virou da cama para olhá-la devidamente.
“Por que você diz isso, Princesa?”
“Porque,” disse Soleia, erguendo sua mão. Quando Rafael olhou, ele percebeu por que ela parecia tão abatida. “Parece que há um limite na minha magia.”
Não havia mais névoa azul ao redor das mãos de Soleia, e sua aquamarina havia perdido quase todo o seu brilho. Ela agora repousava graciosamente acima de seu peito, bonita como sempre, mas tão simples e comum quanto uma pedra recolhida à beira da estrada.
“Um limite?” Rafael ecoou. “Eu não entendo.”
“Eu… Não tinha certeza se deveria compartilhar isso,” disse Soleia. “Mas acho que já fiz pesquisa suficiente sobre isso.”
Soleia pegou suas anotações e as entregou a Ralph, que lentamente começou a folheá-las. Uma a uma ele leu, e lentamente, o franzir de suas sobrancelhas cresceu.
A letra dela era limpa às vezes, bagunçada em outras, mas cada segmento era cuidadosamente detalhado. Rafael lia, absorto nas notas de experimento que ela havia documentado.
“Tentei várias vezes usar esse poder depois daquela vez contra Florian, mas não consegui nem uma vez,” disse Soleia. “Tentei de tudo — de usar o anel de Florian a trocar por outra aquamarina, e até experimentei com outros cristais conhecidos por ressoarem com criomancia. Nada funcionou.”
“Até hoje,” disse Ralph.
“Até hoje,” Soleia repetiu com um aceno de cabeça. “E não foi com o anel de Florian, então descarta a possibilidade de ter que usar uma pedra específica.”
“Mas seus resultados ainda são inconclusivos,” Ralph disse, devolvendo as anotações para ela. “Há muitas variáveis que não foram testadas.”
“Sim, mas agora tenho uma nova teoria em que acho que posso me concentrar, e talvez precise da sua ajuda.”
Soleia deu um passo na direção de Ralph, seus olhos cintilando de excitação.
Isso poderia ser a maior descoberta de seus estudos até então. Ela vinha mexendo a vida toda, dependente de seus experimentos na esperança de se destacar entre seus irmãos mágicos, apenas para ser desprezada por sua inteligência mortal. Mas isso lhe dava uma alegria como nenhuma outra. Afinal esses anos, suas invenções e pesquisas tinham ido além das criações normais — ela começou a brincar com cristais e magia, e agora, esse conhecimento base poderia ser usado para desenvolver sua própria marca de magia.
“Mas antes de te contar isso, preciso que você prometa manter isso em segredo,” Soleia disse, abaixando a voz. Até sua expressão se tornou séria, o sorriso desapareceu enquanto ela olhava diretamente nos olhos de Ralph.
A maçã de Adão dele moveu-se enquanto ele engolia, nervoso com o jeito que ela o encarava. Soleia estava tão perto — perto o suficiente para que Rafael pudesse sentir o leve perfume dela exalando de seu corpo, misturado com sua fragrância natural.
Ela era intoxicante, e ele encontrou sua garganta seca e sua cabeça leve apenas com esta beleza parada tão perto. Por mais que ele tivesse praguejado contra seus irmãos internamente, no fim, Rafael não era melhor que eles. Ele também era incapaz de resistir aos encantos sedutores dela.
“Posso confiar em você, Ralph?” ela perguntou. O nome dele saiu de sua língua tão fluidamente que Rafael sentiu uma pontada de culpa atravessar seu coração.
Mas, no final, ele não mostrou. Ele simplesmente acenou com a cabeça, sua expressão grave e sombria. “Claro,” ele disse.
“Bom,” disse Soleia. “Porque precisarei da sua ajuda, e não há mais ninguém a quem eu possa recorrer. Não minhas irmãs, e certamente não Orion.”
“Por que não?” Rafael perguntou. “Se há alguma chance de que isso possa ser criomancia, suas irmãs seriam sua melhor fonte de informação, se você não deseja informar seu pai sobre isso.”
“Porque,” disse Soleia, inspirando e expirando profundamente, “tenho motivos para acreditar que não é criomancia que estou fazendo.”
Ela pausou por apenas um segundo antes de esclarecer, “Pelo menos, não é nenhuma criomancia minha.”