A Esposa Roubada do Rei Oculto - Capítulo 114
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114: Eu Posso Consertar 114: Eu Posso Consertar “Parece que eu toquei num ponto sensível”, o Príncipe Ricard disse com uma risada afável. Seu sorriso não chegava aos olhos. “Peço desculpas.”
Príncipe Raziel acrescentou, “Ele vivia caindo de cabeça quando era criança.”
“Desculpas aceitas”, Soleia disse. Seu sorriso se tornou genuíno quando ela viu as portas dos quartos. “E aqui estamos, Príncipe Ricard, seu quarto é à esquerda, enquanto o do Príncipe Raziel é à direita. Se precisarem de algo, é só tocar a campainha ao lado da cama para chamar os empregados.”
Ela fez menção de se despedir, mas o Príncipe Ricard estendeu o braço, bloqueando sua saída.
“E se eu quiser te ver?” Príncipe Ricard perguntou. “Você virá correndo se eu tocar a campainha?”
Senhor Ralph mostrou-se irritado e se colocou à frente, protegendo Soleia do olhar faminto de seu irmão.
“A Princesa é uma mulher casada. Vocês estão aqui para participar do casamento dela. Isso é extremamente inadequado”, ele disse com os dentes cerrados.
Soleia deu uma risada constrangida. “O Senhor Ralph disse exatamente o que eu ia dizer.” Este homem certamente tinha coragem para cortejar uma mulher casada! “Se deseja me ver, será na companhia do meu marido.”
“Que pena”, o Príncipe Ricard falou lentamente, e finalmente entrou em seu quarto. “Raziel, entre para tomar uma bebida, precisamos relembrar os tempos do nosso querido irmão.”
Raziel revirou os olhos, mas seguiu adiante, dando a Soleia um aceno de agradecimento. No momento em que a porta se fechou, Soleia soltou um longo e cansado suspiro. Ela queria desabar contra a parede, mas já que os príncipes estavam apenas a uma porta de distância, obrigou-se a caminhar de volta ao corredor principal.
Senhor Ralph seguiu-a fielmente, mantendo um olhar atento para a porta fechada. Seus pêlos estavam eriçados e ele parecia pronto para começar a rosnar e atacar.
“Ralph, relaxe”, Soleia disse em voz baixa. “Não acho que eles vão sair tão cedo.”
“Não confio neles”, Ralph disse enquanto a apressava de volta ao seu quarto, com um olhar severo no rosto. “Eles são um par de bastardos repulsivos, e você sabe que o Príncipe Ricard está tentando te seduzir.”
Soleia suspirou. “Então ele é um tarado. Infelizmente, ele não é o primeiro homem a dizer essas coisas e nem será o último.” Afinal, até seu próprio primo tinha dito palavras mais obscenas para ela. “O Príncipe Ricard vai acabar levando um tapa um dia com essa boca grande. Nunca conheci um homem que não conseguia entender uma indireta para calar a boca!” Soleia exclamou, esperando fazer o Senhor Ralph sorrir.
Uma expressão tão séria não lhe caía bem.
Mas o Senhor Ralph permaneceu seriamente preocupado ao falar com Soleia.
“Promete-me que não vai se encontrar com eles sozinha, de jeito nenhum. Mesmo os empregados não serão suficientes para protegê-la se as coisas ficarem feias.”
Soleia assentiu, intrigada e contente com a proteção de Ralph. “Claro. Não tenho intenção nenhuma de passar mais tempo com eles.”
Eles chegaram ao quarto dela e o encontraram vazio. Curiosamente, Orion não fez uma visita, mas os olhos de Rafael se voltaram para o quarto semi-congelado. A queda da temperatura era evidente e um calafrio o envolveu na exibição de poder.
“O que aconteceu aqui? O Florian veio se vingar?” Ralph exigiu. “Eu vou arrumar a cara dele até a própria mãe não o reconhecer!”
“Como se ele tivesse coragem. Orion também dorme aqui.” Soleia balançou a cabeça e explicou, “Foi um acidente causado pela minha irmã. Celestina queria me mostrar como conjurar gelo. Ela soube do que aconteceu quando eu enfrentei o Florian.”
“Transformando tudo em uma terra das maravilhas de inverno?” Rafael ergueu uma sobrancelha, gesto para os iciclos pendurados no lustre.
“Ela simplesmente… perdeu o controle”, Soleia disse.
Ela confiava em Celestina, e com o orgulho que sua irmã mais velha tinha, ela jamais teria se atrevido a demonstrar suas habilidades se não acreditasse ter total domínio para começar. Talvez Celestina tivesse sido excessivamente entusiasmada.
“Ela também me deu seu próprio pingente de aquamarina. Olhe.” Soleia levantou a corrente do colar para mostrar melhor a Ralph. “Ela espera que isso me ajude na minha tentativa de dominar a criomancia.”
“Ah,” Rafael disse, tentando se concentrar no pingente em vez da vasta extensão de pele. O pescoço de Soleia era delicado e semelhante ao de um cisne, inconscientemente tentando os homens a pressionar beijos e dar mordiscadas na junção sensível da pele exposta.
Seu rosto escureceu. Era provavelmente o que seus doentes irmãos também estavam pensando.
Soleia notou a mudança em sua expressão e entendeu errado. “É um cristal verdadeiro! Ela não me deu uma falsificação.” Ela ainda não tinha conseguido conjurar um cubo de gelo desde aquele incidente fatídico, mas Soleia acreditava que logo pegaria o jeito.
Seus olhos foram para as suas anotações intactas que não foram afetadas pelo gelo. Mais precisamente, ela saberia como fingir ter criomancia em breve.
“Acredito em você”, Rafael disse às pressas. Ele duvidava muito que a Princesa Celestina tivesse tão pouco controle de suas habilidades. No entanto, se Soleia tivesse acidentalmente ampliado suas habilidades, não seria surpresa que Celestina perdesse o controle, causando esse espetáculo diante dele.
Mas ele duvidava que Soleia soubesse sobre essa habilidade em particular. Seus olhos foram atraídos para a escrivaninha, onde o único local sem gelo eram as notas de Soleia.
Interessante. Deliberado. Característico de Soleia salvar suas anotações em vez da cama ou do guarda-roupa. Rafael queria — precisava — saber como ela fez isso.
“Devemos trazer sua irmã de volta para consertar isso? Está frio demais para dormir aqui com conforto, e se você vai esperar até o gelo derreter, ficará aqui a noite toda. Sem falar que o quarto inteiro ficará úmido…” Rafael disse, deixando sua voz cair de propósito.
“Minha irmã tentou, mas ela não conseguiu consertar…” Soleia mordeu a parte interna da boca, pensando se deveria confiar no Senhor Ralph. Ele sempre esteve firmemente ao lado dela, mesmo quando as chances estavam contra eles.
“Então você quer mudar para outro quarto?” Rafael perguntou.
“Não”, Soleia decidiu. Ela ergueu uma mão para a cama. Névoa azul começou a se reunir em suas pontas dos dedos. “Eu… Eu posso consertar.”