569: A estimada filha do barão (7) 569: A estimada filha do barão (7) “Então eu devo puxar à minha mãe. Não sei como ela é, mas como não sou parecida com meu pai, talvez eu tenha herdado os jeitos dela. Obrigada por tirar um tempo do seu dia ocupado para falar comigo. Desculpa se pareço rude por apressar isto, mas preciso voltar logo para casa e entregar a carruagem à minha madrasta. Disse ao meu pai que ia dar uma volta para espairecer,” disse Alessandra.

“Sua família só tem uma carruagem?” perguntou Edgar, achando a casa do barão mais lamentável do que pensava.

Alessandra não via por que isso era importante agora. “Nós não somos tão ricos quanto você-”
“Certamente não são,” Edgar riu. Havia uma grande diferença na riqueza que ele tinha em comparação às poucas moedas de ouro que Desmond segurava. “Vou te dar uma das minhas carruagens se você puder dizer com confiança que seu pai nunca pegou dinheiro emprestado de sua mãe.”

Alessandra mordeu o lábio. Para alguém que não se importava com o pai dela, Edgar gastava muito tempo falando dele.

“Minhas palavras te chatearam? Pensei que você teria adorado ganhar sua própria carruagem para não ter que compartilhar com sua irmã e madrasta. Vamos seguir em frente para eu não ficar irritado com você. Pensei na sua proposta e ainda não estou convencido desta ideia. Como eu disse, ela te beneficia mais do que a mim. Posso continuar a ignorar as propostas de casamento enquanto você ficará presa aos cuidados do seu pai,” disse Edgar, garantindo que ela soubesse que precisava convencê-lo.

Alessandra não podia argumentar contra o que ele disse. Era verdade que o que ela estava pedindo lidaria principalmente com o problema dela. Um noivado com ela só impediria momentaneamente que alguém tentasse convencê-lo a se casar. Ele também teria que se incomodar com aqueles que se perguntavam por que ele se contentou com a filha de um barão. Havia mulheres de status mais alto com quem ele poderia se casar.

Ele era Edgar Collins. Podia recusar as propostas como quisesse. No entanto, ela estava desesperada para fugir, e ele era a única pessoa com mais poder do que o pai dela para ajudá-la. Ela via o quão temeroso era seu pai quando se tratava do duque. Ele não podia ir contra o que Edgar queria e estaria tão envolvido em pensar na riqueza de Edgar que não notaria que ela estava se preparando para fugir.

“Ajudaria se eu me ajoelhasse e te implorasse?” perguntou Alessandra. Ela faria qualquer coisa para se afastar do pai, mesmo que tivesse que se humilhar.

“Não sou tão vil para fazer uma senhora se ajoelhar por isso. Não se sinta derrotada ainda. Você é a única pessoa há muito tempo que conseguiu passar pelos meus portões. O fato de você estar sentada diante de mim significa que você me divertiu e estou precisando de um bom entretenimento. O único ponto negativo é que, estando noivo de você, eu teria que conviver com seu pai. Isso eu não posso fazer,” disse Edgar.

Ele poderia acabar matando Desmond se ficassem juntos por muito tempo.

“Com certeza você não vai querer que eu mate seu pai.”

“Não precisa chegar a isso. Há momentos em que a futura esposa fica na casa do marido antes do casamento para se acostumar com o que fará no futuro. Se você pedir ao meu pai para me deixar ficar com você, nunca trarei ele perto de você. É esse momento em que gostaria de cortar os laços com ele. O que eu quero é nunca mais encarar meu pai,” disse Alessandra, fazendo um sorriso aparecer no rosto de Edgar.

Edgar bateu os dedos na mesa. Ele adoraria roubar a filha favorita do barão e fazer com que a cidade pensasse que estava noivo, calando todos. Até agora, ela não o havia irritado nem uma vez. Uma tarefa que muitos falhavam em fazer. Ela o surpreendeu em mais de uma maneira e o fato de ela conseguir enganar o barão o agradou.

Seria divertido enquanto durasse tê-la ao seu lado. Ver o quanto mais ela poderia surpreendê-lo e entretê-lo.

“Uma semana atrás, nunca teria entreterido esta conversa com você, mas estou no clima para jogar. Vai azedar o dia do rei pensar que estou me casando com a filha do barão que ele despreza. Aqui,” acrescentou Edgar, empurrando um papel em direção a ela.

Alessandra olhou para o papel, sem saber o que fazer com ele. “Para que serve isso?” ela perguntou.

“É para um contrato. Isso nos manterá, mais importante, cientes do tipo de relacionamento que temos. Servirá como um lembrete de que nosso relacionamento está longe de ser real e estabelecerá as consequências se você tentar tornar nossa união mais do que é. Assim que estiver fora das mãos do seu pai, você deverá deixar esta cidade como pretende, e esse falso noivado terminará. Entendido?” perguntou Edgar, mantendo a mão no papel até que ela o respondesse.

Alessandra ainda estava chocada pelo fato de Edgar estar concordando com isso. Ela pensou que teria que fazer mais para convencê-lo, mas ele já havia cedido e estava mostrando a ela um contrato. “Desculpa. Estou um pouco chocada por estarmos seguindo em frente. Achei que teria que me ajoelhar para te implorar.”

“Você ainda pode fazer isso, se quiser. Seria interessante ver você lá embaixo-”
“Vamos começar a redigir o contrato,” Alessandra o interrompeu para não ouvir suas palavras que pareciam ter outro significado por causa do sorriso dele. “Estou ansiosa pelo nosso falso noivado, Duque Collins.”