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Capítulo 220: Despedida Final
[Mansão Wright]
Já se passaram quase cinco dias, mas Elias não tinha acordado. Os médicos estavam fazendo o melhor que podiam — às vezes ele reagia ou mostrava respostas, mas não havia recobrado a consciência plena, levantando preocupações para todos os envolvidos.
Evelyn suspirou enquanto movia distraidamente sua colher na tigela de salada. Felizmente, seus enjôos matinais não pioraram, mas ela não tinha interesse em comer nada.
Rosalind caminhou em direção a ela, carregando um copo de suco de maçã fresco. Ela balançou a cabeça, vendo Evelyn perdida em um devaneio novamente. Embora Evelyn estivesse agindo bem por fora, ela estava se quebrando um pouco mais a cada dia, e isso partia o coração de Rosalind.
“Avery já saiu?” Rosalind perguntou, sentando-se ao lado dela.
Evelyn saiu de seus pensamentos e acenou com a cabeça em resposta. “Hoje é a reunião mensal do conselho da AWE. Ela saiu com Ian mais cedo.”
Rosalind assentiu com um sorriso. Todos tinham que seguir em frente e se concentrar em seus trabalhos. A saúde de William havia se deteriorado ainda mais, então Gracia assumiu a liderança da Corporação Wright, enquanto Zevian era necessário no Reign. Damien teve que voltar para Arecamia, pois sua missão ainda não estava completa, e Avery estava ocupada lidando sozinha com a AWE.
Rosalind se aproximou e segurou a mão de Evelyn. “Eu sei que isso é difícil, mas você precisa cuidar de si mesma, querida,” afagando sua mão, ela acrescentou, “Elias ficaria triste ao vê-la assim quando acordar.”
“Estou tentando, mas…” Evelyn suspirou alto. Ela estava tentando ser positiva, esperando que tudo ficasse bem. Mas a cada minuto que passava, não conseguia parar de se preocupar com o pior. Ela não podia perder Elias, não depois de finalmente estarem livres de Sophia e seus esquemas.
“Oh querida,” o coração de Rosalind doía por sua nora. Ela se aproximou e a puxou para um abraço.
Evelyn fechou os olhos e tentou conter as lágrimas. Ela permaneceu no abraço de Rosalind por um tempo, seu calor confortando e proporcionando um alívio momentâneo.
“Vamos visitar a igreja e rezar por ele,” Rosalind sugeriu, ainda acariciando suas costas. Ela vinha indo todos os dias e decidiu levar Evelyn com ela hoje, esperando que ajudasse a clarear um pouco sua mente.
Evelyn assentiu e rompeu o abraço. Enxugando as lágrimas, conseguiu um leve sorriso e terminou sua bebida.
Alguns minutos depois, Rosalind sorriu ao ver Evelyn descer após se arrumar. Ela olhou para o mordomo, que assentiu e se afastou para providenciar um carro.
“Devemos buscar Kiana na escola e levá-la ao hospital? Ela ficaria empolgada em encontrar o tio,” Rosalind sugeriu enquanto saíam da mansão.
Evelyn assentiu com um sorriso. A garotinha vinha pedindo para ver Elias também, prometendo que seu abraço mágico poderia curá-lo rapidamente.
Elas se sentaram dentro do carro, e o mordomo curvou-se para elas enquanto o motorista conduzia para fora dos portões principais. Nesse momento, veio uma ligação de Dante, um dos homens de Lucius que estava no hospital.
Evelyn rapidamente atendeu, e Dante a informou sobre a situação. Lágrimas escorriam de seus olhos, seus ombros caindo ligeiramente, preocupando Rosalind.
“O que aconteceu?” Rosalind perguntou em pânico, segurando a mão de Evelyn.
Evelyn virou-se para ela e murmurou, “Eli está acordado.”
“Oh, graças a Deus!” Rosalind suspirou aliviada. Ela rapidamente instruiu o motorista a levá-las ao hospital. Apertando firmemente a mão de Evelyn, ela sorriu para ela, uma onda de alívio lavando-as. A espera finalmente havia terminado.
Demorou quase uma hora para chegar ao hospital, com o trânsito e a distância as atrasando. Assim que chegaram, Evelyn saiu do carro e correu para dentro, seu coração batendo com antecipação e preocupação.
Ela foi recebida pelos homens de Dante na entrada, que seguiram de perto seus passos. Mas ao começar a caminhar em direção à UTI, eles a impedem. “Ele já foi transferido para a sala VVIP, Senhora,” um deles a informou, gesticulando em direção ao elevador. “Por aqui, por favor.”
Evelyn assentiu, mal encontrando sua voz, e os seguiu. Rosalind estava ao seu lado, segurando sua mão para manter seus nervos sob controle. Os pensamentos de Evelyn estavam uma bagunça — alívio por Elias estar acordado, medo por sua condição, e culpa por tê-lo deixado sozinho em um estado tão vulnerável. Suas emoções perpassavam seu rosto, embora ela tentasse manter sua expressão firme.
Quando chegaram ao corredor que leva à sala VVIP, Evelyn notou seguranças estacionados nas portas. A segurança havia sido reforçada, uma precaução necessária, dada aos eventos recentes. Quando finalmente chegaram à sala, Evelyn hesitou. Ela enxugou os olhos, determinada a não deixar que Elias a visse chorando. Respirando fundo, ela se recompôs antes de abrir a porta e entrar.
Lá estava ele — Elias, deitado na cama. Ainda havia instrumentos médicos presos ao seu peito, monitorando seus sinais vitais, mas a máscara de oxigênio havia sido removida. Seus olhos estavam fechados, seu rosto pálido e magro, com as sombras leves do cansaço marcadas em suas feições. Ao som da porta se abrindo, ele lentamente virou a cabeça, percebendo alguém entrando.
Avery, que havia chegado mais rápido que Evelyn, levantou-se de sua cadeira com um sorriso. Quando Evelyn se aproximou, Avery ajudou-a a se sentar no banco ao lado da cama. Rosalind ficou ao lado de Avery, dando-lhe um abraço de lado enquanto ambas olhavam calorosamente para Elias.
Os irmãos se entreolharam, analisando silenciosamente um ao outro. O sorriso de Elias iluminou seu rosto pálido ao olhar para sua irmã. Evelyn, incapaz de conter suas emoções, sentiu lágrimas escorrendo por suas bochechas. Ela virou o rosto, tentando apressadamente enxugá-las.
“Ah, pare de chorar. Eu não estou morto,” Elias resmungou, sua voz baixa e fraca.
“E você deveria parar de usar essa palavra tão casualmente, jovem,” Avery repreendeu seu “gold retriever.” Ela havia chorado pior do que Evelyn, a ponto de os médicos terem-na enviado para fora mais cedo para se acalmar.
“Eu não morrerei antes de vocês, então não se preocupem,” Elias brincou com um sorriso fraco, recebendo um leve tapa no ombro de Evelyn.
“Ow! Você não pode atormentar um paciente, mana,” Elias murmurou, fingindo ofensa. Avery balançou a cabeça mas não conseguiu deixar de sorrir. Era um alívio ver seu animado gold retriever de volta, embora toda a dramatização tivesse sugado sua energia.
Evelyn segurou sua mão, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. Ele estava bem, e ela prometeu silenciosamente a si mesma que não deixaria nada quebrá-lo novamente.
Logo em seguida, a Doutora Samantha entrou, um sorriso formando em seu rosto ao ver Evelyn. Evelyn levantou-se e inclinou-se levemente em gratidão.
A doutora júnior se aproximou de Elias, verificando seus sinais vitais, enquanto Samantha dirigiu-se a Evelyn. “O corpo dele está respondendo bem, mas precisamos observá-lo por mais alguns dias,” ela explicou. Ela detalhou ainda mais sua condição atual, enfatizando como o repouso completo era essencial, assim como sua dieta e outras informações importantes.
“As feridas podem levar tempo para cicatrizar, então certifique-se de que ele não se mova muito. Curvar-se e levantar pesos são terminantemente proibidos.”
“Vou me lembrar disso, Doutora,” Evelyn respondeu e se curvou novamente. “Obrigada.”
Samantha sorriu e se desculpou, sua enfermeira e médica júnior a acompanhando, deixando a família sozinha.
“Vou visitar a igreja, Evy,” Rosalind disse, voltando-se para Evelyn. Ela estava planejando ir antes de receberem a notícia e precisava oferecer sua gratidão por essa bênção.
“Eu vou com você!” Avery entrou na conversa. Com o aceno de Evelyn, as duas saíram da sala juntas, deixando os irmãos a sós.
Evelyn ajustou o cobertor sobre Elias, cobrindo-o devidamente. Sentando-se ao lado dele, ela perguntou suavemente, “Você precisa de um pouco de água?”
Elias balançou a cabeça com um sorriso fraco. Evelyn se aproximou e acariciou seu cabelo, seu olhar cheio de calor e amor. Ela sentia um alívio que não experimentava há dias, enquanto Elias estava simplesmente grato por ela estar bem. Ele jurou silenciosamente que continuaria a protegê-la, não importando o que o futuro reservasse para eles, mesmo que significasse levar mais balas ou iniciar uma guerra contra aquela mulher.
———
Os dois dias seguintes passaram rapidamente, com membros da família visitando Elias regularmente. Avery revezava-se com Evelyn para cuidar dele, enquanto Zevian encontrava tempo entre suas responsabilidades para ficar por algumas horas. Gracia e William também visitaram, mas como William não podia ficar sentado por longas horas, Evelyn insistiu para que não se preocupassem muito e descansassem em casa.
“Ian está a caminho. Você precisa de algo para beber?” Evelyn perguntou a Elias, que balançou a cabeça, sua expressão relaxada, mas fatigada.
Evelyn enviou uma mensagem de texto de volta para Zevian, confirmando sua chegada, antes de voltar sua atenção para a televisão. Eles estavam assistindo ao filme preferido de Elias, um filme repleto de ação. Normalmente, ela teria discutido com ele sobre se envolver em tanto barulho e caos, mas desta vez, ela o deixou aproveitar — afinal, ele ainda estava se recuperando.
Enquanto a dupla passava o tempo, as portas se abriram, e Evelyn sorriu ao ver Zevian. Seu sorriso enfraqueceu ao ver os policiais entrando atrás dele. Elias franziu a testa, já irritado. Ele havia dado sua declaração no outro dia sobre o ataque e presumiu que o assunto estava encerrado.
“Por que eles estão aqui de novo?” Evelyn perguntou a Zevian enquanto ele se aproximava dela.
Zevian segurou gentilmente sua mão e pediu que esperasse. Ele explicou que as coisas ainda não haviam se resolvido e ficaram ainda mais confusas após o incidente com a arma de Sophia. Os oficiais não podiam se conter, já que a situação exigia uma resposta imediata da família.
“Eles estarão aqui?” um oficial perguntou a Zevian.
“Sim. O Sr. Wright e sua esposa estarão aqui em breve,” Zevian respondeu, confundindo ainda mais Elias e Evelyn.
Momentos depois, Lucius entrou na sala, carregando um arquivo. Ainda vestido com seu casaco, Evelyn presumiu que ele acabara de voltar do tribunal. Poucos minutos após a chegada de Lucius, Avery se juntou a eles, e todos esperaram por Gracia e William no crescente silêncio.
“O que está acontecendo aqui?” Evelyn perguntou a Zevian novamente, seus nervos se desgastando, mas ele apenas pediu que ela fosse paciente por mais um minuto.
A atmosfera estava densa de tensão, como a calmaria antes de uma tempestade iminente. Evelyn suspirou e segurou a mão de Elias, preparando-se para o que estava por vir. Ela tentou preparar sua mente, mas seu coração batia com ansiedade.
Quando Gracia e William chegaram, os oficiais logo trataram dos negócios. Gracia ajudou William a se sentar ao lado de Elias, enquanto Evelyn e Avery ficaram próximas ao lado.
“O Sr. Reign solicitou que esperássemos alguns dias mais, mas, infelizmente, não pudemos. É urgente,” o oficial disse, avançando e passando um tablet para Elias. “Sua mãe sofreu um grande choque após o incidente. Após uma série de avaliações médicas, foi diagnosticado que ela está sofrendo de psicose pós-traumática combinada com um estado dissociativo de identidade.”
Elias pegou o tablet, suas sobrancelhas franzindo. Evelyn e Avery se inclinaram um pouco à frente, sua curiosidade tingida de medo. Na tela, havia um vídeo de Sophia sentada no chão de uma cela de prisão. Seu cabelo estava desgrenhado, fios para todos os lados como se não tivesse sido tocado por dias. Olheiras emolduravam seus olhos vazios, que olhavam fixamente adiante, sem reconhecimento ou clareza.
Sophia balançava para frente e para trás, suas mãos segurando o que parecia ser uma boneca, apertando-a com força como se fosse seu salva-vidas. Seus lábios se moviam fracamente, murmurando palavras incoerentes, sua expressão uma mistura assustadora de desapego e desespero.
“Eli, meu bebê,” Sophia murmurou, abraçando a boneca como se fosse seu filho. “Mamãe nunca te mataria. Ela te ama muito. Não escute ninguém, ok?”
Avery franziu a testa ao ver as imagens, seu ceticismo aumentando. Poderia ser mais um ato? Mas o oficial deslizou para o próximo vídeo, mostrando Sophia lutando agressivamente com outra prisioneira que a chamou de assassina. Ela segurava sua boneca com força, murmurando incompreensivelmente antes de correr pelo corredor.
“Você quer dizer que ela enlouqueceu?” Avery perguntou, olhando para o oficial.
O oficial assentiu, seus lábios comprimidos em uma linha fina. Avery não pôde deixar de lançar um olhar para Gracia. Sophia sempre quis enlouquecer Gracia, torturar e desfrutar disso, mas ali estavam eles. A vida havia mudado de direção de uma forma que ninguém poderia prever. O karma finalmente parecia estar atingindo-a, de forma muito dura e severa.
“O psiquiatra relatou que ver você, seu filho, poderia ajudá-la a melhorar. Ficar com ela poderia ajudar em sua recuperação,” explicou o segundo oficial. Ele acrescentou que a condição de Sophia havia piorado significativamente, deixando seu futuro incerto. Embora os médicos não tivessem certeza se ela poderia algum dia voltar à normalidade, acreditavam que a presença de Elias poderia trazer um avanço.
Elias devolveu o tablet, sua expressão ilegível. Após um momento de silêncio, ele olhou para os oficiais e disse, “Vocês podem me fazer um favor?”
“Sim,” um dos oficiais respondeu, inclinando-se um pouco à frente.
“Diga a ela que eu morri no tribunal,” Elias declarou. Sua voz era neutra, mas o peso da emoção por trás dela era inconfundível.
“Mas—”
“Ela é a única responsável por sua condição atual, e eu não quero ajudá-la.” Elias interrompeu, sua voz firme. Ele não queria nenhum laço com ela — não agora, nem nunca. Mesmo que isso fizesse com que ele parecesse um filho ruim aos olhos da sociedade, ele simplesmente não queria vê-la novamente. Isso era karma a punindo por seus crimes, e ele não tinha intenção de impedir isso.
“Por favor, não entrem em contato comigo novamente sobre ela,” ele acrescentou, seu tom final.
Os oficiais trocaram olhares, mas não podiam obrigá-lo. Lucius avançou, oferecendo-se para cuidar do assunto legalmente. Ele assentiu para Zevian antes de acompanhar os oficiais para fora, deixando a sala em um pesado silêncio.
Elias suspirou profundamente enquanto eles saíam. William estendeu a mão e deu um tapinha em sua mão. “Você deve estar cansado. Descanse cedo,” ele murmurou. O relacionamento deles ainda era uma bagunça complicada, mas William ficou feliz que Elias estava dando passos para seguir em frente de Sophia.
Elias assentiu e respondeu, “Vocês deveriam voltar para casa.”
William levantou-se lentamente, com Gracia ajudando-o. Ela compartilhou um breve abraço com Evelyn e gesticulou para Avery cuidar deles antes de conduzir seu marido para fora.
Depois que eles se foram, Avery avançou e gentilmente deu um tapinha na cabeça de Elias. “Você fez a coisa certa, Eli,” ela murmurou com um sorriso suave. “Não pense muito sobre isso.”
Elias assentiu, seu olhar se voltando para Evelyn, que sorriu calorosamente para ele. O peso do passado ainda pairava, mas pela primeira vez em muito tempo, eles se sentiram prontos para seguir em frente, deixar para trás a amargura e a dor, e se concentrar em viver suas vidas pacificamente.