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Capítulo 284: Capítulo 283. ÓDIO PROFUNDO. E OS SÚSSUROS DA CONSCIÊNCIA.
“Saudações, Rainha Danika. Nos encontramos novamente.” Então, a senhora afirmou com um rosto frio e sem expressão.
“Senhora Vetta.” A voz da Rainha Danika se manteve firme, desmentindo o medo interno dela.
Vetta só conseguia continuar olhando para ela. Coza tem a perturbado nas últimas semanas para que cumprisse sua parte no trato. Ela não lhe deu atenção alguma, porque não está matando Danika como parte de um acordo que fez com o monstro, mas porque essa é a sua vingança.
Esta é a sua vingança. Sua dor. Seu ódio. Sua revanche. Ela fará isso sob seus próprios termos. No seu próprio tempo. É por isso que ela está nesse quarto hoje.
O ódio que ela sente por essa mulher. A dor que ela e o pai dela lhe causaram. Aqui está ela, vivendo uma boa vida novamente como uma Rainha, depois de ela e seu pai terem destruído sua vida. Como isso é justo?
Mas, ela trouxe comida quando você estava morrendo de fome na masmorra. Uma voz sussurrou dentro dela.
Aquela voz novamente. Ela começou a odiar essa voz irritante que de repente se apoderou dela desde que saiu do palácio para ‘curar-se’ e ‘viver uma nova vida’.
Ela não tinha essa voz antes, mas de repente ela está lá… dizendo coisas que ela não quer ouvir.
“Você não vai me perguntar o que estou fazendo no seu quarto? Como entrei?” Vetta mostrou os dentes. Não era um sorriso agradável nem um pouco.
A Rainha Danika deu de ombros, “Faria alguma diferença se eu perguntasse?”
“Não, não faria.” A faca escondida sob o peito dela parecia o peso extra que era… lembrando-a do que ela estava aqui para fazer.
A Rainha Danika assentiu com a cabeça. Então, virou-se e caminhou em direção à mesa, “Preciso pegar aquelas ervas, temo. Elas ajudam com minhas costas.” Ela disse casualmente.
Ela arqueou a sobrancelha, “Você não deveria ter dado à luz? Já passou do tempo… se o Rei Lucien realmente é o pai daquela coisa.”
Danika não se deixou provocar. Ela apenas deu de ombros novamente, enquanto despejava sua poção líquida em uma xícara. “Ele está demorando para chegar, mas eu não estou com pressa.”
“Talvez ele não queira vir a um mundo onde sua mãe é um monstro e seu avô…?” Ela soltou uma risada vazia, “nem vamos entrar nesse mérito.”
“Como você tem passado, Senhora?” Danika perguntou com preocupação, “Tem acontecido muita coisa comigo, não pude perguntar.”
Pega de surpresa, Vetta arqueou a sobrancelha e a observou mais atentamente. A preocupação que viu naquele rosto a desequilibrou.
Ela esqueceu completamente de provocá-la quando a ira feroz passou por ela. “Não OUSE fingir para mim aqui, ou eu juro pelos céus, eu vou matar você de uma forma mais dolorosa que a deixará em AGONIA EXCRUCIANTE até você dar seu último suspiro!”
O ódio e a raiva que transbordavam de cada uma dessas palavras fizeram a Rainha Danika se encolher por dentro.
Ela nunca sentiu uma magnitude tão pesada de sentimentos negativos de alguém antes, só teve que usar todo o seu poder para conter seu medo.
“Então, você veio me matar?” Ela perguntou simplesmente.
“Com certeza você não pensou que eu vim aqui para brincar com você ou para parabenizá-la?” Vetta cruzou os braços, “Não acho que você seja tão lenta de raciocínio assim.”
“O Rei vai te odiar se ele descobrir sobre isso.”
“Se ele descobrir.” Ela respondeu facilmente.
“Você me odeia tanto assim? O suficiente para matar-me…?”
Aquela risada vazia novamente. “Se você soubesse quantas vezes tentei te matar no passado, você saberia o quanto eu te odeio, Danika.”
“Você já tentou me matar antes?” A Rainha Danika não ficou tão chocada—ela sabe que a Senhora a odeia muito—mas ainda assim foi um choque.
Vetta levantou os dedos e começou a separá-los um por um enquanto falava. “Eu paguei aquelas mulheres do mercado para te espancarem na praça, elas teriam te matado, mas seu comparsa interveio. Eu planejei com Karandy para te incriminar naquele dia na sala de armazenamento, pena que aquele bastardo foi quem morreu.” ela sorriu maliciosamente enquanto seus olhos encontravam os de Danika, abertos de espanto, “tem mais alguns desses, na verdade. Então, já que você descobriu, pode parar com toda essa falsidade agora.”
Danika ficou sem palavras. Totalmente sem palavras.
“Por que você está me dizendo isso agora?” Ela se forçou a perguntar.
“Porque eu sei que vou te matar hoje. Finalmente.”
“Então, por que você não continua? Por que você está apenas sentada na minha cama? Por que você não faz isso?” A Rainha Danika perguntou em um sussurro.
Vetta deu de ombros, “Estou aproveitando meu tempo com você. Sabe como é? Você saboreia uma refeição deliciosa antes de comê-la? Estou saboreando minha vingança.” ela disse simplesmente.
A mão que segurava sua poção líquida tremia.
Ela colocou a xícara de madeira na mesa e encarou a Senhora diretamente, “Você acha que me matar apagará tudo o que meu pai fez com você? Você acha que me matar fará você se sentir melhor?”
Vetta hesitou pela primeira vez, uma expressão diferente cruzou seu rosto. Mas só por um segundo.
A expressão limpou, substituída pela fria e furiosa, “Eu sei que ver você viva não me faz sentir melhor.”
Isso doeu. A Rainha Danika baixou os olhos para piscar de volta a dor daquelas palavras, ela quase desistiu. Mas algo dentro dela não quer que ela desista.
Silêncio desceu.
“Eu sei que você ama o Rei.” A Rainha Danika levantou os olhos e encarou ela, “Eu sei que você ama o Rei Lucien à sua maneira, Senhora. Eu carrego o filho dele dentro de mim… se você me matar, o filho dele também morrerá. Isso o machucará mais que qualquer coisa no mundo.” Ela sussurrou, sua voz impregnada de dor.
Vetta desviou os olhos, “Ele sempre poderá ter outro com qualquer outra mulher.” ela virou a cabeça bruscamente e encarou Danika, “Graças a você e seu pai, eu não poderei dar-lhe um filho!”
A Rainha Danika balançou a cabeça lentamente. “Ele não pode ter outro, Vetta.”
Ela soltou aquela risada vazia novamente, “Você certamente está se achando demais.”
“Não é isso. O Rei é estéril, tem sido assim pelos últimos cinco anos.”
Vetta arregalou os olhos, “O QUÊ!?”
Ela engoliu em seco, “Quando ele foi tostado… aconteceu. Os videntes disseram que é um milagre estarmos tendo um filho agora…” Ela acariciou seu ventre carinhosamente.
O mundo girava ao redor de Vetta. Ela queria explodir de raiva contra Danika por lhe contar uma mentira daquelas para salvar a própria cabeça, mas de repente, muitas coisas começaram a fazer sentido para ela.
Por que ela nunca engravidou dele nos últimos cinco anos em que foi sua amante, mesmo tomando pílulas de fertilidade, só para engravidar do filho de Karandy depois daquela única vez…
Todas aquelas mulheres trazidas para o palácio e que dormiram lá no ano seguinte à sua escravidão…
Por que ele estava tão feliz quando descobriu sobre essa criança…
De repente fez sentido. Naquela noite, três anos atrás, eles conversavam depois que ele se deleitou com o corpo dela e ele se chamou de “Um Rei que nunca pode ter um herdeiro”.
Naquela época, ela havia ignorado porque pensou que ele não queria um filho… Agora ela sabe que é porque ele não pode ter filhos.
A Rainha Danika observava como a notícia era devastadora para a amante, foi então que ela realmente acreditou que a amante não sabia disso antes.
Mas essa revelação a salvará do ódio e da raiva da outra mulher?
“Por favor, não me mate… não mate nosso filho.” Ela implorou então.
Quando Vetta olhou para ela, Danika realmente desistiu.
Ela viu lágrimas nos olhos de Vetta. Por entre as lágrimas, ela viu sua própria morte nos olhos escuros e soprosos da Senhora.
Então, a senhora se levantou abruptamente e retirou uma faca com uma lâmina longa e afiada. Ela nunca tinha visto aquele tipo de faca na vida, e ela sabe, sem dúvidas, que uma faca como aquela atravessaria o corpo, matando instantaneamente.
Danika teve uma grande vontade de gritar, mas ela abriu a boca e nenhum som saiu. Ela estava muito chocada.
Vetta caminhou em direção a ela antes que pudesse abrir a boca para tentar gritar novamente. Ela colocou a faca em sua barriga, “Eu ouço um grito e eu enterro esta faca no fundo da sua barriga antes de mergulhar pela sua janela.”
A Rainha Danika fechou a boca. Lágrimas encheram seus próprios olhos. Céus, eu vou morrer…!
“Justo quando eu pensei que seu pai já havia feito o suficiente, surge uma nova situação! Como você ousa ficar aí parada e parecer tão justa depois que vocês destruíram nossas vidas!?” Vetta a encarou, seus olhos nadando em lágrimas raivosas.
“Você tem ideia do que passei nas mãos do seu pai!? Você tem alguma ideia do que é viver no inferno por dez bons anos esperando pelo seu próprio dia de morrer!? Você sabe como é ser estuprada por vários homens diferentes todas as noites e não poder fazer nada sobre isso!? Você tem alguma ideia do que é ser chicoteada dia e noite até suas costas ficarem totalmente dilaceradas e rasgadas, cheias de sangue e contusões!!!?”
A Rainha Danika baixou a cabeça enquanto a culpa e a vergonha a dominavam. Não importa quanto ela tentasse dizer a si mesma que não era sua culpa, o sentimento pesava dentro dela.
Vetta não havia terminado. Lágrimas escorreram de seus olhos, “Você tem alguma i-ideia do que é fazer coisas contra sua vontade!? Você tem alguma ideia do que é p-p-precisar tirar uma vida!!? Você sabe como é ser FORÇADA a tirar VÁRIAS vidas!?”
Estava ficando difícil falar para a senhora por causa das lágrimas, “E e-então, mais especialmente, v-você tem alguma i-ideia do que é p-precisar proteger alguém que você ama com t-tudo em você só para alguém surgir do nada e tirá-lo de você…!?
E não só isso, essa mulher é a FILHA do MONSTRO que arruinou sua vida…!!!?
E agora ela está grávida dele, prestes a dar a ele algo que você NUNCA poderá dar!? Você tem alguma i-ideia do que isso s-sente!?”
Danika está chorando abertamente agora, lágrimas caem de seus olhos em ondas.
Vetta também não estava melhor. Ela chorava também enquanto segurava Danika firmemente no braço.
Ela enxugou as lágrimas com raiva dos olhos, “Então, e-eles esperam que você simplesmente j-jogue tudo fora…? Que simplesmente acorde uma manhã e s-siga em frente…? Vetta, a s-santa… por que não apenas deixa pra lá e esquece? Eles f-falam como se fosse a coisa mais fácil do mundo quando é a mais d-difícil…”
Ela olhou Danika nos olhos, “Me diga, Danika, c-como alguém esquece algo assim e simplesmente s-segue em frente…?”
“Mas, é por isso que dói tanto, não é?” A voz de Danika quebrou em sussurros baixos, “Porque você está começando a esquecer? A deixar pra lá? Você está começando a deixar de lado o ódio que segurou por tanto tempo e você o-o-odeia isso em você…?”
“Cale a boca!” Vetta sibilou.
“Você odeia que sabe, no fundo de si mesma, que me matar não vai fazer você se sentir melhor. Você odeia que me matar não vai r-reverter aqueles anos de dor… Você sabe que me matar não vai curar sua dor… Você sabe que me matar não vai fazer o Rei te amar…”
Com raiva, Vetta levantou a faca para o coração de Danika. “Eu juro pelos céus que vou enterrar isso no seu peito se você NÃO parar de falar…!”
Mas a boca de Danika não conseguia parar, “Você odeia que o-odiar a mim não vem mais tão naturalmente como antes… Você odeia que no fundo de si mesma, você sabe que eu não estou p-pretendendo ser quem eu sou. Você odeia que nesses dias você tem que olhar para mim e t-tentar tanto antes de conseguir chamar àquele ódio… Você está se curando, e você odeia isso também… Você desenvolveu uma consciência e você odeia isso também.”
Vetta segurou a faca tão forte até seus músculos doerem. Seus olhos lacrimejantes estavam lançando adagas em Danika.
Então, a Rainha Danika deu um passo para trás dela. Ela se ajoelhou diante de Vetta, ignorando as pontadas de dor que atingiam seus quadris na posição.
“O que diabos você acha que está fazendo…?” Vetta estalou, ainda posicionada sobre ela com a faca pendurada no ar.
“O que eu deveria ter feito há muito tempo.” ela fungou, olhando diretamente em seus olhos, “Eu sou tão t-tão arrependida por tudo. Sinto muito pelo que você passou nas mãos do meu pai. Sinto muito que você teve que viver no inferno por dez bons anos esperando pelo seu próprio dia de morrer. Sinto muito que você foi estuprada e chicoteada até suas costas ficarem todas dilaceradas e rasgadas, cheias de sangue e contusões.
Eu sou t-tão arrep”””,
Sinto muito que o Rei se apaixonou por m-mim quando deveria ter sido você. Sinto muito que eu estou c-carregando o filho dele dentro de mim. Sinto muito que você se sinta tão abandonada e descartada por causa do amor dele por mim. Sinto muito que não podemos nos dizer q-quem amar. Sinto muito por amá-lo com tudo dentro de mim. Sinto muito que m-mesmo que você me mate hoje, eu ainda continuarei a amá-lo.” Ela piscou. Lágrimas choviam de seus olhos. “Eu s-sinto muito que meu pai te transformou nessa m-mulher. Eu sinto muito q-que você teve que viver me odiando por t-tanto tempo. Sinto muito por tudo, Anarieveta…”
Vetta tremia de ponta a cabeça.
A mão que segurava a faca tremia tão mal quanto se estivesse presa a um anel vibratório.
Lágrimas choviam de seus olhos em ondas maciças.
Então, a faca caiu de sua mão. Ela caiu no chão diante de Danika e começou a soluçar intensamente.
Um som enorme e cheio de dor partiu do fundo de seu coração. Ela chorou e chorou e chorou muito mal, ela tremia muito.
Danika rastejou em sua direção e a envolveu com seus braços ao redor do pescoço. Ela estava chorando também, “Eu sinto muito. Muito mesmo…”
Por um momento, Vetta se inclinou sobre ela e envolveu seus braços firmemente ao redor dos ombros de Danika. Ela chorou em seus ombros, soluçando como uma criança cujas dores nunca podem ser descritas. Por um momento.
Então, ela se afastou dos braços de Danika e se levantou. Ela caminhou até a cama, pegou a capa que usava para se disfarçar enquanto se infiltrava e puxou a capa preta para se cobrir.
Ela voltou e encarou Danika com olhos vermelhos lacrimejantes. “N-Não pense que eu t-te deixei i-ir. E-E não pense que eu n-não voltarei. Eu vou v-voltar, e eu vou t-te matar! Só preciso…”
Ela não terminou, fechando a boca com força. Então, ela se virou em direção à janela muito alta e mergulhou por ela.
A Rainha Danika estava sozinha novamente. Com a faca deitada à sua frente.