A Contrataque da Madrasta: Criando um Filho numa Era Passada - Capítulo 622

Capítulo 622: Capítulo 621: Lição

“Rong, sua perna está sangrando!”

Logo após sair da academia de boxe, ouvindo o grito de alarme do seu companheiro, Gong Rong olhou para baixo e viu duas marcas de sangue fresco escorrendo da dobra do seu joelho até o calcanhar.

“Puta que pariu, é tudo por causa daquele maldito cachorro!”

Gong Rong estava fervendo de raiva.

Como boxeador, um ferimento tão pequeno não era nada para ele; mal sentia—era apenas humilhante.

Ele sacudiu a perna algumas vezes, tentando se livrar das manchas de sangue.

“Rong, você foi mordido por um cachorro, você precisa tomar vacina anti-rábica!”

Somente após alguém lembrá-lo Gong Rong percebeu que não era uma lesão normal—poderia levar à raiva!

“Você precisa tomar várias injeções, vai custar vinte ou trinta yuan!”

“Porra!”

Gong Rong ficou ainda mais enfurecido.

Para ele, que não tinha renda, não era uma quantia pequena—ele não podia pagar, então pediu para as pessoas que caminhavam com ele para contribuírem.

Os poucos jovens também eram estudantes de uma escola de artes marciais e mal tinham dinheiro com eles, e estavam relutantes em desembolsar a grana.

“Rong, você deveria pedir para Pei Ziheng pagar, foi o cachorro dele que te mordeu.”

“Além do custo das injeções, você deveria fazer ele te compensar pelas despesas nutricionais e angústia mental. Afinal, os pais dele são grandes chefes, eles têm dinheiro de sobra!”

Os olhos de Gong Rong brilharam.

Mas ele não ousou fazer escândalo na academia de boxe novamente, com medo de ser espancado por Ma Weilong.

Após discutirem por um tempo, decidiram esperar na porta dos fundos da academia, esperando pegar a presa.

A porta dos fundos da academia ficava ao lado do banheiro; Pei Ziheng sempre tinha que ir até lá em algum momento.

Depois de um tempo, Pei Ziheng não apareceu, mas Pei Tang sim.

…

Vendo o Pastor Alemão vigiando em frente a Pei Tang, o jovem não ousou se aproximar, com medo de que o Pastor Alemão também o mordesse—ele não queria tomar uma injeção.

“Ei, irmãzinha, venha aqui, seu irmão mais velho quer falar com você.”

“O que você quer, fale de uma vez.”

Quando Pei Tang ficou parada e se recusou a se aproximar, o jovem tirou um pirulito do bolso, “Quer um doce? O irmão te leva para comprar.”

“Eu não quero!”

Pei Tang revirou os olhos e virou-se para entrar no banheiro.

Vendo que sua pequena dona não caiu na armadilha, o Pastor Alemão sentou-se novamente em seu lugar, observando o jovem de perto com seus olhos pretos como piche.

O jovem assobiou para ele, “Ei, seu cachorro morto!”

O Pastor Alemão mostrou os dentes: “Au!”

O jovem saltou para trás assustado, e após ver que o Pastor Alemão não parecia atacar, finalmente respirou aliviado, agora cauteloso para não causar mais problemas.

Quando Pei Tang saiu do banheiro, notou que o jovem ainda estava lá.

“Irmãzinha, quer ir no McDonald’s? Seu irmão mais velho te convida.”

Pei Tang pensou por um momento e então disse, “Eu quero um sorvete de morango, Fugui quer duas coxas de frango grandes, e um hambúrguer de carne bovina.”

“Claro, sem problemas.”

“Então vamos, Fugui.”

“Au, au-au!”

O Pastor Alemão latiu e posicionou seu corpo na frente de Pei Tang, bloqueando-a de sair com o jovem, como se a lembrasse que o jovem não era confiável.

Somente depois que Pei Tang se abaixou e sussurrou algumas palavras no ouvido dele, ele parou de bloqueá-la, mas ainda assim o seguiu de perto, acompanhando o jovem para fora da academia.

Não muito longe, Gong Rong assistiu entusiasmado enquanto Pei Tang, enganada pelo jovem, deixou a academia.

“Essa pirralha atrevida, ousando mandar seu cachorro em mim—só espere para ver como eu vou lidar com ela!”

“Rong, aqui!”

Um jovem entregou a Gong Rong um pedaço de pau.

Uma lagarta grossa deslizava pelo galho fino.

Embora Gong Rong fosse um canalha, ele não espancaria uma criança de cinco ou seis anos de idade, mas ele não conseguia engolir sua raiva. Então planejou usar a lagarta para assustar Pei Tang.

Qual menininha não teria medo de uma lagarta tão grossa e grande?

Ele simplesmente não via a hora de ver Pei Tang gritando e chorando de terror.

…

“Sua pirralha fedida, agora você caiu nas mãos do irmão, hein?”

Pei Tang olhou para o jovem que a havia enganado para sair, e depois para Gong Rong, que bloqueava seu caminho, “Vocês me atraíram até aqui para me vender?”

Tráfico humano?

Gong Rong ficou atônito, e antes que pudesse tirar a lagarta, a voz estridente de Pei Tang perfurou seus tímpanos, “Socorro!!!”

“Tem um bandido sequestrando crianças!!!”

“Merda, cala a boca, para de gritar bobagem!”

Gong Rong ficou chocado e, quando avançou para tapar a boca de Pei Tang, um Pastor Alemão mordeu ferozmente sua mão estendida.

“Aah—” Gong Rong gritou de dor.

Embora o local onde o grupo estava fosse um beco, o beco não era longo, com ruas nas duas extremidades cheias de gente.

Os gritos de Pei Tang e os latidos altos do cachorro rapidamente atraíram transeuntes em defesa da justiça.

Com o choro de Pei Tang e apontando, Gong Rong e seu grupo foram levados para a delegacia.

…

Shen Mingzhu correu para a delegacia e viu sua filha sã e salva, encostada no abraço do filho; ela imediatamente respirou aliviada.

“Mamãe!”

Assim que viu Shen Mingzhu, Pei Tang atirou-se em seu abraço como se tivesse visto um salvador.

Shen Mingzhu abraçou sua filha apertadamente, prestes a confortá-la gentilmente, mas então ela ouviu sua filha sussurrar em seu ouvido:

“Mãe, eu enganei eles.”

Shen Mingzhu ficou levemente surpresa, mas não fez perguntas imediatamente. Em vez disso, ela arranjou uma desculpa para levar as duas crianças até o carro para conversar.

“Vamos lá, conta tudo, o que exatamente aconteceu?”

Pei Tang foi rápida em falar, relatando tudo sobre Gong Rong levando pessoas à academia para causar confusão, seguido da tentativa de enganá-la.

“…Não só eles intimidaram Ziheng, mas também quiseram me assustar com uma lagarta. Eles eram tão ruins, eu só queria ensinar uma lição a eles!”

Olhando para sua filha indignada, Shen Mingzhu não sabia se ficava com raiva ou se ria.

Ao receber a ligação da delegacia, ela havia se assustado tanto que seu coração quase parou, e ela quase atropelou alguém enquanto dirigia para lá.

Nenhuma mãe consegue manter a calma e controle ao ouvir que seu filho pode ter sido sequestrado.

Seu celular tocou.

Shen Mingzhu atendeu; era Pei Yang ligando.

“Guoguo está bem, foi apenas algumas crianças fazendo algazarra, você não precisa vir.”

Depois de desligar o telefone, as emoções de Shen Mingzhu gradualmente se acalmaram.

“Mãe, eu sei que errei, não fique brava comigo.”

Olhando para sua filha que admitia seu erro diligentemente, Shen Mingzhu perguntou, “Você sabe onde errou?”

“Sim, eu não deveria ter mentido para o tio policial.”

“Isso é apenas um dos erros que você cometeu, você cometeu outro, muito maior.”

Shen Mingzhu instruiu com um rosto severo, “Você sabe como foi perigoso hoje? Se Gong Rong e os outros fossem realmente bandidos, você não teria tido a chance de pedir socorro.”

“Um homem sábio não fica embaixo de um muro perigoso, o que significa, uma pessoa inteligente não fica conscientemente embaixo de um muro perigoso!”

Pei Tang fez beicinho desafiadora, “Eles intimidaram Ziheng antes, e além disso, eu tenho Fugui para me proteger!”

“Por mais que Fugui seja forte, ele só tem a boca para lutar, mas as pessoas podem bater nele com paus. Pense nisso—se Gong Rong e seu grupo tivessem batido nele com tijolos, ele se machucaria? Ainda poderia te proteger se estivesse ferido?”

Ao ouvir sua situação hipotética, Pei Tang olhou pela janela do carro, com os olhos vagando.

O Pastor Alemão sentou-se sobre as patas dianteiras junto à porta do carro, cabeça erguida e peito estufado, como um valente guerreiro guardando a segurança de seu dono.

“Bebê, Fugui é um membro da nossa família, e seu amiguinho também. Enquanto ele protege nossa casa, nós também precisamos cuidar bem dele, certo?”

O rosto de Pei Tang mostrou remorso, “Mãe, agora percebo meu erro.”

“Boa menina.” Shen Mingzhu bagunçou sua cabeça, “Embora seus métodos estivessem errados, sua intenção de proteger seu irmão foi boa, e mamãe quer te elogiar por isso. Você é realmente corajosa, querida!”

Com o elogio de sua mãe, as bochechas de Pei Tang coraram num tom rosado.

Pei Ziheng também estendeu o braço para abraçá-la, “Obrigado por me proteger, Guoguo.”

“Eca, irmão, você fede.”

Pei Tang bloqueou suas narinas com os dedos e escorregou em direção à porta do carro, deixando claro que não queria estar perto dele.

Pei Ziheng parecia calmo por fora, mas suas orelhas estavam vermelhas como se sangrassem.

Como alguém que sempre gostou de estar limpo desde criança, essa era a primeira vez que lhe diziam que ele cheirava mal.

Shen Mingzhu olhou para a expressão abatida de seu filho e riu secretamente para si mesma.

Seu filho sempre gostou de estar limpo. Foi apenas porque ele não teve tempo de tomar banho após o treino hoje que ele ficou com cheiro de suor, sem esperar ser evitado pela própria irmã.