A Companheira Rejeitada de Alfa Retorna como Rainha - Capítulo 793

793: O Retorno 793: O Retorno POV do Yarin:
Eu fiquei chocado e dei vários passos para trás, até caindo da plataforma com a minha pressa.

Ignorando a dor, subi à plataforma de novo, examinando cuidadosamente o menino adormecido. Um estranho sentimento de familiaridade me dominou.

Ele se parecia demais comigo.

Como poderia haver alguém no mundo que se parecesse tanto comigo? Eu tinha certeza de que não tinha nenhum irmão de sangue.

Apesar de eu ter causado uma grande confusão, o menino adormecido continuava inalterado. Sua pele estava rosada, e seu peito subia e descia ritmicamente, como se estivesse profundamente perdido num sonho doce.

Dois itens estavam ao lado do travesseiro do menino: uma pequena harpa com cordas tecidas a partir de fios de ouro e prata e um brilhante enfeite de prata.

Esses objetos eram incrivelmente familiares para mim.

O enfeite de prata brilhava intensamente no ambiente escuro, como que instigando-me a pegá-lo. Eu não resisti e o peguei. Ele brilhava ainda mais intensamente na minha mão.

Por algum motivo, um impulso súbito me preencheu. Era hora de devolvê-lo a onde ele pertencia; ele havia estado ausente por muito tempo.

Portanto, peguei a pequena harpa e coloquei gentilmente o enfeite de prata de volta no buraco no corpo da harpa.

No momento em que o enfeite de prata se fundiu com a pequena harpa, o instrumento começou a tocar uma música suave e encantadora, como se tivesse voltado à vida. Aquelas cordas feitas de ouro e prata não deveriam ter sido capazes de produzir um som tão bonito, mas este era o instrumento da deusa. Não deveria ele naturalmente criar uma música divina?

À medida que a música fluía, pontos de luz semelhantes a vagalumes começaram a se reunir de todas as direções. O ambiente escureceu, exceto o espaço sob a cortina, que brilhava tão claramente quanto o dia sob a iluminação dos pontos de luz.

A pequena harpa flutuava no ar acima da cabeça do menino adormecido. Ele permanecia dormindo, completamente alheio à luz ou à música.

Eu parecia entender quem ele era.

“Embora eu não saiba o que aconteceu, muito tempo se passou…” Murmurei, encarando o adormecido em paz.

“Embora eu sempre quisesse crescer rapidamente, saltar tantos anos de uma vez… Parece que perdi muita vida.

“Além disso, eu devo ser velho demais para a escola secundária agora, certo? Quero dizer, eu pareço muito mais velho… Caramba, que pena. Ainda não fiz muitos amigos. Por falar nisso, venho lidando com vários problemas desde que entrei na escola secundária. Deus, espero que eu não tenha me tornado o novo valentão da escola aos olhos dos meus colegas de classe; isso seria péssimo para a reputação da nossa família…”

O meu solilóquio não teve resposta. Somente a pequena harpa continuou a tocar sua música melodiosa no ar.

Quando o último ponto de luz flutuou na cortina, tudo fora ficou escuro. Tudo além da cortina havia desaparecido, como um sonho se desfazendo com um estrondo ressonante ou poeira se derretendo como a neve. Aqui, não restou nada além de nós.

Eu, e… ‘Eu’.

A música da pequena harpa se acelerou, parecendo me induzir a dar o próximo passo.

Eu estendi a mão para o ar, mas hesitei. E se isso não fosse apenas um sonho? O que enfrentaria quando acordasse, pulando tantos anos no mundo?

Mãe, Pai, Hale, Cynthia, e todos os meus amigos… Eles devem ter mudado tanto, certo?

Eu, que perdi esses anos, conseguiria acompanhar eles?

E… Lily.

Como ela tem vivido todos esses anos? Ela era uma menina forte e independente, provavelmente muito feliz por ter se libertado das amarras da nossa família.

Alguma vez ela tentou entrar em contato comigo? Se fez, ela ficou decepcionada por não receber uma resposta? Deusa, juro que não foi minha intenção negligenciá-la!

Quero que ela seja feliz, principalmente que não fique triste por minha causa!

Mas por mais que eu hesitasse, eu teria de enfrentar a realidade. Eu não podia permanecer neste sonho para sempre, especialmente considerando que ele não era mais apenas um sonho. O espaço fora da cortina havia se desmoronado, e eu não tinha escolha.

“Bem, vou confiar,” eu disse. “Claramente, a deusa não me faria mal. Desde que isso não seja alguma ilusão criada por Azazel, aquele velho trapaceiro é bom em fazer essas coisas caóticas acontecerem.”

Claro, havia uma possibilidade. A deusa mencionou uma vez que a situação de Azazel era semelhante à dela, e ele estava à beira da morte. No entanto, ele não era um deus que podia aceitar a morte tranquilamente. Portanto, não seria surpreendente se ele causasse alguns incidentes caóticos.

Mas eu acreditava que o dom deixado pela deusa não poderia ser duplicado. Ela pode ter partido, mas isso não significava que deuses externos poderiam pisotear sobre a autoridade dela.

Eu não hesitei mais, estendi a mão e peguei a pequena harpa. Num instante, uma luz brilhante floresceu, e senti meu corpo sendo repentinamente puxado, inclinando-se para a frente incontrolavelmente. Eu estava prestes a colidir com o menino adormecido.

Instintivamente, fechei os olhos, esperando o impacto iminente e a dor. Mas tudo que eu senti foi uma sensação tão leve e suave quanto a espuma, junto com o abraço quente de um banho quente.

Acompanhando essa sensação de alívio estava uma exaustão avassaladora. Eu não resisti e gentilmente sucumbi ao sono, fechando os meus olhos.