A Companheira Rejeitada de Alfa Retorna como Rainha - Capítulo 727

727: Interrogação e Pena 727: Interrogação e Pena POV da Carolyn:
O chá quente borbulhava, fazendo com que lágrimas brotassem nos olhos do meu pai.

“Por que você não vai vê-la?” As lágrimas dele pareciam um catalisador, empurrando-me de volta a essa fria e indiferente estranha.

Eu perguntei muito duro, e isso poderia machucá-lo. Eu sabia que não deveria fazer isso ou questionar meu pai. Mas eu não conseguia sentir nenhuma piedade e isso parecia inexplicável até para mim. Eu tinha que descobrir.

Meu pai me olhava suplicante como se quisesse dizer, “Não pergunte”. Mas eu não queria recuar, e não queria mudar de assunto como se nada tivesse acontecido.

Era como se eu tivesse me tornado uma pessoa diferente, possuída pelo espírito da Adele lá em cima ou da bruxa branca pura que morreu décadas atrás. Teimosamente, perguntei, “Por que você a abandonou? Por que a ignorou? Por que a deixou aqui e fingiu que não era a extensão absurda da tragédia que você deixou para trás na sua juventude?”

Vi meu reflexo na janela de vidro, com esses olhos tão frios e uma expressão tão séria, como se eu não fosse sua filha mas um juiz de outra época julgando seus pecados.

No reflexo da janela, transformei-me numa criatura que desmontava a frágil defesa psicológica de meu pai. Ele baixou a cabeça e agarrou o cabelo com força, deixando escapar um gemido desesperado de sua garganta apertada.

As lágrimas dele deveriam ter secado quando a guerra acabou, e sua esposa faleceu, mas o fantasma de décadas atrás trouxe de volta a generosidade que ele ainda não havia utilizado.

“Eu… eu… eu não sei. Eu não deveria ter feito isso…” Ele chorou, se controlando como se tivesse medo de alarmar os outros na sala.

Mas mesmo que ele chorasse alto como uma criança, não importaria porque ninguém zombaria de um duque, um Alfa. Eles fingiriam não ver e então esqueceriam o gosto das lágrimas para sempre quando saíssem desta sala.

Meu pai se desmanchou. Suas defesas emocionais, erguidas desde que ele chegou aqui, eram como um prédio condenado marcado com um ‘demolição’ escarlate. Meu questionamento foi o explosivo final, destruindo sem esforço toda a proteção guardada.

“Anna, me desculpe. Peço desculpas a você e a nossa filha, Adele… Eu sou um b*stardo. Eu fingi que estava tudo bem, mas eu a arruinei, eu a arruinei—”
“Você não a arruinou; a própria Adele se arruinou.” Ouvi-me dizer friamente, uma voz que não soava como a minha. “Mesmo que não fosse o que ela esperava, ela se arruinou mesmo não tendo escolha. Você nem sabia que ela existia, então você não teve a chance de fazer nada. Já era tarde demais quando você descobriu tudo.”

Meu pai olhou para cima em choque. Lágrimas e ranho o fizeram parecer um galo velho encharcado, lamentável e desprezível.

“É isso que você diz a si mesmo, não é? Estes são os fatos, então você pode fingir que não fez nada de errado e que estava atrasado. Kafka levou sua filha embora, impedindo você de ter uma relação pai e filha.

“Você já implorou à rainha para tratar bem dela, o que era mais do que justo. Mesmo que ela carregue seu sangue, mesmo que seja a única filha restante do seu amor passado, o passado se foi. A guerra acabou, e sua amante faleceu. Este fruto de um amor absurdo não é o que você esperava e, naturalmente, não é mais sua responsabilidade.”

Pare, por favor pare.

Ouvi-me gritar dentro da minha mente.

Pare de dizer isso; ele já estava desmoronado. Essas acusações extremas não mudariam nada!

Mas meu coração parecia se dividir em duas partes. De um lado, eu não queria ser tão extrema; Do outro, eu retrucava, “Eu não estou certa no que eu disse? Isso não é apenas uma desculpa que ele se deu?”

O coração de um lado zombou do coração do outro, dizendo: “Você está o defendendo apenas porque ele é seu pai. Se você estivesse trancada aqui hoje, entenderia a indiferença e a evasão dele como tendo boas razões?”

Era muito duro; julgava primeiro meu pai e depois a mim. Mas o que dizia não estava errado—Eu naturalmente o defenderia porque ele era meu pai!

Eu pude dizer aquelas palavras frias a ele, o que também mostrava que eu estava condenando suas ações, certo?

No momento em que me dei conta disso, uma tontura grave me atingiu de repente e o detector de magia na mesa de centro começou a apitar agudamente, com o ponteiro oscilando descontroladamente.

As pessoas se assustaram, olhando em volta, e eu não pude deixar de ajoelhar no chão, sentindo como se algo estivesse puxando meu cérebro à força, tentando arranca-lo do meu corpo.

“Você está bem?”

O guarda prisional se aproximou cautelosamente de mim e, ao mesmo tempo, os passos na escada se tornaram caóticos. No momento em que a Mestre Mary apareceu, um lobo negro gigante de repente atravessou a janela, evitando habilmente a obstrução dos guardas, e pulou em cima de mim, mostrando seus dentes afiados.

Eu não consegui reagir, e o lobo negro de repente soltou um uivo alto, que parecia raspar contra meus tímpanos como uma dor aguda, atingindo diretamente meu cérebro.

Parecia que eu ouvia alguém gritando de dor, e então a sensação de puxamento em meu cérebro desapareceu.