A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 67
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67: Distração na Taberna 67: Distração na Taberna ——-~♡~——–
Na Terra dos Condenados…
Donovan se acomodou em um banco de madeira resistente perto de uma lareira na taberna, com Lothar e Aqueronte como seus companheiros para a noite. O fogo crepitante os banhava em um calor reconfortante enquanto eles tiravam seus mantos e ocupavam seus lugares.
“Essa é a vida dos homens,” Aqueronte esfregava as mãos com entusiasmo, ansioso para aquecê-las nas chamas.
A atmosfera da taberna estava viva com o suave zumbido de conversas, pontuado por ocasionais explosões de risadas e o tilintar de colheres de madeira contra tigelas de barro. Para evitar chamar atenção desnecessária, dado a presença de seu Alfa, eles haviam selecionado uma mesa isolada atrás de uma das pesadas cortinas.
“Vimos aqui para afogar nossas mágoas,” Lothar se reclinava em seu assento enquanto explicava a Donovan. “E você, meu amigo, precisa de um pouco dessa cerveja para desabafar. Antes de nos sobrecarregar com os detalhes, claro.”
Lothar assobiou para uma garçonete por perto, chamando sua atenção. Ao reconhecê-lo, a jovem se aproximou de sua mesa com um sorriso cúmplice.
“Canecas de cerveja para todos vocês?” Ela perguntou, alcançando a caneca de estanho em sua cintura. Lothar assentiu, jogando um punhado generoso de moedas sobre a mesa, o que era mais do que suficiente para cobrir o pedido deles.
“E também, não se esqueça de nos trazer uma porção daquele ensopado saboroso que está fervendo na lareira hoje. Hoje foi nada menos que caótico.”
Aqueronte adicionou, seu estômago roncando de antecipação. A garçonete inclinou a cabeça em reconhecimento e pegou as moedas na mesa, sua saia rodopiando enquanto ela se apressava para atender ao pedido deles.
O olhar de Lothar varria o interior rústico da taberna, observando as vigas de madeira ásperas e as paredes de pedra que pareciam absorver as luzes douradas e quentes das velas.
Os poucos braços de ferro que pontilhavam a parede lançavam um brilho âmbar e fraco, iluminando cada canto do ambiente. “Este lugar não mudou muito,” ele observou, um tom de nostalgia em sua voz. “Devemos trazer Neville aqui na próxima vez, mostrar a ele como é se divertir.”
Donovan permanecia calado enquanto ouvia Aqueronte e Lothar conversarem. O leve aroma de cerveja e carne assada permanecia no ar, mas Donovan não tinha apetite para nada disso. Suas orelhas aguçadas tremiam cada vez que ele captava comentários sutis dos convidados, e ele murmurava.
“Trinta batimentos.”
“Hm?” A súbita observação o pegou de surpresa, interrompendo a conversa deles enquanto eles se voltavam para ele, intrigados. As sobrancelhas de Lothar se franziram em curiosidade, e os olhos de Aqueronte se estreitaram levemente, como se buscando esclarecimentos.
“A taberna contém trinta pessoas,” ele explicou, um sorriso suave brincando em seus lábios. “Isso significa que é grande o suficiente para acomodar trinta convidados e um pouco mais. Não liguem, é um hábito.” Ele se inclinou na curva de seu braço, seu movimento relaxado e sem esforço.
Foi então que a garçonete retornou, colocando as tigelas fumegantes de ensopado e as canecas transbordantes de cerveja diante deles.
Reconhecendo seu Alfa, ela lhe entregou duas canecas de cerveja. “E para você, Alfa. Esta é por conta da casa.” Ela sorriu graciosamente e se afastou. A mandíbula de Aqueronte caiu em consternação com o privilégio do Alfa, e ele revirou os olhos para o céu em exasperação.
Os olhos de Lothar brilharam de diversão enquanto Donovan erguia sua caneca, “Vá com calma, meu amigo,” ele advertiu. “Afinal, esta é sua primeira vez.”
Os olhos verdes de Aqueronte cintilaram com travessura enquanto ele olhava para a segunda caneca. “E qual é a dos dois copos, afinal? Você acha que é algum tipo de conhecedor de cerveja? Não se preocupe, eu cuido de você.” Ele estendeu a mão para pegar a caneca extra, mas a mão de Donovan disparou, bloqueando sua primeira tentativa com um tapa firme, porém gentil.
“Ei!” Aqueronte exclamou, retirando a mão imediatamente.
“Não toque,” Donovan aconselhou gentilmente. Ele deu um gole em sua caneca, sua expressão pensativa. “Nada mal,” ele pronunciou, seu tom equilibrado.
Sua opinião sobre a cerveja era na verdade ambivalente, porque ele não estava nem fortemente a favor nem contra ela. Mas se alguém lhe oferecesse uma caneca, ele não recusaria. Ele só concordou em se juntar a Lothar e Aqueronte por causa do seu desejo de se distrair da realidade iminente. Sua companheira se casaria com Lennox amanhã, um homem que claramente não a merecia. A ideia dela caminhando ao altar em direção àquele canalha era difícil de engolir.
O que mais o incomodava era que sua companheira não abominava a ideia de se casar com alguém que não fosse ele, e pior, ela escolheu Lennox entre todos. Ele não conseguia se impor, não importava o quanto seu coração doesse com a ideia de perdê-la quando ele apenas a encontrou.
Por isso ele escolheu vir aqui para distrair seus sentidos de tudo que tem a ver com ela.
Se casar com Lennox trouxesse alegria a ela, então ele suportaria a dor em silêncio, contanto que ela estivesse feliz, mesmo que isso significasse que ela não estaria ao seu lado.
A deusa da lua é realmente cruel.
Em um estado de agitação, Donovan inalou o aroma terroso da cerveja antes de tomar um longo e seco gole que deixou Aqueronte e Lothar atônitos. O sabor amargo da cerveja parecia lavar alguns dos pensamentos amargos que atormentavam sua mente.
Enquanto ele alcançava a segunda caneca, sua mão parou no meio do caminho, interrompida por uma voz repentina e estrondosa em sua mente.
“Companheira.”
A palavra ressoou em seus pensamentos, falada em um tom profundo e comandante que lhe causou arrepios na espinha. Era a voz de seu lobo, ainda que fosse diferente de tudo o que ele havia ouvido. O som era instintivo, primal e intensamente perturbador.
A mão de Donovan permaneceu suspensa no ar, sua mente girando com a intrusão inesperada.
Ele ouviu certo, ou a cerveja estava começando a afetar seu modo de pensar após ter tomado uma caneca?
Lothar e Aqueronte estavam aproveitando sua refeição enquanto também se envolviam em uma conversa que não despertava o interesse de Donovan. Ele acabou se convencendo de que deve ter ouvido errado, atribuindo a estranha voz à influência da cerveja.
Afinal, seu lobo nunca tinha falado com ele antes, e a última vez que conversaram foi durante sua primeira transformação quando criança.
Pegando a segunda caneca e elevando-a aos lábios, a mão de Donovan hesitou a poucos centímetros de seus lábios quando o mesmo rugido comandante ecoou em sua mente. “Traga-me minha companheira, ela precisa de nós!”
“Filho de uma cabra sem mãe,” a exclamação suave de Donovan chamou a atenção de Lothar e Aqueronte.
Acheronte interpretou isso como uma contribuição para a conversa deles, e ele assentiu em acordo. “É, eu também ouvi que ele era filho de uma cabra sem mãe!”
“Não foi isso que ele quis dizer,” os olhos de Lothar rolaram para o céu quando ele percebeu que Aqueronte havia assumido erroneamente que Donovan estava participando de suas provocações sobre um transformador sobre o qual estavam discutindo.
“O que aconteceu?” Lothar perguntou, preocupação gravada em seu rosto. “Você parece que viu um fantasma. Lembrou de algo?”
“Não,” Donovan balançou a cabeça lentamente. “Meu lobo acabou de falar comigo, pela primeira vez depois de tantos anos.” Ele disse, largando a segunda caneca. “Meu lobo e eu temos estado afastados, mas ele acabou de falar comigo e mencionou minha companheira.”
Os olhos de Aqueronte se arregalaram, e Lothar sufocou um gás. “Você encontrou sua companheira???”
“Sim,” a resposta de Donovan soou hesitante. “Eu já tinha encontrado antes, mas ela está… se casando com outra pessoa amanhã.”
Aqueronte se levantou e olhou para Lothar. “Eu acabei de conectar mentalmente com Neville para pegar as cordas e aquela poção para dormir que ele tem. Acho que vamos precisar de uma máscara, ou é desnecessário já que ela vai ver nossos rostos de qualquer forma?”
“Desnecessário,” Lothar respondeu após uma reflexão cuidadosa.
“O que vocês dois estão planejando fazer?” Donovan perguntou, confusão estampada em seu rosto.
O sorriso travesso de Aqueronte era inconfundível enquanto ele soltava a bomba. “Bem, o que você acha? Não disse que você acabou de encontrar sua companheira? Vamos invadir esse casamento amanhã e sequestrá-la.”