A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 62
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62: Cordeiro de sacrifício 62: Cordeiro de sacrifício ——-~♡~——-
“Meu pai sofre da síndrome de Noctisveil,” Leonardo começou, depois de se acomodar na cadeira de madeira da torre de física. “É uma… uma aflição familiar, realmente. Uma doença incurável que devasta lentamente tanto o sistema respiratório quanto o muscular, enfraquecendo o corpo ao longo do tempo até…” Ele hesitou, as palavras presas em sua garganta como um nódulo doloroso.
“Eu sabia que era hereditário, mas… nunca pensei que meu pai seria tão azarado. Ele escondeu a verdade de mim e, embora eu entenda o motivo, ainda me queima toda vez que penso sobre isso.”
As palavras de Leonardo estavam impregnadas com um sentido de traição que ainda persistia, sua raiva e frustração fervilhando logo abaixo da superfície.
Os olhos de Esme se arregalaram em choque, incapazes de compreender o que ele acabara de lhe contar. Ela tinha esperado muitas coisas, mas não isso. Não uma doença terminal que pairava como um espectro sobre a calorosa família de Leonardo.
“Ele tem estado doente toda a sua vida, eu acho, é por isso que ele parece do jeito que parece.” Leonardo explicou, sua voz tingida com uma mistura de tristeza e afeto. “Aprendi que ele nunca quis uma companheira durante seus anos mais jovens, porque ele não achava que haveria alguém que o quisesse devido à sua condição. Mas então minha mãe entrou em sua vida, e ela tem sido o ponto de luz na escuridão de nossa família. Ela nasceu beta, então ela é sempre ativa, é por isso que faz várias coisas com facilidade sem enfrentar a exaustão.”
“Sinto muito ouvir sobre a condição deles.” O rosto de Esme refletiu sua simpatia, e seus olhos se encheram de uma profunda preocupação. “Gostaria de poder fazer algo para ajudar.”
A resposta de Leonardo foi um pequeno sorriso saudoso, e foi a primeira vez que ele sorriu para ela. “Tudo bem. Eles preferem manter suas lutas em privado de qualquer forma, então eu apreciaria se você guardasse isso para si.”
Esme assentiu solenemente, sua mão se erguendo para cruzar seu coração em um gesto de promessa. Não era seu lugar dizer o contrário se eles não querem revelar seu fardo.
“De qualquer forma, como você planeja fazer sua grande fuga?” Ele mudou de assunto, pegando um frasco vazio da mesa de trabalho dela. Seus dedos tamborilavam um ritmo suave no vidro enquanto perguntava, “Você conseguiu o orçamento necessário para essa fuga? Você tem um destino em mente? Você traçou as rotas mais seguras?”
Esme pressionou seus lábios em uma linha fina, e ela sorriu timidamente. “Eu não fiz nada disso.” Ela admitiu. “A fuga foi uma decisão que tomei por impulso. Viu? É por isso que preciso da sua ajuda, consigo pensar em outras coisas quando estamos juntos.”
“uh-huh, não sabia que você tinha reservado meu cérebro como seu plano de contingência.” Sua resposta foi sarcástica, mas Esme deixou passar suas palavras já que ele estava disposto a ajudá-la.
Enquanto isso, sem que Esme e Leonardo soubessem, Dahmer rondava do lado de fora da porta, com os ouvidos pressionados contra a madeira enquanto espionava a conversa.
“Ela quer fugir?” Ele sussurrou para si mesmo, sua expressão incrédula enquanto sua mente corria com as implicações. “E com quem ela está conspirando?”
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No topo de uma colina ondulante, Kangee havia mapeado toda a floresta, seu olhar perspicaz e escuro varrendo o vasto terreno. Após completar sua tarefa, o corvo voou de volta para seu mestre, que estava sentado em contemplação serena no topo da colina, com as pernas cruzadas em posição de lótus.
Quando Kangee pousou ao seu lado, transmitiu as informações coletadas com um grasnado suave.
“Sem demônios malignos à vista, mestre.” Ele relatou, provocando um hum suave de reconhecimento de Donovan.
A ponta de seus lábios se curvou em um sorriso astuto, insinuando um plano em formação. “Certamente não é justo que todos estejam escolhendo se esconder. Talvez seja hora de eu convocar Eugene,” ele ponderou em voz alta, para confusão de Kangee.
No entanto, o sorriso nos lábios de Donovan desapareceu tão rapidamente quanto apareceu. Kangee alçou voo, e as sobrancelhas de Donovan se franziram ao sentir uma presença inesperada atrás dele.
A coisa peculiar era que essa presença não ativava seu instinto de perigo. Em vez disso, a sutil vibração na terra sob seus pés o alertou para a aproximação estável do estranho.
O suave farfalhar das folhas e a sutil mudança no ar anunciaram a presença do Senhor Irwin, e sua voz gentil continuou com a brisa. “Eu tinha a sensação de que te encontraria aqui,” ele disse, suas palavras pairando no silêncio.
No entanto, Donovan permaneceu imóvel, de costas para o intruso.
A cautela do Senhor Irwin era palpável enquanto ele acrescentava, “Isso poderia acabar mal para mim se eu me aproximasse do demônio errado.” Embora seu tom fosse medido, Donovan sentiu uma confiança quieta por baixo de suas palavras, um indício de que esse intruso estava bem ciente de com quem estava falando. A voz do homem era estranhamente familiar, ainda que a memória de Donovan falhasse em identificá-la.
Ele se levantou, seus movimentos fluidos e deliberados enquanto sua imponente figura se desdobrava como uma estátua escura e imponente. Ele se virou para o Senhor Irwin, que o olhava com um olhar inabalável. Apesar do potencial perigo de estar perto dele, a expressão do Senhor Irwin permaneceu serena, um cumprimento calmo se espalhando por seu rosto.
“Há quanto tempo, Donovan Morgrim.” Ele se referiu a ele pelo nome completo, e em um instante, uma lâmina estelar materializou-se, sua lâmina brilhando com uma luz sobrenatural enquanto repousava ameaçadoramente contra o pescoço do Senhor Irwin. Mas o homem não se abalou, mal revelando um único sinal de medo.
Donovan, por outro lado, parecia incomodado com o pensamento de alguém se referir a ele pelo nome completo.
“Quem é você?” ele exigiu, sua voz baixa e ameaçadora. “Você tem muita coragem vindo aqui.” Seu aperto na lâmina estelar estava firme, mas ele não conseguia se obrigar a atacar. Seus instintos estavam em guerra com sua mente racional, impedindo-o de desferir o golpe mortal. Enquanto isso, o Senhor Irwin não se importava com suas ameaças, e com uma empatia profunda e quase triste, seu olhar absorveu a intrincada teia de marcas da maldição que marcavam o corpo de Donovan.
“O que você fez consigo mesmo?” Ele perguntou, seu tom gentil e impregnado de pura preocupação, apesar da lâmina ainda pressionada contra seu pescoço. “Este fardo… pode te matar.”
“Não preciso de um homem terminalmente doente me dizendo o que pode ou não pode me matar,” ele rosnou. “Quem é você, exatamente?”
Kangee também grasnou, exigindo que o Senhor Irwin respondesse ao seu mestre antes que seu destino fosse selado. Kangee conhecia muito bem o comportamento temperamental de seu mestre, e contanto que um Illyrian que não seja sua companheira se aproximasse dele, essa pessoa seria recebida com um julgamento rápido e implacável.
O instinto de Donovan o teria levado a derrubar o Senhor Irwin no momento em que sentiu sua presença, não fosse por alguma restrição desconhecida.
“Como você pode ter se esquecido de mim?” O olhar de Irwin se suavizou. “Quinze anos atrás foi há muito tempo, e você ainda era uma criança, mas você não se lembra do que aconteceu quando eu te visitei no calabouço?”
Ao mencionar o Calabouço, a palavra despertou uma memória há muito adormecida na mente de Donovan. Enquanto a aura e a voz de Irwin ressoavam com reconhecimento, a postura de Donovan enrijecia, seus músculos tensionados sob sua pele. Ele não conseguia visualizar, mas era um momento escuro e ameaçador pelo qual ele desejava nunca ter se lembrado – as celas de ferro, o tormento agonizante, e as inúmeras noites sem dormir naquelas paredes frias e implacáveis. Então havia esse homem, que o visitou – um homem em quem ele ousou confiar depois de conhecê-lo apenas uma vez.
“É…” Donovan começou, sua voz hesitante, como se a frase estivesse sendo arrastada das profundezas de sua consciência.
No entanto, o olhar de Irwin permanecia focado nas marcas amaldiçoadas gravadas na pele de Donovan, seus olhos cheios de profunda preocupação. “O que exatamente você fez consigo mesmo?” ele perguntou. “Você nunca teve tantas marcas antes. Quantas maldições você está tentando domar? Elas vão te consumir por dentro e você pode morrer…”
“Vá embora,” Donovan ordenou, agilmente retratando a lâmina estelar do pescoço de Irwin. Ela desapareceu no ar em seguida, e ele deu um passo deliberado para trás. “Não tente interferir nos meus assuntos, a menos que você sofra as consequências. Você quebrou a promessa que fez para mim, Irwin – uma promessa de nunca mais aparecer diante de mim.”
O olhar do Senhor Irwin vacilou diante do lembrete, “Você não vai perguntar sobre—”
“Não,” ele respondeu prontamente, fazendo com que Irwin o olhasse. “Eu não quero saber se ele está vivo ou morto. A terra em que você está é rastejante com demônios malévolos. Vá para casa e evite meu caminho.” Com isso, Donovan saltou do penhasco, deixando o Senhor Irwin a ponderar sobre a severidade de suas palavras.
Após sua saída, Clandestina fez seu caminho até seu marido, e ela estava aliviada ao ver que seu marido estava ileso. Ela só havia permitido que ele se encontrasse com Donovan porque, apesar de sua natureza imprevisível, ela estava convencida de que ele não machucaria seu marido.
“O que ele disse?” Ela perguntou, sua voz impregnada de preocupação enquanto olhava para a expressão perturbada de seu marido.
Irwin se virou para enfrentar sua esposa, suas sobrancelhas franzidas em pensamento. “Ele está me evitando,” ele respondeu. “Mas há algo mais. Acho que Donovan se fez um cordeiro sacrificial.”