A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 256
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Capítulo 256: Contraiu a Doença
Esme apressou-se em direção a eles.
“Não é nada do que vocês estão pensando! Isso é só–”
Leonardo pigarreou e inclinou a cabeça com um ar deliberadamente travesso. “Oh? E o que exatamente estamos pensando?”
Esme gemeu, pressionando as palmas das mãos nas têmporas enquanto suas bochechas assumiam um tom de rosa profundo.
“Ugh… isso é tão constrangedor.”
Ela se virou. Pular no vasto oceano abaixo já não parecia mais uma ideia tão ruim. Pensando bem, como aqueles dois sequer sabiam sobre o significado por trás disso?
Donovan cruzou os braços, lutando para manter uma expressão séria. “Certo, já chega. Não a incomodem. Se ela disse que não é o que vocês estão pensando, então não é. Deixem o cabelo dela brilhar em paz, ok?”
Cora deu uma cotovelada brincalhona em Leonardo no abdômen, como se dissesse para ele se comportar, mas o esforço para suprimir o próprio riso estava estampado em seu rosto. Eventualmente, Esme se virou para eles, e Cora foi a primeira a mudar de assunto.
“De qualquer forma… nós chegaremos à costa até esta noite, o timoneiro acabou de confirmar.”
“Até esta noite?” A expressão de Esme suavizou-se com alívio. “Finalmente. O oceano tem sido inquietante o suficiente. Eu prefiro a terra a qualquer dia. Pelo menos assim, estaremos um passo mais perto da verdade. Vamos resolver esse problema primeiro, então pensaremos sobre o que fazer com as águas escuras para garantir que elas não cruzem o Norte ou os condenados. Isso parece uma opção justa, não?”
Donovan assentiu concordando. “Sim, acho que enfrentar esses problemas um de cada vez é a melhor opção. Espero que Lennox consiga manter algum controle regulatório antes que piore, embora eu não consiga imaginar o que poderia ser pior do que isso.”
Ele deu um passo em direção à borda, olhando para o oceano. A água abaixo não era mais azul, mas engolida pela escuridão, sua superfície mal visível. As palavras anteriores da sereia ecoaram em sua cabeça, e se o verdadeiro portador já a encontrou, então sem dúvida, ele estava esperando por eles do outro lado também.
Cora segurou seu diário contra o peito. “Então… o que fazemos quando chegarmos lá?”
“Há um mapa que mostra onde as três bruxas estão escondidas,” disse Donovan. “Nós vamos rastreá-las. Tenho a sensação de que haverá mais surpresas desagradáveis nos esperando, então precisamos estar extra preparados.”
Esme não podia deixar de concordar. Ela realmente queria saber o que ele estava pensando, mas por algum motivo, os pensamentos dele permaneciam fechados para ela. Desde que ele recobrou a consciência, estava assim, e ela não sabia se deveria se preocupar com isso ou não. Não tinha problema se ele precisava de privacidade, mas ela realmente esperava que, se algo o estivesse preocupando, ele contasse para ela eventualmente.
“Gente!” Althea apareceu, parecendo preocupada. “Acho que algo está errado com o Arqueiro. Venham rápido.”
A notícia mal tinha sido registrada antes que Esme, Leonardo e Cora a seguissem. Apenas Donovan permaneceu para trás, sua expressão mudando com a notícia.
Um suave zumbido ecoou ao seu lado, e ele virou a cabeça para o lado para ver a mesma garota sentada na borda, balançando as pernas, seus olhos em algum lugar distante enquanto ela cantava uma melodia. Durou por um momento antes que ela parasse.
“Você… já fez sua escolha?” ela perguntou sem olhar para ele.
“Você pode pelo menos salvá-lo?”
A pequena garota finalmente lançou-lhe um olhar. “Se você não tomar suas decisões logo, o resto de seus amigos, família e Esme acabarão como ele. Esme não pode derrotar o verdadeiro portador a menos que você intervenha.”
“O que você é exatamente?”
Donovan não conseguia entendê-la de forma alguma.
Ele tinha esperança – talvez tola – de que acabar com o verdadeiro portador finalmente traria paz. Um futuro melhor para todos que tiveram que suportar a maldição que sua linhagem trouxe sobre eles. Mas então ela apareceu, e em um único instante, essa frágil esperança se despedaçou.
Ele a odiava por isso? Sim.
Ele queria pensar racionalmente, analisar as palavras dela e pesar a verdade por trás delas. A lógica era tudo em que ele já tinha confiado. No entanto, mesmo que ele acreditasse nela, com tudo que estava alinhado com o que ela disse, a incerteza do que poderia seguir o perturbava mais do que gostaria de admitir.
Esme provavelmente já tinha notado que algo estava errado; ela sempre notava. Ele desprezava a ideia de fazer ela se preocupar, mas que escolha ele tinha? Pela primeira vez, seus pensamentos se recusavam a obedecer à razão. Ele estava— contra todos os instintos que tinha— confuso.
Até mesmo seu lobo, quem ele assumiu que o encorajaria, estava em silêncio também.
A garota deu um passo à frente, caminhando ao longo da borda até ficar diante dele. Seu olhar sem emoção fixou-se no dele, sem piscar e inabalável.
“Faça sua escolha”, ela disse. “Eu entendo sua hesitação, mas não há outro caminho. O verdadeiro portador já está ligado a você. Mas se você se render…”
A voz dela fraquejou, e os olhos de Donovan se arregalaram. Ela prosseguiu, mais suave dessa vez, porém insistente. “Se você se render, há esperança. Não será fácil, mas você terá que fazer isso. Por eles. Pelo seu povo. Pegue minha mão… aceite.”
Ela estendeu a mão em direção a ele.
Donovan encarou a mão dela e deu um passo decisivo para trás.
*******
Enquanto isso, todos correram para ver Aqueronte em sua cabine.
Ele já estava cercado por Revana e Lothar, com Atticus e Orion próximos.
As feridas que ele tinha sofrido nos ataques das sereias não haviam cicatrizado, e o olhar de Esme se demorou na expressão dolorosa de Aqueronte.
“Você parou de se curar? Por que não contou a ninguém sobre isso?” ela exigiu, com a voz tensa de preocupação.
A camisa dele havia sido removida, e as feridas ainda pareciam dolorosamente cruas depois que o curativo foi retirado. Sua pele havia ficado mais pálida, e veias escuras estavam lentamente se ramificando por ela. Ele respirou fundo.
“Eu não pensei… que fosse sério.”
“Qual é a sua definição de sério?” Lothar questionou, incapaz de acreditar que ele achava que não se curar não era um problema sério. “Isso não parece algo que possamos tratar a bordo. Espero que cheguemos à costa em breve e encontremos ajuda adequada.”
“Mas deve haver algo que possamos fazer para aliviar a dor dele, certo?” Revana pressionou, olhando para Esme em busca de orientação.
Sentindo a preocupação na expressão de todos, Aqueronte tentou tranquilizá-los com uma risada suave. “Tudo bem, é minha culpa. Mas… Vocês não confiam em mim? Talvez seja apenas que eu não tenha descansado adequadamente. Vou me sentir melhor depois—”
“Não é só descanso apropriado”, Esme murmurou. “Você… consumiu as águas escuras, não é? Foi naquele dia, quando você caiu da borda?”
“Ele não vomitou em seguida?” Atticus interveio, seu rosto empalidecendo ao se lembrar do incidente.
A expressão de Esme contorceu-se de preocupação à medida que os sintomas faziam sentido. “Ele deve ter contraído a doença. Isso… isso não é bom.”
“A doença?” Aqueronte não queria acreditar nisso também.
Quando a porta se abriu novamente, foi Donovan quem entrou.
“Preciso falar com Aqueronte”, ele disse, fazendo com que suas cabeças se voltassem para ele. “A sós.”