A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 252
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Capítulo 252: Incidente do Nocaute
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No convés, Atticus e Orion estavam ocupados esfregando o fétido ícor. O cheiro fazia o nariz de Orion se torcer em desgosto, a ponto de quase nausear. Eventualmente, ele parou e jogou o pano em uma bacia
antes de se afundar nas tábuas, já esgotado até os ossos.
Ele olhou para Atticus, que ainda estava obedientemente cumprindo sua tarefa, e murmurou uma maldição antes de falar em voz alta:
“Você sabe, você não vai morrer se tirar um momento para descansar. Do jeito que você continua, parece que o resto de nós não faz nada por aqui. Passamos a noite inteira limpando a sujeira vil da superfície, e agora minha pobre coluna está me matando.”
“Com uma resistência dessas, como você supõe que vai enfrentar o verdadeiro portador?” Um de seus camaradas falou arrastado, com a voz preguiçosa enquanto relaxava com os braços cruzados atrás da cabeça.
Orion murmurou outra maldição antes de pegar o pano molhado da bacia e brandi-lo ameaçadoramente, como se estivesse pronto para jogá-lo na cara do homem.
“O que isso tem a ver com você, hein? Tsk! Preocupe-se com sua linha de cabelo recuada primeiro antes de abrir a boca para falar besteira, tá bom? Falando besteira…”
Os lábios de Atticus estremeceram enquanto ele lutava para suprimir o riso. O humor de Orion já estava azedo, e ele sabia que provocá-lo ainda mais seria como jogar óleo no fogo. Ele perguntou:
“O que te deu hoje, hm?”
“Ah… todo mundo está me irritando hoje. Apenas foque no seu trabalho”, ele murmurou, esfregando a parte inferior das costas com uma carranca.
Atticus balançou a cabeça levemente, seu tom mais prático do que simpático. “Se suas costas realmente estão te dando problema, então faça uma pausa. Há um curandeiro a bordo, então vá até ele. Talvez ele tenha algo para aliviar a dor. Não podemos nos permitir que alguém arraste os pés de exaustão agora.”
Orion não precisava ser instruído duas vezes.
Ele se levantou, grato pela desculpa involuntária para se afastar. Alguns minutos roubados de descanso pareciam luxo para ele, especialmente antes de qualquer novo desastre decidir surgir. Com sorte dos céus, eles poderiam chegar ao destino sem mais crises atingindo suas fileiras.
Enquanto ele se dirigia para os quartos do curandeiro, a porta de uma das cabines rangeu ao abrir. Aqueronte saiu, se curvando ligeiramente enquanto um ataque de tosse fazia seu peito estremecer. Ele se endireitou rapidamente, como se não quisesse que ninguém o visse nesse estado. No entanto, ele olhou para cima e avistou Orion olhando para ele.
Por um momento, ele parecia pego antes de forçar-se a entrar em compostura enquanto se aproximava.
“Orion,” ele cumprimentou, sua voz mais áspera do que de costume.
O jovem simplesmente franziu as sobrancelhas, meio curioso e preocupado, enquanto perguntava, “você está se sentindo bem?”
Aqueronte fez um gesto displicente, embora sua palidez o traísse. “Ah, não é nada– apenas uma doença leve. Não se preocupe.” Ele tentou mudar de assunto rapidamente, franzindo os olhos. “Mas o que você está fazendo aqui? Não deveria estar no serviço de esfregar hoje?”
“Ah… certo,” Orion mudou de peso, lembrando-se de que estava indo para lá. Uma dor surda e familiar puxava sua lombar, fazendo-o se encolher. “É… minhas costas de novo. Eu estava esperando que o curandeiro pudesse me dar algo para isso.”
“Dor nas costas, quantos anos você tem, cinquenta?”
Orion revirou os olhos e simplesmente passou por ele. Ninguém neste navio amaldiçoado dá a mínima para ele. Ele sabia que Aqueronte estava apenas provocando, e poderia ter revidado em um dia normal, porém hoje não é esse dia. Ele não estava com humor para ser uma das vítimas de Aqueronte.
Quando ele entrou na cabine, a máscara de Aqueronte caiu.
O sorriso em seu rosto foi substituído por uma careta enquanto outra tosse seca fazia seu peito estremecer. Ele tinha vindo apenas para ver o curandeiro sobre sua condição, mas a incerteza o corria. O curandeiro já havia coletado seu sangue, e até que os testes fossem concluídos, Aqueronte não conseguia tirar o medo de que sua doença estivesse ligada à água escura que ele havia consumido impotentemente quando foi arrastado para baixo da água.
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Enquanto isso, Leonardo estava parado perto da borda do navio, olhando para o horizonte. O vento manchado de sal puxava seu casaco, seu cabelo esvoaçando levemente. Ele estava perdido em pensamentos quando algo bloqueou abruptamente sua visão.
Uma mão, pálida e delicada, se estendeu diante de seu rosto. Ela segurava uma pequena tigela de madeira, o vapor subindo do líquido escuro, parecido com café, dentro dela.
Assustado, Leonardo virou a cabeça e encontrou Cora ao seu lado, sua expressão esperançosa enquanto ela estendia a tigela.
“Isso vai aliviar sua garganta,” ela disse simplesmente, dando um pequeno agito no recipiente como se o estivesse incentivando a pegá-lo.
Leonardo olhou de volta para a tigela, a suspeita cintilando em seus olhos cinzentos enquanto a aceitava finalmente. Ele a moveu na mão como se estivesse pesando tanto o conteúdo quanto as intenções dela. Sua sobrancelha franziu-se, seu olhar direcionado diretamente a ela.
Cora suspirou e cruzou os braços sobre o peito. “Não se preocupe, não há afrodisíaco neste remédio.”
Sua sobrancelha se ergueu com as palavras dela. “E por que você acharia que eu a acusaria de algo assim? Eu sei que você não é esse tipo de mulher.” Por um momento, suas palavras quase tocaram seu coração até que ele estragou tudo com um casual, “você deve ter colocado veneno em vez disso.”
Cora não podia acreditar que esperava algum comentário agradável deste homem. Ela estendeu a mão e disse:
“Se você não quiser, apenas devolva.”
“Eu estava apenas brincando,” ele murmurou defensivamente, recusando-se a entregar a tigela. “Tsk, você sempre é tão séria.”
Cora piscou para ele, uma risada seca presa na garganta.
Olhe quem está chamando ela de séria.
Ela observou atentamente enquanto ele bebia o remédio, o cheiro amargo pairando no ar quando ele devolveu a tigela. Ela tinha ouvido falar sobre a aflição que a marca amaldiçoada deixava em sua garganta uma vez que a ativação terminava, por isso ela tinha ido até Esme e reunido o que podia para Leonardo.
Ele parecia estar lidando bem sem reclamações. Isso aliviou seu coração.
Inclinando-se mais perto, ela sussurrou, “Você sabia que Anita está sumida desde antes de sairmos do Norte? Não é um bom sinal, especialmente depois que você a rejeitou tão abertamente. Eu o avisei que ela tem um histórico de difamar nomes de pessoas lá em casa.”
“Ela tentou me drogar,” Leonardo murmurou, os lábios mal se movendo como se a própria memória amargasse sua garganta. “Você quer que eu siga alguém assim? Ela pode fazer o que quiser, não estou preocupado com o paradeiro dela.”
“Isso é porque você não a conhece, ela é maluca da cabeça. Apenas tome cuidado na próxima vez, senão, não haverá ninguém para nocauteá-lo quando você estiver agitado.”
Leonardo engasgou com a própria saliva diante de sua audácia, tossindo enquanto a encarava em descrença. Cora, impassível, deu de ombros de forma indiferente e afastou-se, seus passos leves, quase zombeteiros. Ele a seguiu com os olhos, um leve olhar de confusão em sua expressão que carregava mais confusão do que malícia.
Se mais alguém tivesse ouvido essas palavras, teriam interpretado tudo errado. Cora realmente o nocauteou, mas não teve a intenção de fazer isso romanticamente– nem de longe. Não, ela o derrubou com uma frigideira na nuca, e a memória ainda latejava levemente quando pensava nisso. Já era embaraçoso o suficiente que foi ela quem o pegou em tal estado vulnerável.
Ela deve realmente odiá-lo.
Não deveria haver dúvidas sobre isso.
“Então por que ainda estou por perto dessa mulher?” Leonardo murmurou, passando os dedos pelo cabelo em frustração. Ele já se fizera essa pergunta centenas de vezes, e nunca uma resposta que fizesse sentido apareceu.
Se fosse qualquer outra pessoa, ele não daria a mínima. Ele iria embora sem pensar duas vezes. Esse era quem ele era, sua preocupação era escassa, e seu círculo era tão estreito quanto possível. Além de seu irmão, Irwin e sua esposa, Esme, e Finnian, não havia ninguém que realmente importasse para ele.
Mas então essa mulher irritante…
“Será que ela pode lançar feitiços?” ele pensou consigo mesmo, mas seus pensamentos foram interrompidos quando Esme se juntou a ele. Atrás dela, estava Donovan que a seguia, com aquele olhar familiar de relutância silenciosa que vestia sempre que Esme o envolvia em alguma coisa.
“Ótimo, vocês dois estão aqui,” disse Esme rapidamente, segurando um maço de mapas dobrados sob o braço. “Preciso da ajuda de vocês com algo.”
“Não sei o que é, mas já odeio,” respondeu Leonardo, e a boca de Esme se curvou em um sorriso seco.
“Desta vez não, venha comigo.”
Com isso, ela os levou até a cabine particular do Donovan. Ela espalhou a folha sobre a mesa, os papéis farfalhando como asas inquietas. “Após o ataque da sereia, estamos desviando nossa rota. Eu falei com o timoneiro, e ele disse que Dom já o informou dessa ideia desde o início, então concordamos que é mais seguro assim. Mas isso significa que preciso revisar os registros de inventário e os mapas de navegação. É mais trabalho do que consigo imaginar sozinha, então—”
Seus olhos se moveram entre os dois irmãos que estavam lado a lado, cada um com a mesma máscara cuidadosamente fingida de inocência.
“Preciso de ambos,” ela terminou, com um tom que não admitia discussão.