A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 231
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Capítulo 231: Gostaria de um encontro?
“Você sabe onde ele está?” Lennox perguntou mais uma vez, seus olhos estreitando enquanto fixavam-se na mulher com capa que acabara de chegar em seu palácio para relatar o que até mesmo seus guardas não conseguiram realizar.
Emily se aproximou, seu tom agudo com urgência enquanto se inclinava para sussurrar perto de seu ouvido. “Você pode realmente confiar em um estranho?” Ela murmurou, seu olhar voltando brevemente para a desconhecida. “Não se esqueça, ela é do Norte, e estamos divididos deles. O que alguém como ela poderia saber sobre seu assessor desaparecido?”
Ela balançou a cabeça lentamente, retornando seu olhar para Lennox. “Isso tem cheiro de outra armadilha. Não caia nela.”
O maxilar de Lennox se apertou, e ele finalmente virou a cabeça em direção a Emily, seu olhar penetrante encontrando o dela. Sua suspeita não era injustificada, e ele podia ver a preocupação por trás de sua acusação. Ela tinha todos os motivos para questionar a aparição repentina de ajuda de uma fonte tão suspeita, e ele sabia que deveria também.
Ele não disse nada por um instante, seus pensamentos acelerando. Então, com um suspiro quieto, ele se endireitou, seus ombros ficando rígidos enquanto o peso de sua coroa se assentava novamente no lugar. Seja isso uma armadilha ou a verdade, ele enfrentaria de olhos abertos e chegaria ao fundo da questão.
“Você disse que é—”
“Anita Hewman, sua Majestade,” a mulher respondeu, abaixando a cabeça com reverência silenciosa. Sua voz tinha um tremor, mas quando levantou o olhar, carregava uma urgência tranquila. “Entendo se você achar difícil acreditar em mim. Faz meses desde que seu assessor desapareceu sem deixar rastros. Mas eu juro pela minha vida– Eu o vi.”
O silêncio que se seguiu estava pesado com descrença. Lennox não conseguia perceber sinais de mentiras em suas palavras, e estava tentado a lhe dar uma chance de pelo menos provar que estava falando a verdade.
“Mas,” Anita de repente continuou, sua voz suavizando, mas havia um toque de decepção em suas palavras. “Você não conseguirá alcançá-lo por enquanto. Ele parte amanhã… para as praias de Mariana se a informação que consegui estiver correta.”
“As praias do que?” As sobrancelhas de Emily se franziram, confusão surgindo em seu rosto. “Isso não faz nenhum sentido e estou começando a me perguntar se você realmente escuta as coisas que diz. Por que o próprio assessor do rei fugiria para uma costa distante quando poderia retornar ao palácio e reivindicar o que é seu por direito?”
Enquanto Emily questionava Anita, Lennox se lembrava do último encontro que teve com Leonardo antes de ele desaparecer. Ele havia ajudado Esme a tentar escapar do palácio e, como punição, foi enviado ao palácio frio. Fazia sentido se ele não quisesse voltar mais ao palácio, mas e quanto aos seus pais? Se pudesse encontrar Leonardo de novo, garantiria a ele que todas as acusações contra ele haviam sido retiradas. Agora, ele precisava de seu amigo mais do que de seu assessor… ou de ambos, se necessário.
“Você não ouviu, sua Majestade?” Anita perguntou lentamente, puxando Lennox de seus pensamentos. Ela balançou a cabeça, quase com pena. “O que eu tenho para te contar… pode não ser uma notícia que você queira ouvir. Mas suspeito que ninguém tenha te contado sobre isso.”
Ela então hesitou, abaixando o olhar para evitar a desconfiança gravada nos rostos que a encaravam. Ela tinha que admitir, estava genuinamente surpresa– quase ofendida– que nenhum deles parecesse entender a gravidade do que estava prestes a revelar.
Lennox, odiando o suspense, finalmente proferiu. “Fale claramente, mulher. O que você está tentando dizer?”
Demorou alguns segundos antes de Anita se recompor, e suas mãos se apertaram ao seu lado. “Estarei segura se eu falar? Você prometeu proteção a quem encontrasse seu assessor. E uma recompensa, não é mesmo? Se o que eu disser se provar verdade… a promessa ainda será cumprida?”
Lennox não hesitou. “Você tem minha palavra. Sua segurança será garantida—e se sua informação for tão precisa quanto você afirma, então você receberá mais do que foi prometido.”
“Nesse caso, sua Majestade,” Anita sussurrou. “O assessor que você procura está atualmente trabalhando para o Alfa amaldiçoado, e eles partirão amanhã. Como eu disse, eles estão indo para as praias de Mariana.”
—-
De volta ao Norte, Leonardo havia saído da grande biblioteca da capital. As pesadas portas se fecharam atrás dele, abafando o cheiro de pergaminhos antigos e fumaça de velas.
A chuva batia continuamente nas pedras do calçamento, escurecendo os caminhos de pedra e formando poças nas ranhuras irregulares. Ele parou sob o arco, levantando o guarda-chuva que havia levado em antecipação ao clima. Ele havia trazido apenas como precaução, mas teve sorte de ouvir seus instintos, já que nunca esperava que chovesse repentinamente aqui.
Atrás dele, Cora emergiu da biblioteca, suas chinelas silenciosas sobre as pedras molhadas enquanto ela o seguia com determinação tranquila.
“Eu quero ir,” ela disse, sua voz firme apesar do frio.
“Não,” ele respondeu sem olhar para trás, já entrando na chuva, mas ele não esperava que ela o seguisse.
“Deixe-me ir,” ela insistiu.
“Não.”
“Vou falar diretamente com o Alfa então,” ela desafiou.
Leonardo exalou bruscamente, uma pluma visível no ar frio. Ele reduziu a distância entre eles, protegendo-a também da fina névoa que flutuava no vento. Era a primeira chuva verdadeira desde sua chegada, e a temperatura aqui tinha caído. Estava frio e incessante, cobrindo a capital em tons de ferro e prata, embora mal passasse do meio-dia. Ele até teve que vestir um casaco extra antes de sair de casa hoje.
Seus olhos percorreram a mulher à sua frente. Ela estava obstinadamente parada abaixo dos degraus, imóvel, sua coluna ereta e seu olhar fixado nele. A chuva se acumulava nas pontas das duas mechas soltas que emolduravam seu rosto, escuras contra suas bochechas coradas. O resto de seu cabelo negro estava preso em um coque, embora alguns fios tivessem se soltado.
Seu desafio reacendeu nos olhos dela, claro e inabalável, e ele começou a se perguntar se tinha cometido um erro ao salvar essa mulher em particular. Mesmo quando ela fazia de seu objetivo irritá-lo hoje de todos os dias, ele não achava isso tão irritante como normalmente acharia em um dia comum.
“Todas as mulheres são tão teimosas?” ele murmurou, mais para si mesmo do que para ela, mas isso não a impediu de ouvir.
“Você não sabe como é,” ela respondeu, ajustando seu casaco. “Ficar preso em um lugar a vida toda. Li mais sobre o mundo do que muitos que o exploram. Conheço o terreno, a história, a cultura de onde você está indo. Estudei muitos lugares desde criança porque sabia que nunca os veria. Fiz as pazes com isso, mas não hoje.”
Ela cruzou os braços. “Se eu puder ser útil para o Alfa – se eu mostrar o que sei – ele pode me deixar ir para Mariana com todos vocês.”
“Se eu disser ao meu irmão que não quero você lá, ele não vai deixar você ir,” ele disse, sua voz quase abafada pelo ritmo das gotas de chuva batendo em seu guarda-chuva.
“Então o problema é você, então?” Cora questionou, e ele não respondeu imediatamente.
“Ouça, ninguém está indo lá para passear,” ele deixou claro para ela. “É para encontrar respostas, não para levar voluntários.” Seus olhos voltaram para a rua encharcada de chuva à frente, observando a chuva borrar as silhuetas de guardas e carruagens movendo-se pelas ruas nebulosas. “Se algo acontecer com você, seu tio pode não se perdoar por isso. Pense nele também, e tente não se envolver em questões como esta.”
Cora não conseguiu encontrar uma alternativa depois que ele usou seu tio como amarra, enquanto engolia seu protesto.
A verdade era que ela não tinha pedido para ir apenas para ver Mariana. Não era isso. Ela queria estar lá porque queria ajudar todos eles – porque temia por ele. Por Leonardo.
Essa era a verdade, por mais vergonhoso que parecesse. Ela odiava a preocupação que se enroscava firme em seu peito como uma videira com espinhos, e desde que ele disse que iria para Mariana, ela continuava sentindo essa vontade irresistível de estar ao lado dele.
Talvez ela ainda estivesse se apegando à gratidão que devia a ele, pelo que ele fez e ainda faz por ela e seu tio. Mas mesmo que tentasse ignorar, a preocupação permanecia.
Ao lado dela, Leonardo notou o quão quieta ela ficou, e uma parte dele esperava que ela deixasse isso para lá agora. “Vamos. Vou te acompanhar até em casa, já que você não trouxe um guarda-chuva.”
Ao seu pedido, Cora piscou, pega de surpresa. “Você quer dizer nós dois compartilhando um guarda-chuva? Como um encontro?”
Leonardo cobriu o rosto com a mão.