A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão - Capítulo 224
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Capítulo 224: Visitando Irwin
Quando Esme saiu, um dos membros do conselho pegou a carta descartada do chão. Seus olhos percorreram o conteúdo rapidamente antes de passá-la ao homem ao seu lado. Em seguida, virou-se para Emily, que começava a recuperar a compostura, seu olhar severo.
“Se o rei descobrir–”
“Caso ele descubra que troquei as cartas,” Emily interrompeu bruscamente, encarando os membros do conselho após enviar seus guardas embora, “preparem-se para compartilhar as consequências. Seria do interesse de todos nós que o rei jamais descubra a verdade. Além disso, tudo está se desenrolando exatamente como eu pretendia.”
Ela desviou o olhar, seus lábios se curvando em diversão. Embora o surto público de Esmeray não tivesse feito parte de seu plano, a divisão que Emily esperava incitar ainda havia germinado. Esme tinha deixado sua posição clara, e isso era o fato de que a união era impossível para ambos os lados. Isso era toda a vantagem que Emily precisava para dar seu próximo passo. No momento em que Lennox retornasse, a próxima fase de seu plano começaria.
Com determinação composta, ela entrou no palácio, recuando para as profundezas das paredes do palácio. A pequena performance de Esme pode tê-la humilhado perante a corte hoje, mas ela faria Esme pagar caro por isso, junto com cada maldito transformador amaldiçoado com quem ela escolheu se aliar. Esme certamente iria se arrepender de brigar com ela em seu próprio reino.
Enquanto isso, de volta à carruagem, Esmeray examinava delicadamente os ferimentos de Revana mais uma vez. Embora seus dedos fossem extremamente cuidadosos, sua mente estava em outro lugar. “Orion e Atticus disseram que encontraram um lugar seguro para descansarmos até o anoitecer. Está claro que não há mais nada para nós aqui, então não temos motivo para permanecer em uma terra que não quer nada conosco. Se você não se sentir estável o suficiente para a jornada, avise-me.”
“Esme,” murmurou Revana suavemente, interrompendo seus pensamentos. O som de seu nome foi suficiente para amainar sua voz trêmula.
“Você fez a coisa certa lá atrás,” continuou Revana, seu tom firme apesar da dor. “Não podemos forçar a paz em pessoas que já escolheram a guerra. O que teria sido uma grande decepção seria se você tivesse cedido a eles, mas você não cedeu. Eles precisam começar a te levar a sério. Estou um pouco surpresa por termos escapado com nossas vidas, mas isso deve contar para alguma coisa.”
Esme não respondeu imediatamente. Seu olhar lingerava na mancha escura se espalhando pela bandagem, e ela soltou um suspiro silencioso, assentindo uma vez. No fundo, tudo o que podia sentir era fracasso. As vidas daquelas pessoas, morreram por nada, e nem mesmo o objetivo que vieram aqui para alcançar foi cumprido.
“Eu não sei mais o que fazer,” sussurrou Esmeray, quase inaudível. “Você viu por si mesma– o que o verdadeiro portador é capaz de fazer. Isso nem sequer foi ele em sua força total. Se ele retornar… Tenho medo de que não teremos nenhuma chance. Nós nem ao menos sabemos o que realmente estamos enfrentando, não de verdade.”
Revana encostou-se e fechou os olhos. Os cantos de sua boca se contraíram em desafio antes de abrir os olhos. “Não diga isso. Não dê esse poder a ele. Eu não me importo se ele for um demoníaco saído diretamente de um mito. Vamos derrubá-lo, de algum jeito. É só nisso que escolho acreditar. E você deveria também. Ainda vou me vingar por esse ferimento, e não vou morrer até que faça isso.”
Esme lançou uma olhada para Revana, e embora sua expressão permanecesse indecifrável, algo em sua presença deu a Esme uma leveza de calma— apenas o suficiente para se ancorar no momento.
Seu olhar vagou em direção à janela, e sua respiração ficou trêmula. Caminhando pela trilha lateral estava Senhora Clandestina, sua postura inesperadamente cansada. Sua expressão estava vazia de uma forma que fez o coração de Esme doer, e ela parecia alguém retornando ao lar, mas carregando o peso de mil coisas não ditas.
“Pare a carruagem,” disse Esme, mantendo um tom baixo, mas urgente. Orion obedeceu sem questionar e puxou os cavalos para parar. Sem esperar, Esme desceu apressada e caminhou em direção à figura familiar.
“Tia Clandestina,” ela chamou.
A mulher simplesmente virou-se, surpreendida pela voz chamando seu nome. Seus olhos brilharam com um leve toque de alarme momentâneo antes de suavizarem com reconhecimento.
“Esme?” Ela se aproximou, surpresa por sua presença inesperada.
Esme ofereceu um aceno respeitoso quando parou diante dela, um sorriso caloroso se curvando em seus lábios. “Sim, sou eu.”
Clandestina piscou para ela, visivelmente se recompondo. “Eu pensei que você estava ocupada no Norte,” ela disse com um pequeno sorriso perplexo. “Como estão todos? Já faz tanto tempo. Leo veio com você?”
Esme balançou a cabeça, sua voz caindo ligeiramente. “Não… ele não veio. Algo mais me trouxe aqui, entende. Na verdade, eu te vi caminhando e não poderia simplesmente passar. Queria saber como você está? Como está o tio Irwin?”
Clandestina sorriu levemente. “Se eu dissesse que está tudo absolutamente bem, seria uma mentira. Mas… para onde você está indo? Poderia ter vindo nos visitar primeiro.”
“Eu tinha isso em mente,” Esme explicou rapidamente. “Gostaria de falar com o tio Irwin sobre alguém, se for possível.”
Ao ouvir o pedido dela, uma sombra passou sobre as feições de Clandestina. Embora ela tivesse conseguido um pequeno sorriso, era apertado e tingido de tristeza. Esme reconheceu isso pelo que era, um sorriso destinado a proteger sua dor, não escondê-la.
“Ele está mais fraco do que eu imaginava,” Clandestina admitiu, sua mão repousando suavemente no ombro de Esme. “Sua força diminui a cada dia. Mas se você ainda quiser vê-lo, eu te levarei até ele.”
Clandestina não tinha se incomodado em usar uma carruagem hoje, já que queria caminhar e coletar ervas como de costume. Mas depois de se deparar com Esme, ela não poderia recusar o gesto gentil da senhora. Acenando com a cabeça, ela seguiu Esme de volta à carruagem. Esme apresentou-a a todos como mãe de Leonardo, e todos a cumprimentaram com respeito.
Quando chegaram à casa dela, Clandestina imediatamente fez todos se sentirem bem-vindos, preparando um banho para eles. Ela lhes deu roupas para vestir, vendo que não tinham trazido nenhuma. Não era que não tinham, mas a maioria de seus pertences havia sido destruída ou deixada para trás quando o verdadeiro portador os encurralou na pousada. Enquanto os guerreiros e Revana aproveitavam para descansar, Esmeray juntou-se a Clandestina na cozinha.
“Venha comigo.” pronunciou Clandestina quando terminou de preparar uma pequena tigela de remédio para seu marido. Ela guiou Esme pelo corredor tranquilo até um quarto separado. Abrindo a porta, Esme a seguiu para dentro, e seu coração afundou.
Irwin estava descansando na cama, parecendo mais magro do que ela se lembrava. Seu rosto estava vazio e abatido, e seus olhos fechados. Ele parecia como se o sono mal o tocasse, e Esme se aproximou silenciosamente da borda da cama.
“Ele não tem muito tempo,” murmurou Clandestina, colocando a bandeja na mesa de cabeceira. Sua voz era firme, mas Esme percebeu o leve tremor em suas mãos ao proferir aquelas palavras. “Ele terá dificuldade em falar, mas estarei aqui para ajudá-la a entendê-lo melhor.”
Esme não sabia o que dizer. Ela abaixou-se na cama, seu olhar caindo sobre o pulso de Irwin. Ela notou como suas veias estavam escuras, quase negras, entrelaçando-se como veneno sob sua pele pálida. A visão a fez estremecer, e parecia estranhamente familiar.
Agora que pensava nisso, lembrava-se dos fios sombrios que o verdadeiro portador havia conjurado na pousada e dos poderes do Donovan.