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Capítulo 202: Mudança Constante
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O campo de treinamento havia esvaziado naquela manhã, com os espectadores recuando para dar espaço aos dois combatentes. Esme e Revana estavam no centro, seu embate implacável, enquanto cada golpe ressoava pelo ar como um hino de batalha.
Senhora Arabella observava de um canto, incapaz de tirar os olhos de Esme que se defendia dos ataques de Revana, como se esperasse por algo miraculoso. Embora seus olhos demonstrassem uma pitada de incerteza.
Revana atacava com precisão implacável enquanto avançava, sua lâmina um borrão de movimento enquanto continuava a balançá-las na direção de Esme. Ela se movia com uma facilidade que contrariava sua força, cada golpe poderoso, porém calculado.
Esme, totalmente na defensiva, encontrava cada golpe com igual força, seus músculos queimando pela intensidade do duelo. Revana não era apenas formidável – ela era a segunda mais forte quando se tratava da matilha do Donovan, superada apenas pelo próprio Lothário.
O jeito como ela se movia, a maneira como cada movimento era medido com precisão letal, conquistava a admiração de Esme. Impiedosa e inflexível, os olhos castanhos escuros de Revana não tinham vestígios de misericórdia enquanto ela se lançava em Esme.
Misericórdia era fraqueza. Revana havia lhe ensinado isso. E na batalha, fraqueza não tinha lugar.
Revana sorriu com escárnio enquanto Esme habilmente contra-atacava seus golpes, suas lâminas chocando-se com a intensidade de uma verdadeira batalha e não apenas um simples treino. O tilintar metálico do aço contra aço ecoava pelo salão de treinamento, seus movimentos implacáveis, e suas respirações pesadas e entrecortadas.
O suor lhes banhava a pele, mas nenhuma estava pronta para ceder. Revana notou a diferença nos movimentos de Esme. Sua agilidade havia afiado, e seus instintos apurados muito além do que Revana lembrava. Se fosse no passado, na sombrapico, Esme mal conseguia completar uma corrida, que dirá enfrentá-la tanto tempo sem já ter desmaiado. Ela também se movia rápido, e Revana estava tentada a saber até onde ela poderia ir com sua melhoria.
“É só isso o fogo que você tem?” Revana sorriu com conhecimento de causa, sua voz laced with com zombaria. “Eu esperava mais da única filha de um guerreiro. Ou será que seu pai gastou toda a sua força no campo de batalha e deixou apenas migalhas para você? Sentidos aguçados não significam nada se sua lâmina vacila. Prove para mim que há muito mais que você pode fazer. Isso não é suficiente!!”
A respiração de Esme falhou, irritação brilhando em seus olhos azuis ao registrar as palavras de Revana. Ela cerrou os dentes, recusando-se a cair na provocação – ainda assim algo em seu olhar escureceu.
Sem hesitar, ela mudou sua postura e avançou, pressionando o ataque com uma força que fez Revana vacilar pela primeira vez. A mudança foi súbita, inesperada, e Revana mal recuperou o equilíbrio quando torceu, seus instintos assumindo o controle. Com um movimento rápido e brutal, ela girou e dirigiu seu pé com força ao lado de Esme, e foi um movimento que Esme não teve tempo de evitar.
O impacto a lançou através da sala, e ela caiu no chão com um baque violento, o ar forçado de seus pulmões.
Um suspiro coletivo preencheu o espaço, e sussurros flutuaram pelos guerreiros reunidos que observavam, incerteza crepitando no ar. Enquanto alguns concluíam que Revana havia ido longe demais, outros começavam a perceber que sua Luna não era forte o suficiente para enfrentar Revana, que dirá um lobo demônio real. Todos tinham sua perspectiva sobre o assunto, e Esme podia ouvir alguns deles murmurar sobre como isso deve ter sido embaraçoso para ela. Cair dessa forma aos olhos dos guerreiros que ela comandava a servir.
Por outro lado, Revana sentiu uma breve pontada de inquietação enquanto os sussurros circulavam. Ela não tinha a intenção de atingir Esme com tanta força. Ela tinha sorte de Donovan não estar no prédio para ter testemunhado isso, caso contrário, ela estaria em grandes apuros. Mas esse não era o momento para hesitação.
Recusando-se a assistir Esme desistir, o punho de Revana se apertou contra o cabo de sua lâmina, e seu olhar endureceu. “Levante-se,” ela disse friamente.
Esme tossiu, seu corpo ainda tremendo pelo golpe que Revana havia lhe infligido. Revana queria que ela se provasse diante dos malditos guerreiros do Norte para calá-los, então ela continuou.
“Você vai ficar no chão como um cachorro espancado, esperando por uma misericórdia que nunca virá?” Revana pressionou, seu tom ligeiramente hostil enquanto seu olhar se estreitava. “Um inimigo não vai parar só porque você está exausto. Aguente. Levante-se.”
“Revana,” a voz de Lothar cortou, inquieta. “Talvez você devesse—”
“Não,” a resposta de Revana foi instantânea, final. Seu olhar permaneceu fixo em Esme, que estava lutando, mas determinada a se levantar. “Ela pediu por isso. Eu estou apenas dando a ela o que ela queria.”
Enquanto Revana caminhava em direção a Esme, que agora estava de joelhos em um joelho, ela estendeu a mão para segurar o braço de Esme, assumindo que ela já havia desistido. Mas num instante, Esme se esquivou, sua evasão repentina chocando os guerreiros que acreditavam que ela já havia se rendido. Aproveitando o breve momento de surpresa, Esme lançou seu punho para cima num devastador uppercut, atingindo Revana diretamente sob o queixo.
O impacto lançou Revana pelo ar antes dela cair no chão duro, a força do golpe deixando todos sem fala. Esme mesma não conseguia acreditar, e ela olhou para suas próprias mãos, incapazes de compreender como ela foi capaz de fazer algo assim, e com Revana também. Talvez fosse pela adrenalina, mas ela se sentia energizada.
Enquanto isso, Revana, ainda no chão, tossiu, cuspindo sangue no chão. Seus dedos instintivamente alcançaram o cabo de sua lâmina que estava mais perto de onde havia caído. Mas antes que ela pudesse reagir, Esme já estava em pé sobre ela, a ponta de sua espada pairando perigosamente perto do rosto de Revana. A ameaça estava clara nos olhos de Esme – um movimento errado, e o duelo realmente acabaria.
Revana permaneceu imóvel, encontrando o olhar de Esme com uma mistura de dor e admiração.
“Não mostre misericórdia ao inimigo,” Esme murmurou, sua voz baixa e resoluta. Ela ergueu sua espada, e por um segundo, a tensão crepitou no ar. Alarmado, os guerreiros avançaram, pensando que sua Luna estava prestes a desferir um golpe final. Mas, assim que a lâmina desceu, parou a meros centímetros da cabeça de Revana. Revana, que tinha os olhos fechados, incerta do que esperar, eventualmente abriu os olhos para ver a lâmina a meros centímetros de sua cabeça.
Seus olhos se deslocaram para Esme, que estendeu uma mão amigável, um sorriso nos lábios.
“Você está bem?” ela perguntou, a preocupação em sua voz clara. “Eu te peguei, não foi?”
Um sorriso lento se espalhou pelos lábios de Revana — e, ao contrário do sorriso zombeteiro que ela sempre usava, esse estava cheio de orgulho. Ela agarrou a mão oferecida por Esme, permitindo-se ser puxada para os pés. Com o dorso da mão, ela limpou a mancha de sangue escorrendo de seus lábios.
“Está ruim?” Esme perguntou, seu tom apologético. “Deixe-me ver.”
“Estou bem, é só um pouco de sangue,” Revana deu de ombros, embora sua mandíbula ainda doesse um pouco. “Eu não pensei que você realmente me faria sangrar,” ela admitiu, exalando através de uma risada suave. “De onde veio essa força? É impressionante.”
“Eu não sei,” Esme encarou suas mãos novamente. “Aconteceu. Eu sinto como se meu corpo estivesse passando por essa mudança constante, Revana. É estranho.”
“Bom trabalho hoje,” Revana deu um tapinha em seu ombro com o orgulho firme de uma mentora que havia visto verdadeiro progresso. “Continue assim. Por enquanto, eu preciso me limpar.”
Os olhos de Esme brilhavam com satisfação tranquila enquanto ela assentia. Enquanto Revana se afastava do campo de treinamento, os guerreiros que haviam observado sua partida voltaram sua atenção para Esme. Desta vez, não havia murmúrio, nenhum comentário, e Esme ergueu orgulhosamente o queixo com confiança antes de fazer sua própria saída. A caminho da saída, Atticus e Orion a cumprimentaram com um high-five, sua energia ainda vibrando da sessão.
Atticus não pôde deixar de imitar o movimento que Esme havia feito em Revana, para o divertimento de Orion enquanto eles se dirigiam a Lothário para continuar seu bate-papo.
No momento em que Esme entrou em sua câmara, ela fechou a porta atrás dela, encostando suas costas contra a madeira robusta. Instintivamente, sua mão foi para seu lado, o ponto exato onde o chute brutal de Revana havia aterrissado. Surpreendentemente, a dor havia desaparecido completamente.
Por toda lógica, ela deveria estar exausta, doendo pelo treinamento implacável, mas ela não sentia nada disso. Se alguma coisa, ela tinha a sensação estranha de que poderia fazer outra rodada, como se sua resistência tivesse dobrado em vez de esgotado. Esme não entendia bem o que estava acontecendo com ela, mas ela podia dizer que algo estava mudando dentro dela.
Exalando, ela se endireitou. “Eu deveria me limpar primeiro. Ainda há tanto a fazer hoje,” ela murmurou, lembrando que ela tinha que lidar com as trocas das fronteiras fora do Norte, para que os suprimentos pudessem entrar novamente.
Antes que ela pudesse dar outro passo, um toque ecoou contra a porta. Esme piscou surpresa antes de abri-la, seu olhar pousando em Althea que estava diante dela. Seus olhos deslizaram pelo estado ligeiramente desgrenhado de Esme antes de encontrar seu olhar.
“Althea?”
“Você está ocupada?” Althea perguntou suavemente, uma dica de hesitação em sua voz. “Você parece ocupada… desculpe se eu interrompi—”
“Não, não, você não interrompeu nada,” Esme balançou a cabeça. “Me diga, há algo que você precisa?”
Althea hesitou apenas por um momento antes de ir direto ao ponto. “O Alfa está com você? Há algo importante que eu preciso discutir com ele.”
A sobrancelha de Esme se ergueu ligeiramente. “Oh. Não, ele saiu cedo hoje depois de terminar seu treinamento. Mas ele deve estar de volta em breve.” Ela assegurou Althea, sentindo uma urgência mais profunda em sua expressão.
“Tem algo errado?”