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- A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão
- Capítulo 190 - 190 E De Quem é a Culpa 190 E De Quem é a Culpa Isso é por
190: E De Quem é a Culpa? 190: E De Quem é a Culpa? “Isso é por causa do sonho que você teve?” o lobo de Althea insistiu, sua voz ressoando na mente de Althea. Ela não precisava que Althea dissesse as palavras em voz alta — ela já estava a par de seus pensamentos, portanto, ela conseguia desvendar com facilidade as emoções que Althea realmente sentia.
“Isso é mais sério do que você pensa,” Althea murmurou em voz baixa, seus passos rápidos mas deliberados enquanto evitava os aglomerados de pessoas que se demoravam no corredor. Ela se dirigiu a uma câmara, seu próprio santuário, longe dos olhares curiosos dos outros. “Eu simplesmente não posso ignorar. Acredite, eu tentei — tentei ignorar, enterrar. Mas quanto mais tento afastá-lo, mais claro fica que estou cometendo um erro grave. Todo o grupo finalmente está em paz, e eu não quero destruir isso.”
Seus pensamentos demoraram brevemente em seu encontro com Aqueronte, mas ela o dispensou com um movimento de cabeça. Havia assuntos mais urgentes exigindo sua atenção, e isso era o único no qual ela precisava se concentrar no momento. Chegando à sua câmara, ela entrou, fechando a porta firmemente atrás de si como se para selar-se do peso do mundo exterior.
Quando o meio-dia chegou, Dahmer permanecia aprisionado atrás das paredes escuras e opressivas do edifício isolado. O ar estava carregado de inquietação e, quando a pesada porta rangeu ao abrir, seus olhos injetados de sangue se arregalaram em pavor ao ver Donovan parado na entrada.
Dahmer mal teve um momento para processar ver Donovan sem sua venda antes de fios negros deslizarem para fora das sombras, envolvendo-se em seus membros como serpentes. Com um puxão súbito e violento, eles o ergueram do chão, deixando-o pendurado de cabeça para baixo. O pânico o dominou enquanto ele se balançava impotente, seu rosto contorcido em puro horror.
Donovan permaneceu imóvel, seu olhar gelado fixo em Dahmer com uma fúria que enviou um calafrio pela sua espinha. Mas não eram as mãos de Donovan que controlavam os fios. Suas mãos continuavam casualmente enfiadas nos bolsos, sua postura calma, quase indiferente. Então, de onde vieram os fios?
“Qual mão foi?” Donovan perguntou friamente, seu tom quase conversacional, embora o veneno subjacente fosse inconfundível.
“A direita,” o lobo dele rosnou em resposta, sua voz profunda e cheia de raiva. “Eu digo que o braço inteiro deveria ser arrancado. Da mesma maneira que fizeram com o nosso.”
Um lampejo de diversão cruel cruzou o rosto de Donovan. “Eu quase havia esquecido disso,” ele murmurou, sua voz baixa à medida que a memória ressurgia. Ele lembrava do momento vividamente. Dahmer e Lennox haviam cortado seu braço, interrompendo-o justo quando ele estava extraindo informações críticas de um demônio. “Agora que penso nisso, seu rei mereceu perder todas aquelas pessoas do Leste. Seu ódio por mim ofuscou seu dever, e como tudo isso poderia ter sido evitado se nenhum de vocês tivesse me interrompido naquela noite.”
“P-ponha-me no chão!” Dahmer gaguejou, sua voz tremendo enquanto seu corpo tremia de medo. O suor escorria por seu rosto, sua mente enchendo-se de pensamentos desesperados. Ele sabia que uma visita assim de Donovan significava duas coisas; morte ou tormento insuportável.
A expressão de Donovan não vacilou. Ele estava imperturbável diante do apelo de Dahmer, e Dahmer teria ficado mais surpreso se ele fosse. Se havia uma coisa que ele temia acima de tudo, era a ira desse homem, e hoje, ele sentiria seu peso completo. Afinal, esse homem não apenas havia quebrado sua coluna uma vez, mas também havia convencido Esme a matar seu lobo.
“Esse crime pode ser perdoado,” Donovan disse, sua voz afiada e medida. “Perder um braço não é nada comparado ao que você fez com minha Esme. E agora que eu o vejo pelo que você realmente é — patético e vil — você mal vale o trabalho. No entanto, como se sua existência não fosse insultuosa o suficiente, você ousou usar aquelas mãos sujas em minha mulher!”
“Eu não fiz— eu juro, eu não fiz nada disso!” Dahmer gaguejou, sua voz quebrando sob o peso do olhar de Donovan.
“Eu pareço com Lennox para você?” O Alfa retrucou. “Você acha que sou tolo?”
Por trás de suas palavras, o lobo de Donovan ressurgiu, rosnando baixo e perigoso. “Deixe-me cuidar dele!” ele rosnou, ansioso para despedaçar Dahmer. Mas Donovan apertou a mandíbula, contendo a tentação. Ele não se rebaixaria à selvageria impulsiva. Não ainda, pelo menos.
“Atticus. Orion,” Donovan chamou, deslizando suas luvas escuras com uma calma perturbadora. Os dois guerreiros entraram na sala sem hesitação, como se estivessem esperando do lado de fora, antecipando a chamada de seu Alfa. Dahmer prendeu a respiração enquanto Orion avançava, segurando um longo facão brilhante.
Os fios que suspendiam Dahmer se romperam inesperadamente, fazendo-o cair no chão de pedra frio. Ele gemeu de dor, mas antes que pudesse se recompor completamente, Atticus moveu-se rapidamente para imobilizá-lo, e Orion seguiu o exemplo, pressionando seu peso sobre o outro braço de Dahmer.
“Espere — o que vocês estão fazendo?!” a voz de Dahmer se elevou em pânico enquanto seu olhar se fixava em Donovan. O ar se tornou pesado e ameaçador, enquanto Donovan se agachava na base dos degraus, arrastando a borda do facão contra a pedra áspera. O som áspero do metal sendo afiado ecoava na sala, fazendo o sangue de Dahmer gelar.
“Ela acreditava em você uma vez,” Donovan murmurou, quase para si mesmo. Seu tom era agora mais suave, mas não menos assustador. “Quando criança, ela falava de você com tanta esperança. Ela me contou como sonhava com um irmão mais velho amoroso, alguém em quem pudesse confiar, alguém que a protegesse. Você destruiu isso. Você a destruiu.”
Orion então agarrou o pulso de Dahmer, estendendo sua mão para frente e segurando-a firme. Dahmer se debatia, seu peito arfando, mas o aperto nele era implacável. Donovan se levantou lentamente quando terminou, o metal agora reluzindo com precisão letal em sua mão.
“Você não merece manter a mão que ousou machucar minha companheira,” Donovan disse, sua voz desprovida de misericórdia.
“NÃO! ESPERE! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!” a voz de Dahmer quebrou, seus olhos se enchendo de lágrimas desesperadas enquanto ele percebia que o Alfa não estava blefando. Seu pânico transbordou em um dilúvio de palavras. “Você já matou meu lobo! Estou sendo mantido aqui contra minha vontade. Não faça isso!”
A expressão de Donovan era inflexível enquanto ele se voltava para Atticus e Orion. “Se ele escapar do seu aperto, eu tomarei suas mãos em troca das dele,” ele avisou, sua voz fria como gelo, e sem hesitação, os dois homens apertaram sua pegada em Dahmer, sua força combinada tornando a resistência impossível.
Qualquer tentativa de fuga seria fútil, e Donovan sabia disso. Ele simplesmente saboreava a visão de Dahmer se contorcendo em seu aperto de ferro. A impotência escorria de cada fibra de seu ser — um gosto amargo de seu próprio remédio.
O peito de Dahmer arfava, e ele observava enquanto Donovan testava a borda da lâmina contra a luz antes de pressioná-la contra seu pulso como se medisse o lugar perfeito para cortar. O movimento deliberado fez Dahmer engasgar com seu pânico, e as lágrimas que enchiam seus olhos finalmente transbordaram enquanto Donovan levantava o facão.
“EU PEÇO DESCULPAS!” Dahmer gritou, sua voz quebrando com desespero. “Eu me ajoelharei e implorarei o perdão de Esmeray! Farei o que ela quiser! Tudo que ela mandar! Não vou causar mais problemas! Mas por favor não faça isso! Eu imploro!”
A mão de Donovan permaneceu firme, seu olhar inabalável enquanto pairava sobre o homem acuado. “Quando você a espancou até quase matá-la, você mostrou misericórdia?” Donovan perguntou, sua voz baixa e ameaçadora, “então por que eu deveria?”
Dahmer estremeceu como se as próprias palavras o tivessem atingido. “Eu—eu sei que eu a fiz mal,” ele gaguejou, seu medo transbordando em uma confissão frenética. “Eu sei que o que eu fiz com ela é imperdoável. Eu sei que a tratei horrivelmente, eu não mereço o perdão dela, mas… mas o que eu deveria ter feito? Eu não cresci com a criação certa! Ninguém me via como um Montague, eu era tratado como lixo diante de toda a matilha enquanto Esme tinha tudo. Ela nem mesmo tinha um lobo, mas ela foi mais sortuda na vida do que eu. Minha mãe usou isso para me envenenar… e quando comecei a odiá-la, foi tarde demais para parar. Eu perdi tudo, incluindo Finn.”
O quarto ficou em silêncio, exceto pela respiração ofegante de Dahmer, enquanto Donovan pairava diante dele. As palavras de Dahmer pairavam no ar, não respondidas, enquanto o peso de suas ações pesava sobre ele.
“E de quem é culpa disso?” Donovan perguntou, impassível diante de seu apelo.
Enquanto isso, Esme estava no pátio aberto após reunir todos os Guerreiros do Norte elegíveis da terra.