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- A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão
- Capítulo 180 - 180 Traga Ela Aqui 180 Traga Ela Aqui Donovan se fundiu nas
180: Traga Ela Aqui 180: Traga Ela Aqui Donovan se fundiu nas sombras, despercebido pelas empregadas que passavam apressadas. Quando o arco ficou livre, ele retornou à sua posição perto da parte de trás do palácio.
Os prisioneiros que trabalhavam por perto endureceram ao vê-lo se aproximar, suas ferramentas vacilando nas mãos. Nenhum ousou dizer uma palavra enquanto ele passava, a inquietação deles palpável no silêncio gelado que o seguia.
“O que os reais estão pensando?” um dos prisioneiros murmurou em voz baixa depois que Donovan partiu, sua voz tremendo de medo. “Deixar um monstro como esse andar livremente? E se ele nos atacar, como fez com o outro prisioneiro naquele dia? Eu não quero morrer ainda.”
“Pare de exagerar,” outro prisioneiro resmungou enquanto cinzelava uma pedra. “Ele não tocou em ninguém desde então. Enquanto o deixarmos em paz, ele nos deixa em paz. Ele deixou isso claro desde o início.”
O prisioneiro franziu a testa para o companheiro de prisão que estava ocupado cinzelando pedras, mas nada disse em retaliação. O prisioneiro pausou em sua atividade, enquanto seu olhar seguia o menino, que desapareceu por um canto sombrio, engolido pela penumbra. Por um momento, uma inesperada pontada de piedade o agitou.
Ele havia crescido desprezando os demônios que trouxeram caos à sua terra, desprezando tudo que eles representavam. No entanto, observando essa figura solitária desvanecer-se na escuridão, ele não pôde deixar de se perguntar por que sentia um lampejo de simpatia por alguém que deveria ser seu inimigo.
Enquanto isso, Donovan tropeçou em uma alcova, suas pernas cedendo sob ele enquanto perdia o equilíbrio. Ele caiu no chão, mas não se incomodou em levantar. Os sussurros dos outros finalmente desapareceram em silêncio, e ele já não sentia mais as batidas de seus corações, o que era sinal suficiente para ele saber que estava sozinho.
Sentando-se, Donovan pressionou as costas contra a parede de pedra inflexível, e se curvou para frente, descansando a cabeça pesadamente sobre os joelhos. Uma pergunta amarga escapou de seus lábios rachados, mal mais alta que um sopro.
“O que eu fiz de errado?” Sua voz tremia, entrelaçada com frustração e tristeza. “Talvez… talvez eu devesse parar de me importar com alguém. Quem sabe isso me salvaria de sofrer outra perda.”
O primeiro pensamento que veio à sua mente foi recitar algumas palavras sutis escritas na forma de um poema. Sempre que se sentia triste, com raiva, ele transformava sua dor em algo que pudesse recitar de maneira vaga. Era mais fácil desabafar dessa forma, mas hoje, de todos os dias, ele não tinha vontade de fazê-lo.
Encostando-se, ele cerrou o punho com tanta força que suas unhas cravaram na palma da mão, mas a dor que isso lhe causava era nada comparada à que sentia por dentro. Um suspiro escapou dele enquanto ele desfazia o punho cerrado, o som longo e prolongado, como se sua própria alma se esvaziasse com isso. O ar parecia sufocante, e seu peito pesado com uma tristeza que ele não conseguia liberar.
Ele nunca escolheu essa vida, então por que ele deve sofrer e carregar o peso dos pecados que não eram seus?
Já fazia muito tempo desde que alguém que não fosse sua mãe ou irmão lhe dava paz. Mas aquele que lhe ofereceu estava atualmente oscilando à beira da morte. Ele fechou os olhos por trás de sua venda, segurando suas lágrimas..
Não era justo. Nada disso era.
“O que eu faço?” Sua voz quebrou quando suas mãos trêmulas passaram por seus cabelos, agarrando sua cabeça como se pudesse esmagar o tormento de sua mente. “Isso não pode continuar acontecendo comigo. Não de novo. Eu não consegui salvar a Mãe. Eu entreguei meu irmão como se ele não significasse nada para mim. Tudo que eu toco se desfaz diante de mim, e eu não sei como parar isso.”
Suas palavras fraquejaram, engasgando na amargura que subia em sua garganta. Ele baixou a cabeça, como se os próprios céus estivessem pressionando sobre ele. “O que eu devo fazer? Você me odeia tanto assim?” sua voz quebrou enquanto ele olhava para o céu. “Eu pensei que uma deusa da lua deveria trazer paz e proteger os inocentes, para curar o que está quebrado, mas tudo que você fez foi amaldiçoar меня. Amaldiçoar nós. Eu te odeio!”.
A confissão derramou-se, crua e venenosa, e o deixou tremendo no eco de seu próprio desespero. “Se ela morrer…” sua voz tremeu no início, apenas para crescer com um surto de raiva e desespero. “Se você não pode nem proteger aqueles que escolheu, então você não é nenhuma deusa da lua para mim, você é apenas uma atormentadora sem coração. Eu te odeio por fazer isso conosco! Ela só quer viver, você não pode dar isso a ela?”
Por algum motivo, Donovan sentiu que estava sendo zombado. Ele era quem queria a morte, mas ela nunca vinha para ele. Em vez disso, ela ia atrás daqueles que significavam algo para ele, punindo-o ainda mais.
Lágrimas turvaram seus olhos, apenas para serem absorvidas pela venda. “Por que você não pode simplesmente me levar em vez disso? Estou cansado. Não aguento mais isso.”
Suas palavras dissolveram-se em silêncio, e deixaram-no tremendo na pesada quietude que se seguiu. Ele não percebeu de início, mas o ar ao seu redor havia mudado. O leve arrepio que pinicava sua pele tornou-se mais pesado, mais escuro, como se a própria atmosfera recuasse em resposta ao seu apelo.
Donovan cambaleou para se levantar, e sua cabeça ergueu-se enquanto uma estranha tensão invadia seu espaço. No entanto, por mais que se concentrasse, ele não conseguia identificar a fonte da energia opressiva que se fechava ao seu redor.
“Quem está aí?!” ele latiu, a irritação em sua voz clara e alta. Se era outro prisioneiro procurando provocá-lo, certamente haviam escolhido o pior momento possível.
Mas antes que pudesse fazer uma ameaça, as palavras de Donovan hesitaram, seu fôlego preso quando notou uma sombra se movendo dentro da escuridão sufocante. Então, para seu choque, uma figura emergiu, indistinta e distante, mas inegável.
Suas pupilas se contraíram, e se estreitaram para aquela única e assustadora silhueta. Instintivamente, sua mão disparou para seu rosto quando ele sentiu que algo estava errado. Como esperado, a textura familiar de sua venda escura havia desaparecido, enquanto o pânico se enroscava em seu peito enquanto seus dedos exploravam seu rosto, confirmando o que sua mente recusava processar.
Sua venda havia desaparecido, e ele podia ver. No meio de reunir seus pensamentos desorientados, uma voz familiar perfurou através das paredes de sua consciência.
“Donovan!”
Levantando a cabeça, seus olhos se deslocaram enquanto a figura que ele viu minutos atrás avançava para a tênue faixa de luz à frente. Era uma mulher, e ela corria em sua direção, seus olhos cinza-cinzento transbordando com lágrimas que refletiam a dor que ela carregava por toda a vida. Atrás dela, uma figura misteriosa se destacava, mas ele não conseguia ver quem era, pois a figura, ao contrário da mulher diante dele, estava na escuridão que parecia querer engolir quem quer que estivesse vindo em sua direção.
“Donovan!”
Sua respiração travou com a familiaridade da voz. Ele não conhecia o rosto de sua mãe, já que havia sido privado desse privilégio desde o nascimento. Mas sua voz, suave e quebrada, era como uma canção de ninar que ele não esqueceria.
“Mãe?” ele sussurrou, e o espectro de reconhecimento em seu olhar o dilacerou.
Sem pensar, o instinto de Donovan o impeliu para frente, e ele correu em direção a ela. O pânico se enraizava em seu peito enquanto a figura sombreada que a perseguia se aproximava, a escuridão ao redor deles ameaçando consumi-la.
“Mãe!”
A mão dela se estendeu em sua direção, e ele estendeu a mão para ela, mas em um cruel instante, uma força invisível a puxou de volta para o vazio de onde ela havia fugido. O mundo ao seu redor se estilhaçou em uma escuridão sufocante mais uma vez, e ele se encontrou completamente sozinho no abismo interminável.
“O que está acontecendo?!” A cabeça de Donovan latejava, como se fosse se partir sob o peso de sua confusão e medo. Ele girou freneticamente, mas não havia nada à vista. Parecia que a escuridão também estava vindo para ele.
Mas então… ele ouviu sua voz.
“Don!” A voz de Esme ressoou, brilhante e calorosa, e perfurou o vazio sufocante como um raio de sol. “Você está com frio? Eu trouxe uma capa para você hoje!”
“Esme?” Ele vasculhou a escuridão impenetrável, mas não conseguiu encontrá-la. “Onde você está?”
“O que você está fazendo aí? Venha até mim, rápido!” a voz dela estava próxima, quase brincalhona, mas ele sabia que havia mais na presença dela. Seu coração se apertou enquanto ele se virava em direção ao som de sua voz, e lá, brilhando suavemente no escuro, suas mãos apareceram, estendidas e radiantes, chamando-o com uma urgência gentil.
Parecia uma barreira, e ela foi ousada o suficiente para passar suas mãos por ela, apenas para chamá-lo.
“Venha venha,” ela sussurrou.
À medida que Donovan corria em direção à luz, que não era ninguém além de Esme, uma força brutal e súbita o agarrou. Era como se uma corrente invisível tivesse estalado do vazio, enrolando-se impiedosamente ao redor de seu pescoço.
A força o puxou para trás, interrompendo seu ímpeto com uma violência sufocante. Ele arranhou a restrição invisível, seus dedos tremendo de desespero.
“Don?”
A voz de Esme o alcançou, e Donovan estendeu a mão em direção a ela, mas as correntes apertavam sempre que ele rastejava mais perto, proibindo até mesmo um centímetro de liberdade. Quanto mais ele lutava para alcançá-la, mais forte era o puxão que estava determinado a mantê-lo longe dela.
Um frio medo o varreu enquanto ele sentia outra presença ao lado dele, seu sopro gelando sua pele como geada. A voz que sempre assombrava sua mente se tornou mais clara enquanto a presença sombria permanecia.
“Você nunca escapará deste lugar,” a voz sussurrou, seu tom final e venenoso. “Você não tem direito de saber o que está além dessa barreira. Você pertence aqui.”
Essas palavras cortaram Donovan como uma lâmina, e antes que ele pudesse resistir, ele foi imediatamente mergulhado de volta no vazio sufocante. Enquanto seu corpo era engolido pela escuridão, ele vislumbrou o cadáver sem vida de sua mãe, junto com outros corpos inocentes espalhados nas sombras. Essas eram as vidas que foram sacrificadas devido ao medo inflexível do reino, e os corpos foram deixados para apodrecer no abismo de seu desespero.
O olhar de Donovan piscou freneticamente entre a mão estendida de Esme e os restos retorcidos do corpo de sua mãe. A escolha o dilacerava, como uma ferida irregular que se recusava a sarar.
“Matem todos,” a voz sussurrou, o som sedutor e cruel. “Cada um deles. Só então você encontrará paz.”
Uma mão materializou-se no vazio, pálida e espectral. Seus dedos em forma de garra apontavam para a luz cintilante à distância.
Em direção a Esme.