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- Capítulo 177 - 177 Morte Sombria 177 Morte Sombria Em poucos minutos Donovan
177: Morte Sombria 177: Morte Sombria Em poucos minutos, Donovan jazia encolhido e inconsciente sobre o frio chão de pedra.
Os carcereiros que o trouxeram haviam desencadeado toda a sua fúria sobre ele, obedecendo ao comando do futuro rei sem restrições.
Seu corpo foi deixado espancado e quebrado, e sua pele estava marcada com hematomas vivos e profundas marcas de chicote que se cruzavam em suas costas nuas. Sangue fresco escorria das feridas cruas, pintando um quadro grotesco da brutalidade que acabara de sofrer, mas quando Lennox começava a se sentir satisfeito, o garoto que pensava estar inconsciente de repente deu uma risada.
Ela saía baixa, apenas para aumentar a cada segundo que passava. O medo nos olhos de Lennox não estava escondido, apesar de ser ofuscado pela raiva.
“Prendam-no ao poste,” Lennox ordenou sem demora, sua voz fria e comandante enquanto se levantava do trono. “Deixem o garoto louco pendurado lá até o nascer do sol. Se ele se recusar a morrer, é muito mais gratificante vê-lo sofrer um pouco mais. Ele tem energia para abrir sua boca imunda e rir na minha cara.”
Seu punho se fechou ao lado do corpo, mas ele tremia levemente pelo medo que o garoto à sua frente lhe fazia sentir. Toda vez que olhava para Donovan, só conseguia lembrar da maneira como Donovan ordenou que sua própria mãe tirasse a vida, e isso era algo que ele nunca perdoaria ou esqueceria.
Os carcereiros não perderam tempo, e imediatamente arrastaram o corpo flácido de Donovan para cumprir o decreto de seu futuro rei. Conforme os passos deles se distanciavam, Lennox relaxou um pouco, mas se assustou quando o ministro ao seu lado de repente falou.
“O senhor agiu sabiamente, Sua Majestade,” o ministro abaixou a cabeça em submissão. “Com sua autoridade, ninguém pode se opor às decisões que tomou para garantir o futuro do reino. Aquele pequeno monstro – ele ousou encontrar-se secretamente com a filha do Alfa Damon!”
Uma nova voz de repente ecoou na sala enquanto o ministro continuava a falar sem parar.
“E por que,” Damon rosnou com uma leve indignação enquanto caminhava propositalmente para a sala, “sou o último a saber sobre isso?”
O ministro repentinamente ficou em silêncio diante da pergunta de Damon, sua confiança evaporando enquanto o olhar penetrante de Damon pesava sobre ele e Lennox.
Lennox cruzou os braços sobre o peito quando Damon ficou diante dele, e respondeu. “Planejo contar tudo a você, tio. Só não queria correr o risco de uma reação exagerada. O senhor já esteve sob estresse suficiente e eu não queria perturbar seu descanso.”
O olhar penetrante de Damon se desviou de Lennox para o salão vazio. “Onde está o garoto?”
O ministro estremeceu levemente diante do tom comandante na voz de Damon, mas sabiamente calou-se. Embora houvesse um lampejo de irritação em seus olhos, ele não ousou desafiar um Alfa como Damon.
“O garoto já foi tratado,” Lennox respondeu, sua voz desprovida de qualquer simpatia. “Ordenei que os carcereiros o pendurassem no poste até o amanhecer. Desta vez, ele merece punição pelo que fez. Não vamos esquecer que ele carrega o sangue do Alfa Zephyr. Isso por si só o torna uma ameaça.”
Damon não ofereceu uma resposta imediata, apesar de querer dizer algo. Sem uma palavra, ele virou-se e saiu da sala. Lennox não fez esforços para detê-lo, e, na verdade, ele o acolheu. Se Damon lidasse com ele, pouparia a ele o trabalho de lidar com aquele chamado monstro por si mesmo.”
Desde a morte de seus pais, Lennox não conseguia encontrar paz. O sono o fugia, e o peso esmagador de seu destino sentia como se fossem dois enormes pedregulares pressionando seus ombros.
Ele não podia escapar disso – deste pesadelo. Tudo, o caos, as noites insones, incluindo o fardo do que ele estava prestes a se tornar, tudo podia ser rastreado até Donovan e sua maldita matilha.
Enquanto isso, Damon caminhou para o pátio aberto, sua capa escura ondulando com o ar frio. O poste se erguia à frente, marcante contra a noite, e seus olhos azuis e penetrantes avistaram Donovan, que estava amarrado ao mesmo, com os braços estendidos, e ele estava de joelhos. O vento frio cortava a pele nua de Donovan, suas feridas cruas e expostas.
Damon olhou ao redor e notou a ausência sinistra dos carcereiros.
Sacudindo a cabeça, Damon se aproximou, sua expressão uma mistura de piedade e frustração. O corpo de Donovan tremia visivelmente, mas se era do frio ou da dor, Damon não podia dizer. Sem hesitação, Damon pegou o cobertor que estava pendurado na extremidade do pátio e o colocou sobre os ombros de Donovan.
Ele sentiu o menino se encolher com o contato, seu corpo endurecendo. Devido ao frio, os efeitos foram mais do que capazes de amortecer os sentidos do menino, dificultando a percepção adequada de seu ambiente, e fazia sentido que ele não o tivesse sentido se aproximar.
Damon suspirou profundamente e recuou.
“Você conhece o perigo da sua situação, não é?” Damon perguntou, sua voz fazendo o menino se arrepiar. “Então por que você continua arriscando a sua vida assim?”
Donovan não respondeu. Em vez disso, sua cabeça pendia baixa, e seu silêncio tinha um significado. Ele entendia seu apuro melhor do que qualquer um. É por isso que qualquer palavra que pudesse pronunciar não faria diferença, nunca tinha feito e nunca faria.
O olhar de Damon simplesmente escureceu, mas seu tom suavizou enquanto ele insistia. “Por que você se encontrou com minha filha?” ele perguntou. “Se você pretendia machucá-la, teve muitas chances de executar algo assim. Não é a primeira vez, é?”
Ao menção de Esme, a cabeça de Donovan ergueu-se lentamente, e ele exalou.
“Sua filha é adorável,” ele disse calmamente. “Ela te adora. Nunca conseguiria me obrigar a machucá-la. Mas se os reais estão tão desesperados para usá-la como isca para se livrar de mim, é melhor agirem rápido, antes que eu perca qualquer motivação que tenho para jogar o jogo deles.”
Os olhos de Damon se estreitaram. “Você ao menos compreende o peso de seus crimes?”
Donovan soltou uma risada seca diante da pergunta de Damon, seus lábios se curvando em um sorriso amargo. “Não poderia me importar menos,” ele respondeu incisivamente. “O rei está morto. Consegui o que queria, não importa o resultado para mim. Se tivesse a chance de fazer tudo de novo, mudaria o curso de seu sofrimento e garantiria que ele morresse emocionalmente. Ele morreria—”
“Já chega,” a ordem calma de Damon forçou Donovan a engolir quaisquer comentários amargos que tivesse a fazer sobre o pai de Lennox. “Se você continuar falando, só lhe trará mais mal e sua maldição poderia tirar vantagem disso. Se você se transformar, não terei escolha senão matá-lo eu mesmo, então nos poupe desse resultado.”
“Então você sabe,” Donovan forçou suas pernas trêmulas a se levantar. “Você sabe que temos que nos transformar em Demônios.”
“Eu sei,” Damon respondeu. “Eu sei que o exército de seu pai é completamente diferente da sua matilha. Vi no que eles se tornaram e o que os leva a esse estado. Mas entenda isto — não tenho intenção de lhe fazer mal ou aos seus, contanto que você não se transforme naquilo que seu pai já é. Remover seu pai é a única maneira de libertar você e seu povo dessa maldição. É a única solução, já que ele foi quem começou tudo isso.”
Um leve e resignado sorriso aflorou nos lábios de Donovan. “Obrigado,” ele disse. “Talvez seja mesmo o melhor. Não posso defender as ações de meu pai mais do que qualquer um possa justificar as do Rei. Alguns legados nunca foram feitos para perdurar.”
Os olhos de Damon notaram as marcas que começavam a se espalhar por conta própria na pele de Donovan, rastejando como tentáculos de sombras. Ele sentiu o desconforto do menino e imediatamente colocou a palma da mão perto do local no pescoço de Donovan, e, como se, comandado por uma força invisível, a marca começou a recuar, enrolando-se de volta à submissão.
“Se você quer continuar vivo,” disse Damon, seu tom firme, mas quase paternal, “nunca se renda à sua maldição. Seu pai causou danos irreparáveis, e ele está longe demais para desfazer o caos que criou. Esse fardo agora recai sobre você. Se você morrer, o resto de sua espécie também morrerá. Para protegê-los e a si mesmo, como líder deles e futuro Alfa, você deve continuar lutando, não importa o custo.”
Donovan hesitou, confusão e desconfiança nublando sua expressão. “Por que você está me dizendo isso? De todas as pessoas, você é a última que eu esperaria ouvir essas coisas. O senhor não me odeia? Não está tão furioso quanto ao fato de eu estar vendo sua filha? Eu sei que está.”
A expressão de Damon escureceu brevemente quando o menino percebeu seu conflito interno, um lampejo de tensão cruzando suas feições. “Estou com raiva? Sim,” ele admitiu. “Mas assim como você, eu tendo a saber quando alguém carrega más intenções, e você não é assim. Não somos inimigos, Donovan. Você é uma vítima da maldição de seu pai, e é por isso que estou lhe dizendo para fazer o que for necessário para sobreviver. Não posso prometer que vencerei a guerra que está por vir, tenho a sensação de que pode ser minha última batalha. Mas se eu cair, o fardo de acabar com isso recairá sobre seus ombros.”
A expressão de Donovan era claramente uma de surpresa. Parecia que o pai de Esme estava confiando algo a ele, mas ele não conseguia entender completamente.
“Mas você precisa sobreviver, Alfa,” ele disse, a sinceridade em sua voz pegando Damon de surpresa. “Pelo bem de sua filha, você tem que sobreviver. Eu não sou nada além de um fracasso, então por favor, não crie esperanças ou crenças em alguém como eu.”
Damon ouviu o desânimo do menino, e sentiu nada além de empatia. Ele sabia que não havia nada que pudesse fazer para aliviar o sofrimento do menino. Ele pode ser poderoso, mas não o suficiente para decidir contra as ordens do reino.
Suas vestes escuras ondulavam na brisa fria enquanto ele quebrava o silêncio. “Você sabe por que seu pai é do jeito que é?”
Donovan não respondeu imediatamente. Ele abaixou a cabeça e acenou fracamente. “Porque ele estava doente.”
A voz de Damon suavizou, embora carregasse o peso de uma verdade amarga. “Você sabe qual doença ele tinha?”
Desta vez, Donovan balançou a cabeça, sua confusão evidente.
“Chama-se síndrome de Noctisveil,” Damon explicou. “É uma doença hereditária que vive sob o nome de sua família. O legado de sua família já estava amaldiçoado antes que o sangue de demônio se enraizasse e saísse de controle. O nome de sua família não é chamado Morgrim sem razões, criança.”
“O que… o que significa ser um Morgrim?” Donovan perguntou, sua voz traindo um medo silencioso da resposta.
“Significa Morte Sombria.” Damon murmurou, as palavras pairando como um manto frio sobre ambos.