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- Capítulo 153 - 153 Matem Todos 153 Matem Todos Donovan nunca tinha visto
153: Matem Todos 153: Matem Todos Donovan nunca tinha visto verdadeiramente o alfabeto escrito, mas aprendera a entender as formas das letras através de meios táteis e prática orientada.
Kangee sempre o ajudava interpretando as formas para ele sempre que a confusão surgia. No entanto, naquele momento, Donovan tinha pouca paciência para contemplar como ele tinha adquirido sua visão.
Embora não pudesse ler as letras da maneira convencional, ele conseguia traçar os contornos familiares e padrões com sua mente, formando uma conexão com Esme.
O que tornava esse reconhecimento mais profundo era o fato de que ele mesmo as tinha rabiscado – nenhuma outra mão além da sua. Mas então, por que ele tinha escrito o nome de Esme?
Ele lutava para lembrar de momentos como esses nos tempos que passou na masmorra, mas não conseguia se lembrar dessa cena específica. Isso era produto de manipulação? Tinha que ser; não havia outra explicação, e Donovan jamais poderia nutrir ódio por Esme.
Ela era sua companheira, ligada a ele de maneiras que desafiavam a lógica. Por que ele teria motivo para se virar contra ela? E se, por alguma chance impossível, ele o fez, ela deve ter sido uma criança pequena. Isso tinha que ser uma memória plantada, uma decepção semeadora em sua mente para torcer a verdade. Alguém estava brincando com suas memórias, e quem quer que fosse estava tecendo deliberadamente falsidades.
O pensamento sozinho fez seu maxilar apertar, e seu punho se fechou enquanto uma onda de raiva percorria por ele.
“Não sei do que você está falando,” Donovan cuspiu, sua voz carregada de desafio enquanto falava com a presença assustadora que roía sua sanidade. “Mas nada disso muda nada. Você realmente acha que girar essas mentiras me faria machucá-la?”
Uma risada escura e zombeteira ecoou através de sua mente, provocadora e insidiosa. “Ah, você realmente está cego, mas posso te culpar, embora? Suas memórias foram apagadas, então é claro, você se apressaria em proteger sua amada companheira sem questionar.”
Uma ruga se aprofundou entre as sobrancelhas de Donovan enquanto confusão turvava seus pensamentos, misturando-se com a batida contínua de dor e uma ira fervente que ameaçava consumi-lo. Ele lutava contra a ligação invisível, sabendo muito bem que as correntes apertando em seu pescoço o arrastariam mais fundo no tormento se ele resistisse.
No entanto, desta vez, o tormento tinha um peso desconhecido — um que sugeria impotência.
“Mate todos eles.”
O comando veio com a força de um trovão, e Donovan ficou imóvel, a voz de seu eu mais jovem ressoando dentro dele, afiada e cheia de veneno. “Mate todos antes que seja tarde demais. Nunca confie no suposto ilíriano! Eles são todos mentirosos! Acabe com todos! Cada um!”
Quando seu eu mais jovem correu em sua direção, ele piscou e tudo desapareceu. A escuridão familiar tinha retornado, mas a primeira coisa que registrou foi o calor aninhado em sua palma.
Dedos macios entrelaçados com os seus, ternos e firmes.
Ele piscou novamente atrás da cortina de sua venda, mas isso não resultou em nada. O silêncio lhe respondeu, exceto pelo ritmo compassado de um coração.
O ar frio estava impregnado com o cheiro forte de pinho, misturado com uma fragrância sutil e residual de flor selvagem que se agarrava ao espaço ao seu redor.
Seu peito se apertou, uma interrupção repentina perturbando o ritmo de seu coração quando ele percebeu que era Esme. Embora flor selvagem não fosse seu cheiro usual, era um que ela tinha adotado após chegar ao Norte, um traço de familiaridade que acelerava seu pulso.
“Esme?”
Sua voz estava baixa e hesitante, mas o silêncio que se seguiu lhe disse tudo. Sua Esme estava em um sono profundo, provavelmente sentada em uma cadeira com a cabeça descansando na borda de sua cama. A conclusão inesperada fez várias emoções se manifestarem em seu rosto. Ele sabia que ela estava agendada para encontrar com os anciãos, tornando sua presença ali um mistério que puxava o canto de sua mente.
Ele se perguntava se ela tinha terminado cedo e veio encontrá-lo. Poderia ser verdade? Após o tormento que ele tinha suportado há pouco, o fato de ela estar aqui trouxe uma onda de alívio o inundando. Sem pensar, seus dedos apertaram os dela, e ele apertou suavemente, embora fosse um gesto feito puramente por instinto e não por intenção.
Seja o que for que ele tenha visto sendo verdade ou não, uma coisa permanece inabalável. Esme era sua companheira, e ele a protegeria a qualquer custo, mesmo que isso significasse protegê-la de si mesmo.
Uma mudança sutil na pressão despertou Esme das profundezas de seu sono. Sua visão embaçada se aguçou, e ela percebeu que sua mão estava envolta na de Donovan, seu toque irradiando calor e uma promessa não expressa de segurança. Seus olhos se arregalaram em surpresa, e sem hesitar, ela se sentou ereta, seu coração batendo com a intimidade inesperada.
“Você finalmente acordou!” A voz de Esme tremeu de alívio, seus olhos brilhando quando ele reagiu ao som de sua voz. Seu coração acelerou quando ele instintivamente puxou seus dedos para longe dos dela, como se estivesse preso em um momento que não era para compartilhar.
“Sim…” Sua resposta foi medida, incerteza entrelaçada em seu tom. “Mas você não deveria estar na—”
“Estou tão feliz que você esteja bem,” Esme interrompeu, sua voz falhando enquanto ela o abraçava. O abraço repentino foi o suficiente para fazê-lo endurecer, cada músculo tenso com surpresa, e ele sentiu um calor estranho subir em suas bochechas. Mas ele conseguiu se recompor pouco antes dela recuar.
“Você tem ideia do que você me fez passar? Achei que algo terrível tivesse acontecido com você quando você não acordava. Você se diverte me assustando desse jeito?”
A preocupação crua em sua voz deixou Donovan momentaneamente atordoado, a confusão sombreando suas características. “Eu?”
Ela exalou trêmula, sua expressão uma mistura de confusão e medo persistente. “Você estava inconsciente por vinte e duas horas inteiras. Já passou do meio-dia agora. Kangee voou na última noite para me alertar depois que você adormeceu e não acordava. Tentamos chamar você, sacudindo você, mas você não respondia. Você quase não se mexia.”
A testa de Donovan franzida em uma expressão confusa diante de suas palavras, e ele não disse nada. Sua mente voltou ao que só pode descrever como um pesadelo angustiante, e a experiência ainda o roía — a realização de que o tempo gasto preso naquela escuridão sufocante havia de alguma forma influenciado a realidade aqui.
O verdadeiro portador o tinha visitado, disso ele estava certo, e a visão não teria se despedaçado a menos que alguém tivesse interrompido o poder do verdadeiro portador.
“Você está se sentindo bem?” A voz de Esme cortou seu devaneio, mais suave agora enquanto ela captava a preocupação sutil gravada em seu rosto. A visão dele não responsivo, como se morto, a tinha deixado totalmente abalada. Quando Kangee veio encontrá-la e contou o que estava acontecendo, ela abandonou suas reuniões com os anciãos sem pensar duas vezes para ficar ao lado dele.
Como ela não tinha ideia do motivo pelo qual ele se recusava a acordar, não havia nada que ela pudesse fazer para ajudá-lo. Em vez disso, ela ficou ao lado dele, cuidando dele com outros métodos básicos na esperança de que ele acordasse logo. Somente a deusa da lua sabia o alívio profundo que ela sentiu quando ela se levantou e o encontrou acordado.
“Não me assuste assim novamente,” Esme adicionou, “você deixou todos preocupados. Mas me diga, o que exatamente aconteceu? Você está se sentindo mal? Eu deveria informar os outros que você está acordado.” Pronunciando inúmeras coisas ao mesmo tempo, Esme se levantou de sua cadeira, mas antes que ela tivesse a chance de sair, a mão de Donovan envolveu seu pulso, gentilmente a puxando de volta para sua cama.
“Não chame ninguém,” ele disse. “Você é a única de quem eu preciso agora. Apenas fique ao meu lado. Os outros podem esperar.”
Donovan não esperou que ela protestasse antes de descansar a cabeça em seu colo. O rosto de Esme virou ligeiramente ruborizado quando ele se acomodou, mas ela o deixou estar.
“Mas sério…” A voz de Esme se suavizou, “Se algo está errado, então você tem que nos contar. Eu talvez não seja de muita ajuda, mas os outros podem, e eu farei o que puder para ajudar. Você tem que prometer que vai—”
Esme pausou quando ele de repente não estava mais respondendo a ela. “Hã? Você voltou a dormir?” cutucando o ombro dele, a preocupação imediata contorceu seu rosto quando ele não respondeu novamente.
“Donovan?”
No momento de pânico dela, os lábios dele se retorceram em um sorriso preguiçoso e travesso. Seu coração sossegou ao perceber que ele estava apenas brincando com ela, mas ao mesmo tempo, uma onda de irritação tomou conta dela.
“Sério, você acha isso engraçado?”
Donovan riu da explosão dela, e quando Esme tentou empurrá-lo para fora, ele agarrou seu pulso e virou para ela, deixando seu braço envolver sua cintura.
“Eu prometo,” ele disse. “Eu vou deixar você e os outros saberem se algo está errado comigo. Agora pare de se mover tanto.” Havia um tom de comando em sua voz, embora brincalhão, mas Esme achou isso sexy e perturbador por algum motivo.