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- Capítulo 136 - 136 Fragmentos de Suas Memórias 136 Fragmentos de Suas
136: Fragmentos de Suas Memórias 136: Fragmentos de Suas Memórias À medida que atravessavam a estreita viela, outro tremor sacudiu o chão, fazendo com que finos grãos de areia chovessem sobre seus ombros e cabelos.
Esme e Cora continuaram em movimento, e cada passo parecia uma eternidade até que finalmente chegaram à segunda porta.
Infelizmente, estava trancada pelo lado de dentro, então optaram pela cobertura de ferro, semelhante a uma tampa de bueiro, acima.
Com um empurrão vigoroso, Cora ergueu a pesada tampa e subiu rapidamente, com Esme logo atrás, e, uma vez lá fora, cobriu o buraco o mais silenciosamente possível. Ambas emergiram da estreita abertura, apenas para se encontrarem no piso térreo da fortaleza.
O uivar dos lobos, distante mas arrepiante, ecoava de algum lugar lá fora, junto com vozes dando ordens. Isso aguçou o instinto de Esme, mas ela foi trazida de volta à realidade quando Cora gesticulou que elas precisavam continuar se movendo.
Em silêncio, elas subiram a escada para o segundo andar, seus passos lentos e cautelosos. O ar tornou-se pesado, tenso, enquanto ajustavam cuidadosamente seus passos, atentas ao que, ou quem, poderia estar esperando por elas acima.
“Por onde começamos a procurar por Zach?” Esme perguntou, lançando um olhar para Cora enquanto ambas passavam de um quarto para outro no segundo andar da fortaleza. “Este lugar é assombrosamente grande.”
Cora suspirou enquanto fechava a porta, e respondeu: “Cada ala tem um número interminável de quartos, e gritar por Zach poderia ser desastroso.” Ela lançou um olhar cauteloso por cima do ombro, plenamente cônscia dos riscos que vinham com a criação de muito barulho.
Por enquanto, parecia que os lobos demônio não haviam ultrapassado o portão, e era mais do que um sinal reconfortante do que precisavam para saber que Donovan e seus guerreiros estavam segurando a posição.
Esme, por outro lado, sentia sua suspeita crescer quanto mais ela recordava a maneira como Thadius descreveu o demônio que havia encontrado a Donovan. Sua voz tinha tremido por toda a confissão, e Esme não conseguia se livrar da sensação de que o demônio em questão poderia ser nada menos que o verdadeiro portador.
Quem mais cobiçaria o trono de Lennox? Todo outro demônio existente seguia a regra do verdadeiro portador; ele possuía tanto o poder quanto a autoridade para orquestrar tal trama.
Mas se ele estava realmente tão desesperado para tomar o trono de Lennox, por que não havia se apresentado ele mesmo?
Por que o verdadeiro portador é tão excessivamente discreto com sua imagem? Nada parecia se encaixar, e as perguntas sem resposta a consumiam. Ela precisava se lembrar do exato quarto em que Thadius estava amarrado e pressioná-lo por respostas.
No fim, Esme e Cora concordaram em se separar para procurar por cada andar, e ela fez seu caminho em direção ao terceiro andar.
Os quartos aos quais ela tinha acesso lembravam aposentos projetados para os nobres que Thadius havia convidado, e ela se lembrou que este mesmo andar tinha sido onde os guerreiros haviam amarrado Thadius.
Ao entrar em uma câmara em particular, uma onda de pavor a invadiu. Para seu horror, ela encontrou o corpo sem vida de Jason estirado no chão frio.
Uma poça escura de seu próprio sangue o cercava, e sua pele outrora vibrante tinha adquirido um tom pálido doentio. Seus olhos estavam encobertos e desprovidos de vida, como se tivesse suportado uma agonia inimaginável.
Esme ajoelhou-se ao lado de sua forma congelada, e a única coisa que sentiu por ele foi pena. Ela estendeu a mão para checar seu pulso, mas não havia sinal de vida dentro dele — sua pele também estava perturbadoramente fria sob seus dedos.
“Ele está… morto. Mas onde está Thadius?” Um alarme surgiu nos olhos de Esme enquanto ela examinava o quarto, a suspeita roendo-a ao se convencer de que a morte de Jason poderia estar ligada à ausência de Thadius.
As cordas que uma vez haviam contido Thadius jaziam descartadas em um canto da sala. Então, a mente de Esme começou a correr com a possibilidade de que Thadius havia conseguido se libertar… ou alguém o havia feito por ele. Seja qual fosse, certamente não era uma boa coisa.
Dirigindo-se à porta para sair do quarto e alertar Cora, uma mão agarrou seu braço com força brutal. Foi puxada para trás com tanta força que tropeçou no chão.
Tonta, Esme olhou para cima e seus olhos se arregalaram ao se deparar com Thadius — exceto que Thadius havia mudado.
Thadius, que mal era bonito, agora era um demônio colossal com proporções grotescas. Seu corpo estava coberto de runas escuras, sua pele estalada com um tom esverdeado doentio que brilhava fracamente nas sombras.
Seu rosto se contorceu em um sorriso aterrorizante, com presas amareladas e afiadas e olhos que brilhavam um vermelho opaco, cheios de malevolência. Seu olhar permaneceu fixo em Esme, e havia vozes em sua cabeça – vozes sussurrando em tons convincentes que ele deveria matar Esme.
‘Mate-a, e você será livre!’ A voz lhe disse.
Seu olhar escureceu quando a voz o fez acreditar que ele poderia voltar ao seu estado original, e seus olhos se moveram para Esme enquanto ela se forçava a sentar ereta.
O caos ainda estava se desenrolando lá fora, e quando outra explosão fez o chão rachar e se mexer, nenhum deles se abalou.
“Você é uma verdadeira inconveniência para alguém tão bonita”, ele zombou, sua voz gotejando com veneno. “Por sua causa, ele me fez parecer assim!”
Com um estalo repugnante, suas unhas se alongaram em garras letais. “Eu me tornei um monstro por sua causa! Então você deve morrer!”
Antes que Esme pudesse reagir, ele avançou, sua garra girando com ferocidade, e Esme mal conseguiu se abaixar a tempo. Ela se levantou rapidamente, esquivando-se de seus ataques pesados e desajeitados enquanto ele avançava, derrubando vidros, cadeiras, mesas e tudo que se interpunha em seu caminho.
Seu coração disparou enquanto ela sentia ele logo atrás dela, aquelas garras rasgando o ar com intenção assassina, como se não pudesse esperar para rasgá-la em dois.
Moveu-se instintivamente, evitando cada golpe letal sem tempo suficiente para processar seus próprios movimentos.
Chame isso de instintos de sobrevivência, mas ela sabia que estaria maldita se aquelas unhas a tocassem.
“Apenas morra, sua desgraçada!” Ele rugiu, tentando agarrá-la, mas Esme se moveu mais rápido, agarrando uma mesa de madeira e empurrando-a entre eles, usando-a como um escudo improvisado contra seu ataque implacável.
Ele era muito mais forte, sem dúvida, e seus braços já começavam a tremer com o esforço.
“É realmente isso que você quer?” A voz de Esme cortou a tensão enquanto ela tentava ganhar um momento para recuperar o fôlego. “Você está seguindo cegamente um demônio que se recusa a revelar sua identidade para alguém.”
Ela encontrou seu olhar, “Aquele que te amaldiçoou e te transformou nisso. Você está arriscando seu povo e toda Ilíria se dobrar aos desejos dele. Você não vê que ele está te manipulando? Ele está se alimentando do seu desespero e você nem percebe!”
Ela ofegou e se abaixou quando seu punho perfurou a parede a centímetros de sua cabeça. Thadius rosnou enquanto ela escorregava para longe mais uma vez, um som gutural que ecoava pelo quarto. “Eu te disse, ele só aparece por dois motivos; para matar ou fazer um acordo.”
Com isso, ele avançou a mão, liberando uma força invisível que jogou Esme contra a parede. O impacto a deixou atordoada, e ela despencou no chão. Naquele momento, a espada de pétala que Donovan lhe dera escorregou de sua cintura e caiu em uma poça do sangue de Jason próximo.
Uma onda de fraqueza invadiu Esme por causa do golpe, mas ela apertou os dentes, lutando para se levantar. Seus olhos encontraram os de Thadius, ardentes e ominosos, enquanto ele a observava se esforçar, e havia um vislumbre de satisfação em seu olhar.
“Você não faz ideia de como as histórias se distorceram. A morte do seu pai… ele era um Alfa muito poderoso… Você realmente achou que um demônio, Zephyr era capaz de matá-lo? Deixe-me contar algo que você não sabe. Não foi o Alfa Zephyr quem acabou com a vida do seu pai, mas sim o verdadeiro portador. Seu pai cumpriu sua missão e matou o Alfa Zephyr, pensando que ele era o verdadeiro portador, mas… a verdadeira força o atingiu quando ele menos esperava.”
Ele riu alto, o som sombrio e arrepiante. “Você pode imaginar como seu pai deve ter se sentido? Tanto que você desconhece. Veja… agora que sou um demônio, eu possuo fragmentos das memórias do verdadeiro portador, e agora que sei o que aconteceu, tudo está se encaixando!”
De repente, sua risada cessou, seus olhos distantes, como se as memórias se reproduzissem vividamente em sua mente. “O Alfa Zephyr estava escondendo um segredo enorme, sabe. E não apenas ele. Há alguém mais que encontrou o verdadeiro portador.”
Sua expressão tornou-se contemplativa. “Era alguém que eu nunca esperaria. Tudo… faz todo sentido!”
Em três passadas rápidas, ele diminui a distância entre eles, sua mão agarrando seu pescoço e a levantando claramente do chão. Esme arranhou desesperadamente em sua pegada, lutando para respirar, mas ela fechou os olhos quando Thadius ergueu sua mão enclavinhada, deixando-a descer sobre ela.
Um impulso repentino e nauseante foi ouvido, e Esme sentiu o jato quente de sangue espirrar em seu rosto. Seus olhos se arregalaram em choque.