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- Capítulo 494 - 494 Rhian e Cornélia 494 Rhian e Cornélia Após terminar seu
494: Rhian e Cornélia 494: Rhian e Cornélia Após terminar seu trabalho, Draven retornou para Ember, que estava sentada quieta no balanço no jardim, olhando fixamente para frente.
“Ainda preocupada com seu irmão?” veio a voz familiar de seu companheiro.
Isso a tirou de seus pensamentos, e ela se virou para olhá-lo. “Com alguém como a Senhora Cornélia cuidando dele, eu preciso mesmo me preocupar? Eu estava apenas… aproveitando a paz aqui.”
Draven conseguia perceber que ela não estava sendo totalmente honesta. Algo a incomodava — mas em vez de insistir, ele disse, “É verdade. Ela estará aqui em breve para ver como ele está novamente. Você quer estar lá?”
“Não preciso incomodá-la enquanto ela está tratando seu paciente,” Ember respondeu. “Encontrei meu irmão antes de vir para cá.”
Ele resmungou em resposta. “Quer dar um passeio?”
Ela desceu do balanço. “Ao longo da margem do rio.”
Draven segurou a mão dela, e juntos eles caminharam em direção à fronteira do palácio, onde o rio fluía suavemente, cercando o palácio como um fosso natural.
Enquanto caminhavam à beira d’água, Draven perguntou, “O que você fez hoje?”
“Nada demais,” ela disse. “Fui verificar o ninho de Morpheus, depois passei um tempo na biblioteca lendo, fiz uma refeição, visitei meu irmão, e então vim para o jardim.” Ela recitou isso como se fosse apenas mais um dia comum.
“Como está o ninho?” Draven perguntou.
“É lindo e hipnotizante,” ela respondeu, um sorriso suave formando-se em seus lábios. “Agora eu posso até ir lá sozinha. Há uma ponte conectada à sacada.”
Draven murmurou em aprovação. “Ele é atencioso — e provavelmente sabia que você não teria paciência para esperar por ele e poderia tentar subir na árvore sozinha, colocando-se em perigo.”
Ember franziu a testa. “Vocês dois são iguais. Sempre apontando meus erros e minha desajeitamento. Mas é assim que eu sou.”
“E gostamos de você exatamente como você é,” ele disse com um pequeno sorriso. “Agora me diga… o que realmente está em sua mente? Algo está incomodando minha doce companheira.”
Ela suspirou. “Você realmente quer saber?”
“Sim.”
“Não quero que você fique chateado.”
“Eu não ficarei.”
Ela parou de andar, levando Draven a parar também. Ela se virou para encará-lo, a culpa cintilando em seu olhar.
“Eu deveria ter discutido isso com você antes,” ela admitiu. “Mas… acabei tomando a decisão sozinha.”
Ele simplesmente esperou que ela dissesse.
“Pedi para Morpheus me levar ao festival da lua cheia deste mês…” ela começou, mas o resto da frase ficou presa em sua garganta. Ela não conseguiu se forçar a dizer a próxima parte — que estava planejando acasalar com Morpheus.
“E ele recusou?” Draven perguntou, tentando ao máximo manter a compostura.
“Hmm,” ela assentiu, olhando para longe. Sua voz estava carregada de emoção. “Eu só quero resolver isso… de uma vez por todas. Para que possamos todos viver juntos em paz. Estou tentando, mas ele não quer cooperar.” Sua voz se quebrou. “Por que ele não pode entender que também não é fácil para mim…”
Finalmente, as lágrimas que ela estava segurando escorreram por suas bochechas.
Draven a puxou gentilmente para seus braços, deixando-a liberar as emoções que ela guardava dentro.
“Quando ele disse não… eu me senti magoada,” ela soluçou baixinho. “Eu não sei mais o que fazer por ele… só não quero que ele sofra por minha causa…”
“Você não está errada,” Draven disse suavemente, acariciando suas costas com movimentos lentos e reconfortantes. “Você só está fazendo o que é melhor para todos nós. Não se preocupe — ele vai entender. Ele virá até você por conta própria.”
“Ele vai?” ela sussurrou, ainda incerta.
“Hmm,” Draven murmurou em reafirmação, limpando suas lágrimas com o polegar.
Uma vez que ela se acalmou um pouco, ele gentilmente mudou o assunto da conversa.
“Você já pensou em reencontrar sua família novamente? Agora que você sabe a verdade sobre eles?”
Ela balançou a cabeça. “Primeiro, preciso cuidar desta minha família. Assim que estivermos bem… pensarei nisso.”
“Como você desejar.”
—-
Cornélia chegou ao palácio pouco antes do pôr do sol para verificar Rhian.
Erlos a conduziu até o quarto de Rhian, onde o jovem estava descansando na cama.
“Príncipe Rhian, a Senhora Cornélia está aqui para vê-lo,” Erlos anunciou educadamente.
No momento em que ele ouviu o nome dela, a imagem de uma bela mulher ruiva surgiu na mente de Rhian. Ele rapidamente se sentou na cama e disse, “Deixe-a entrar.”
Erlos saiu, e Cornélia entrou no quarto, sua expressão tão séria e composta como sempre — como se estivesse ali estritamente a negócios.
Rhian a olhou, pretendendo se desculpar pelo modo como ele havia se comportado após acordar… mas antes que pudesse falar, ela disse secamente, “Preciso verificar seu pulso.”
Sem protesto, Rhian ofereceu sua mão. Cornélia sentou-se na cadeira ao lado de sua cama e gentilmente pegou seu pulso, fechando os olhos enquanto se concentrava.
Rhian, enquanto isso, se pegou olhando para o rosto dela — gracioso, distante e belamente imperturbável. Como alguém pode ser tão indiferente e rígido, e ainda assim tão agradável aos olhos? E, acima de tudo, ela era perfeita no que fazia.
Cornélia abriu os olhos — apenas para encontrar o humano a olhando fixamente.
Completamente indiferente, ela soltou seu pulso como se o olhar dele não tivesse significado algum para ela. “Preciso verificar o ferimento,” ela disse plainamente.
Rhian deu um pequeno aceno de cabeça.
“Vire-se,” ela instruiu.
Ele se mexeu ligeiramente, e no momento seguinte sentiu sua camisa sendo levantada — mas quando olhou para o espelho à sua frente, viu que ela ainda estava a alguns passos de distância.
Ela usou magia, ele percebeu.
Ela se aproximou, e então seus dedos frios tocaram o ferimento para inspecioná-lo.
Rhian estremeceu — não de dor, mas pelo frio do toque dela. ‘Por que as mãos dela são tão frias?’
“A poção está funcionando bem. Em poucos dias, você estará forte o suficiente para voltar ao seu mundo,” Cornélia comentou, seu tom seco e profissional.
Mas para Rhian, isso trazia uma mensagem diferente — uma impaciência para que ele deixasse este reino o quanto antes.
Ela realmente não suportava a presença de um humano.
Olhando para ela através do espelho, Rhian perguntou, “Você não parece gostar da minha presença aqui.”
“Estou feliz que você está ciente disso,” ela respondeu friamente, e no mesmo fôlego, um frasco apareceu em sua palma.
“Por que você odeia tanto os humanos?” ele perguntou.
Ela abriu o frasco para derramar a poção mágica sobre o ferimento, que ainda carregava vestígios de magia negra.
“Você mesmo não viu naquela noite — quando os humanos atacaram nosso rei e sua companheira?”
“Nem todos os humanos são assim…” ele tentou argumentar.
“Só se você soubesse,” ela respondeu, então despejou a poção em seu ferimento, fazendo-o sibilar de dor.
“Vai doer — está combatendo a magia negra no ferimento,” ela disse, impassível.
Rhian apertou a mandíbula, tentando suprimir sua reação. “Se você não tivesse dito isso, eu quase acreditaria que estava fazendo isso intencionalmente.”
“Você também não estaria errado em pensar assim,” ela respondeu sem um pingo de remorso.
Ele virou o rosto para olhar para ela. “Eu não fiz nada… mas você me odeia só porque sou humano.”
“Preciso ser mais clara?” ela disse friamente, e com um toque de sua magia, o frasco desapareceu e sua camisa foi puxada para baixo novamente.
“E se eu disser que não odeio sua raça… e que peço desculpas por como agi no primeiro dia — depois que acordei?” ele perguntou.
“Não se incomode. Ódio ou desculpas de um humano não significam nada para mim,” ela disse desdenhosamente. Outro frasco apareceu em sua mão. “Este é para você beber.”
Uma mulher tão fria e sem emoções, Rhian pensou. Ele estreitou os olhos e perguntou, “Se eu recusar, você vai me obrigar a beber, como fez naquele dia?”
Ela nem piscou. “Você já sabe a resposta.”
Ele pegou o frasco da mão dela e o bebeu de uma vez. “Feliz?”
Ela não respondeu. Sem dizer mais nada, virou-se para sair.
“Senhora… só saiba que nem todos os humanos são iguais. Eu certamente não sou como eles,” Rhian chamou atrás dela.
“Bom para você,” ela disse friamente enquanto saía.
Rhian ficou olhando para a porta depois que ela saiu. Essa mulher! Será que ela tem pelo menos um pouco de emoções dentro dela?