A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 436

436: Áureus Poderoso 436: Áureus Poderoso O som de asas batendo tirou Áureus do seu transe. Ele percebeu que alguém estava se aproximando. A águia mais velha pousou no deque do ninho onde Áureus estava parado.

“Saudações, Senhor Áureus.”

“Tio-avô, eu disse para me chamar apenas pelo nome.” Apesar de dizer isso, o rosto de Áureus se iluminou. “Há novidades sobre meu tio?”

A águia cinzenta balançou a cabeça. “Ainda não. Estou aqui por outro assunto urgente.”

“Qual é?”

“Estou aqui para pedir que você assuma o controle do clã, pois a situação agora o exige.”

Áureus perdeu o sorriso. “Já falamos sobre isso.”

Agraleus deu um breve resumo da situação dentro do território.

“…e eles continuam negligenciando minhas instruções. Os anciãos acabaram se entregando à luta com membros do clã da raposa, e os guerreiros tentaram encobrir o comportamento uns dos outros, não relatando a situação correta. Nós não queremos que o Rei se intrometa nas lutas internas dos metamorfos…”

“Por que você não pede ajuda aos líderes de outros clãs das bestas?”

Agraleus soltou um suspiro profundo.

“Eu tentei isso, mas como você sabe, meu papel como Chefe é principalmente como um intermediário, e eu não controlo os representantes das várias raças de bestas. Eu não tenho poder real de aplicação. Quando se trata de respeito, especialmente em relação ao orgulho dos guerreiros, Morfeu é sem dúvida o líder espiritual.

“Com seu comandante agredido, esqueça o Clã da Águia Divina, a maioria das raças emplumadas não vai me ouvir. Não é como se o Clã da Raposa Divina pudesse deixar de se proteger. Seus aliados, como os lobos e outras criaturas metamorfas, também tentariam proteger seus interesses. Neste ponto, a situação pode escalar onde as raças emplumadas terão uma guerra aberta com as raças peludas. Ninguém quer ver isso.”

“Para evitar que a situação piore, o Senhor do Clã da Águia Divina deve intervir. Você tem status suficiente para mediar, assim como o poder para apoiar isso. Nosso povo vai te ouvir. Eu acredito que você não vai querer que seu tio acorde e saiba que a guerra estourou por causa dele, que ele se tornou a razão pela qual a paz que ele vinha mantendo por séculos foi destruída. Mesmo que não seja pelo nosso povo, mesmo que seja apenas pelo bem do seu tio…”

Agraleus se ajoelhou e baixou a cabeça.

“Tio-avô, o que você está fazendo—”
“Águia Divina Agraleus pede oficialmente ao Senhor do Clã da Águia Divina para intervir. Por favor, assuma o controle da situação.”

Áureus ajudou a águia mais velha a se levantar. “Eu já te disse muitas vezes. Eu não sou um Senhor. Não sou adequado para este papel. Estou feliz por ser parte do nosso clã, mas—”
“Eu sei que você, meu Senhor, nunca quis ter poder, e respeitamos seus desejos; no entanto, esta é uma situação que exige que você assuma sua posição legítima. Por favor, faça isso pelo nosso comandante que sacrificou sua própria vida pelo bem deste reino.”

Áureus não teve coragem de recusar os apelos da velha águia.

“Está bem, mas só enquanto for necessário. Você sabe que tenho que retornar ao reino humano depois que meu tio acordar.”

“Eu não impedirei meu Senhor se ele desejar partir até então.”

“Leve-me até Dylan.”

As duas Águias Divinas subiram em direção ao céu e, em questão de minutos, sua visão aguçada avistou a cena dos guerreiros da raça emplumada patrulhando e lutando com um pequeno grupo de Raposas Divinas que estavam fora da cidade coletando comida. Havia cerca de vinte guerreiros da raça emplumada, o líder deles uma águia, e eles estavam espancando um grupo de trinta raposas comuns que estavam sendo protegidas por dez guerreiros raposas.

Áureus ficou chocado ao ver a situação. Ele havia visto batalhas humanas como Entardecer, o animal de estimação do Rei de Megaris, mas esta foi a primeira vez que realmente viu uma luta entre seres sobrenaturais.

Não apenas os guerreiros estavam sangrando, o terreno estava destruído e até pessoas inocentes estavam feridas.

A raiva ferveu dentro dele. Seu tio sacrificou sua vida pela paz e esses seres imprudentes estavam fazendo seu esforço ser desperdiçado.

Seu corpo inteiro brilhou com poder divino, raios dourados emanando dele. Era como se o sol tivesse descido à terra.

Pelo que Agraleus lhe disse, se Áureus quisesse controlar esses seres consumidos por sua raiva, ele precisava causar um grande impacto. Palavras e persuasão já não eram mais úteis nessa loucura.

Áureus tinha que detê-los com uma demonstração de força.

Boom!!!

Luz dourada cegante atingiu o chão. Uma forte rajada de vento seguiu a onda de choque, a explosão fazendo as pessoas serem jogadas para cá e para lá como folhas secas sopradas do chão.

Mesmo após a rajada de vento inicial, ninguém conseguia manter os pés firmes no solo. Após um tempo, todos pararam de se debater e só então o vento desapareceu.

O que viam a seguir era o Senhor do Clã da Águia Divina no alto do céu, olhando para baixo com raiva em seus olhos dourados.

Cada membro das raças emplumadas se ajoelhava apesar dos ferimentos, baixando a cabeça em respeito. Enquanto isso, a reação das raposas não foi diferente. Embora ele não fosse o senhor deles, era instintivo para os homens-fera se ajoelharem diante de um com uma linhagem superior, sem mencionar que Áureus era mais poderoso do que todos eles combinados.

“Vocês parecem estar decididos a mostrar o quão destrutivos são seus ataques,” todos eles ouviram a voz alta da águia dourada, mas ninguém ousou responder.

“Em meu nome como o Senhor do Clã da Águia Divina, lanço um desafio a todos vocês para me enfrentarem. Mostrem para mim sua magia de combate, as habilidades pelas quais vocês tanto se orgulham. Vocês guerreiros que envergonham o trabalho árduo do Comandante, juro em nome do meu tio que não pouparei ninguém que destrua a paz desta terra.”

O local outrora caótico se tornou mortalmente silencioso.

“Ninguém se atreve?” ele perguntou, mas não houve resposta à sua provocação.

“Lembrem-se, Comandante Morfeu sacrificou sua vida por todos vocês e vocês não têm o direito de agir assim. Como vocês ousam fazer seus esforços serem em vão? Diga-me, guerreiros, por que vocês lutam? O que vocês querem provar? Se vocês ferirem uma raposa, isso acelerará a recuperação do Comandante?”

Os guerreiros das raças emplumadas só puderam abaixar seus arcos.

Áureus continuou, “Vocês estão com raiva pela ação de uma raposa e punem os inocentes por quê? Para insultar o trabalho do próprio homem que vocês dizem respeitar? A paz que meu tio valorizava mais que sua própria vida, vocês seres ingratos ousam destruí-la?”

Sentindo a aura perigosa que Áureus emitia, o líder dos guerreiros patrulheiros finalmente falou com a cabeça abaixada. “Desculpas, meu Senhor. Cometemos um erro.”

Alguém do Clã da Raposa Divina também falou, “Perdoe-nos pela nossa falta de reflexão.”

“Quando vocês se dispersarem e voltarem para seus próprios clãs, espalhem minha palavra. Eu quero que essa loucura pare. Se eu flagrar outra luta irrazoável surgindo, eles pessoalmente sentirão meu furor.” Áureus então ordenou aos guerreiros patrulheiros. “Cuidem deste lugar inteiro. Eu quero que o terreno fique como estava antes. Não deve restar um único sinal de batalha. Entendido?”

“Sim, Senhor Áureus,” os guerreiros disseram em uníssono.

Com Áureus intervindo pessoalmente para mediar as batalhas que descobriu depois disso, a ordem pública finalmente retornou ao território dos metamorfos. Tanto Agraleus quanto Ailwin se sentiram aliviados, e Áureus pôde retornar em paz para casa de seu tio.