A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 427
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427: Onde está o Morfo? 427: Onde está o Morfo? Após Zelda terminar de falar, ela apenas pode soltar um suspiro silencioso antes de deixar a presença de Draven. A visão do olhar vazio do Rei era demais para a bruxa suportar.
Draven permaneceu nos arredores de Redcrest por muito tempo.
A brisa passageira bagunçava seu cabelo negro, mas ele permanecia como uma estátua de pedra abandonada pelo tempo. As rajadas aleatórias de vento e a grama balançando eram os únicos movimentos naquela crista.
À medida que as nuvens logo cobriam parcialmente o sol, outra forte lufada de vento soprou, e só então a figura sofredora do Rei de Agartha desapareceu, retornando a seu palácio para estar ao lado de sua companheira.
Morpheus seria cremado e enterrado amanhã. Ao vê-la inconsciente, Draven sentiu outra pontada de culpa em seu coração. Ember precisava acordar logo, ou perderia a chance de ver sua amiga pela última vez. No entanto, Draven também se preocupava com a reação dela ao saber da morte de Morpheus.
Ele sentou-se à beira de sua cama enquanto segurava a mão dela.
“Acorda, Ember,” ele murmurou, com a voz rouca de tristeza. “Você precisa ver sua amiga pela última vez, ou vai se arrepender. Se você pode me ouvir, tem que acordar.”
O céu lá fora mudava de cores, o azul se transformando em tons de amarelo, laranja e vermelho sendo a única indicação do tempo passando dentro da câmara silenciosa.
Justamente quando o sol desaparecia no horizonte, finalmente houve movimento do lado de Ember.
Draven sentiu o peito apertar. “Ember?”
O corpo da jovem mulher estava tremendo, as sobrancelhas franzidas, mas os olhos bem fechados. Seus membros mexiam-se inquietos, como se ela tentasse agarrar algo invisível no ar.
“Ember—”
Ela abriu os olhos em terror. “Morfo!”
Sua respiração estava irregular, e ela se sentou, virando a cabeça procurando pela última pessoa que viu em suas memórias. Ela não estava mais no jardim, mas dentro de sua câmara de cama. Só então seu olhar pousou em seu companheiro.
“D-Draven? Você veio? Morfo, ele—”
“Ember, acalme-se—”
Ember tentou sair da cama, agarrando-se aos braços de Draven. “M-Morfo?” Lágrimas desciam de seus olhos. “Morfo, ele está, ele está ferido… Eu vi… Onde ele está? Está bem? Quero vê-lo.”
Draven não sabia como responder vendo seu estado desordenado e confuso. “Temos que ir a algum lugar.”
“Quero ver Morfo. Ele estava…”
“Vamos vê-lo. É bom que você esteja acordada.”
“Ele está bem? Ainda estão tratando dele? Aquela arma… seu coração…” Os lábios tremendo de Ember não conseguiam formar uma frase coerente, como se houvesse muito a dizer, mas ela não conseguisse expressar.
Draven acariciou suavemente o cabelo dela. “Você precisa levantar para eu poder levá-la até ele.”
Draven ajudou Ember a sair da cama antes de chamar por seus servos. Embora o corpo de Ember não estivesse em boas condições, ela havia recebido poções que a deixaram forte o bastante para conseguir ficar de pé e andar.
Seus servos silenciosamente a ajudaram a se arrumar e ela foi vestida com um simples vestido branco. Ember estava muito concentrada em visitar Morpheus para notar que eles evitavam mencionar seu estado atual.
Uma vez pronta para partir, Draven ordenou que os servos os deixassem a sós. Ele então olhou em seus olhos vermelhos e inchados.
“Ember,” ele começou, com a voz baixa e cansada, “quando chegarmos, espero que você fique calma.”
Por algum motivo estranho, o medo começou a se infiltrar no coração de Ember. Morpheus estava em um estado miserável? Poderia ser que ele ainda estivesse inconsciente? Mas, então, isso faria sentido. Sendo esfaqueado por uma arma no coração, mesmo alguém tão forte quanto Morpheus precisava de tempo adequado para se recuperar.
Ember concordou com o pedido de Draven. Contanto que ela pudesse ver seu amigo e confirmar com seus próprios olhos que ele está bem, ela concordaria com qualquer coisa.
Antes de chegarem à Cidade de Redcrest, uma mensagem havia sido enviada para lá sobre a visita do Rei e de sua companheira. Draven desejava que o local estivesse desprovido de pessoas no momento em que Ember chegasse.
Draven levou Ember à cidade das raças emplumadas usando seus poderes.
Era a primeira vez que Ember visitava Redcrest, mas era noite e a única fonte de luz vinha das pedras do sol iluminando as janelas das residências. Para os seres sobrenaturais com visão aguçada, não havia nada de estranho nisso, mas para um humano como Ember, a vista da grande floresta e das moradas-ninho nas árvores parecia sombria e imponente de uma forma assustadora.
Na frente de Ember erguia-se uma gigantesca árvore antiga com uma copa espessa e um corpo ainda mais grosso, grande o suficiente para que numerosos ninhos conectados fossem construídos ao redor dela, e o tronco escavado adicionalmente dividido em seções com a entrada na base da árvore. Era precisamente o prédio do clã, onde o enorme salão de assembleias no meio estava aberto ao público para o velório de Morpheus.
Não havia uma única alma à vista. O local havia sido esvaziado antes de sua chegada.
‘Esta é a casa do Morfo?’
Ember olhou para a enorme árvore, reprovando Morpheus em silêncio em sua mente sobre como ele minimizou a descrição de sua residência. Pelo que Morpheus lhe havia descrito, sua casa era uma pequena morada-ninho que só podia acomodar uma pessoa. Como isso era pequeno?
Mas então, Ember percebeu que isso era grande demais para ser a residência de uma pessoa. Devia ser um edifício comum para o clã e Morpheus estava sendo tratado lá dentro.
Quando o par de companheiros entrou em um grande salão, Ember só viu duas pessoas presentes. Um era um homem com asas cinzentas, e ela o reconheceu como um membro do conselho e tio de Morpheus, Agraleus, O outro era um jovem com asas douradas, o convidado do palácio que também era sobrinho de Morpheus, Áureus.
O olhar de Ember seguiu para o centro do salão, onde um corpo estava deitado numa plataforma de pedra.
Ainda que ela estivesse distante, aquele corpo era… Morpheus?
Sua respiração tornou-se caótica, e seu aperto na mão de Draven se intensificou. Uma parte dela estava em negação, mas a voz de seu lado racional era impossível de ignorar.