A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 41

41: Um Ladrão Precisa Ser Punido 41: Um Ladrão Precisa Ser Punido Leeora raramente perdia a compostura, mas desta vez, ela estava verdadeiramente irritada. 
Ela voltou para casa às pressas para pegar um dos elixires restantes que tinha em mãos. Embora não fossem tão raros quanto a poção feita pelo Chefe das Bruxas, ainda eram um produto do seu esforço, uma preciosa medicina feita de ervas cuidadosamente nutridas que ela processava com seus poderes. Ela tinha dado muitos deles para Erlos e Ember, e também deu um para a esposa do herbalista ontem, então só restavam três garrafas no seu baú. 
Leeora pegou uma garrafa com um suspiro antes de voltar para a outra casa. Em seu estado inconsciente, Leeora de alguma forma alimentou Ember com o elixir que ela fez, esperando que de alguma forma aliviasse a dor óbvia que este  fraco humano estava sentindo. Após isso, o Sumo Ancião cuidou de suas feridas.

Depois de tratar suas feridas, o corpo de Ember foi novamente coberto de ataduras de baixo da cabeça. Seu pescoço, seus braços, suas mãos, pernas, tornozelo… 
Parecia lamentável, ainda que de alguma forma engraçado.

Leeora olhou para a atadura na coxa de Ember. Embora ela não soubesse se foi Ember quem tratou de sua própria lesão, Leeora achou mais seguro verificar pessoalmente se estava tratada corretamente. Ela desenrolou a atadura e lavou a pasta de ervas que havia secado sobre a ferida. 
“Pontos?”

Uma ferida bem costurada apareceu, e isso a surpreendeu. O corte era maior que uma mão, e já havia formado cicatriz, mas a forma como foi costurada era extremamente habilidosa, quase tão habilidosa quanto a dela. 
Leeora se perguntou como Ember poderia ter aprendido a costurar tão bem, considerando que costurar a própria ferida não era algo fácil de se fazer. Não só isso, parecia que ela usou uma técnica de cauterização para fechar a ferida queimando partes da pele, o que era uma maneira eficaz, mas excruciante de fechar uma ferida. 
Ela está com dúvidas, especialmente porque pelo que observou até agora, Ember parecia ter pouca ou nenhuma habilidade medicinal.

‘Quem esteve aqui?’ Leeora pensou. Ela aplicou uma nova pasta de ervas na ferida e a enfaixou com um novo conjunto limpo de ataduras novamente. 
‘Então, essa pessoa misteriosa provavelmente atacou Ember sem querer. Ele deve ter tratado a ferida dela, mas roubou os preciosos elixires que fiz, bem como a poção feita pelo Chefe das Bruxas.’ 
Leeora franziu a testa de raiva enquanto começava a limpar os lençóis ensanguentados. 
‘Se essa pessoa quisesse salvar ela, por que não deu nenhum elixir para ela? Será que essa pessoa quer deixar essa criança sofrer? Que crueldade!’ 
——
Naquela mesma manhã, Erlos foi procurar Leeora depois de estar pronto para sair para o palácio. Não a encontrando em sua casa, Erlos pensou que ela devesse estar na casa da garota humana e, quando verificou, viu que a porta da casa que estava do outro lado da ponte suspensa estava aberta. 
“Anciã~”
Usando sua rápida velocidade, ele apareceu dentro da casa de bom humor, apenas para franzir a testa quando cheirou o forte odor de sangue vindo de dentro.

“Anciã? O que diabos—pfft!” 
Ao entrar no quarto dela, Erlos quase riu vendo a garota humana enrolada em ataduras como um bolinho. Se não fosse pelos cabelos de mogno e corpo pequeno, ele não teria reconhecido aquela ‘criatura’, como seu mestre gosta de citar. No entanto, vendo a expressão sombria no rosto de Leeora, Erlos ajustou sua própria expressão. Ainda assim, suas orelhas tremiam enquanto ele fingia estar sério.

Antes que pudesse abrir a boca novamente, Erlos notou que a garota humana dormindo na cama vestia um vestido rasgado que deixava boa parte de seu corpo exposto. Sendo um cavalheiro, Erlos se virou e usou seus poderes para mover o cobertor para cobrir o corpo da garota humana até os ombros. 
Ele se virou e Leeora olhou para ele. Ele coçou a parte de trás da cabeça de forma desajeitada.

“Eu estava prestes a chamar você para que os três de nós possamos fazer uma refeição.” Ele olhou para Ember. “À propósito, o que aconteceu com ela?” 
“Ela está ferida novamente, mas não tenho certeza como. Além disso, os medicamentos que guardei aqui foram todos roubados,” Leeora respondeu. 
“Roubados? Um ladrão veio aqui?” Erlos exclamou em choque e seu rosto bonito se contorceu de raiva. “Roubo não é aceito no nosso clã! Não sei quem é esse ladrão, mas ele certamente é audacioso por mirar nesse humano. Assim que eu encontrar esse ladrão, vou garantir que ele seja pendurado na árvore e punido para que ninguém jamais tente fazer isso de novo.”

Leeora concordou. “Se é realmente um roubo, então temos que dar o exemplo.”

“Ela está bem?” Erlos perguntou. “O ladrão a atacou?”

“Essa é a minha suposição. Por enquanto, ela está bem. Mas não foi só que o ladrão levou meus elixires, ele também levou a poção de vitalidade das bruxas, e isso é uma má notícia para essa criança” Leeora respondeu com preocupação em seu rosto. “A condição dela é terrível porque ela perdeu muito sangue. Meus elixires podem curar feridas, mas eles não são eficazes em repor sangue e força perdidos. Vai levar muito tempo para ela se recuperar, já que sua constituição é muito fraca para começar. Meus elixires não serão de muita ajuda para que ela melhore.” 
“É tão grave assim?” Erlos perguntou, sentindo-se um pouco culpado por ter rido da garota lamentável mais cedo. 
“Antes de vir para cá, ela sofreu uma vida difícil e seu corpo já é mais fraco do que o de um humano normal. Depois, ela se machucou em um incêndio e agora, seu corpo está gravemente ferido e ela perdeu sangue. Corpos humanos não são tão fortes quanto os nossos para suportar sofrimento como esse, especialmente porque ela ainda é jovem,” o Sumo Ancião explicou.  “Devemos informar o Senhor que algo assim aconteceu com ela.”

“Esse homem insensível provavelmente não se importaria mesmo se ela morresse, mas já que foi ele quem a trouxe para cá, parece razoável informá-lo,” Erlos disse com um suspiro. 
“O Senhor a deixou sob meus cuidados então preciso informá-lo pessoalmente.” Leeora se levantou. “Você deve fazer sua refeição e partir. Eu chegarei ao palácio depois de garantir que esta casa esteja protegida para que ninguém entre quando eu não estiver por perto.”

Erlos concordou e partiu depois de dar uma última olhada naquela humana lamentável.