A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 403

403: Ferido 403: Ferido Quando Thala saiu para fora, ela viu dois jovens olhando para ela — um jovem elfo e um metamorfo ainda mais jovem.

Erlos e Áureus ficaram chocados ao ver a bruxa de alta patente, mas antes que pudessem dizer uma palavra, a bruxa desapareceu da entrada da caverna sem nem tentar detê-los, como se não se importasse com o que aconteceria a seguir.

O elfo não teve uma reação forte a Thala — ele estava apenas curioso sobre por que aquela pessoa estava nessa montanha em vez dos Campos do Submundo, mas a águia ao lado dele sabia mais sobre as correntes secretas por trás do dia de luto.

Ao ver a bruxa nesse lugar, de todos os lugares, Áureus não pôde deixar de ter uma má premonição.

“Eu acho que devemos checar a caverna,” disse Áureus. “É o mais suspeito.”

Erlos concordou, e após olhar desconfiado ao redor, sussurrou, “Aquela velha que saiu, você já a encontrou antes? Ela é Thala Grimsbane, uma das bruxas mais velhas de Agartha. Ela é reclusa—”
Áureus queria contar a ele que Morpheus o havia levado ao Círculo dos Espíritos antes, mas no final, ele não contou. Admitir isso significaria que ele também teria que dizer ao elfo que seu tio parecia estar tramando algo detestável.

‘E se eu estiver entendendo mal?’
Áureus não queria fazer isso, especialmente porque ele não tinha nenhuma prova de que Morpheus estava de fato planejando prejudicar os outros. Ele simplesmente ouviu Erlos falar.

Embora mantivesse a voz baixa, o elfo continuou a conversar enquanto caminhavam em direção à caverna. Quando chegaram à entrada, foram impedidos pela barreira colocada na entrada. Ambos não podiam atravessá-la apesar de cobrirem seus corpos com a magia de Erlos.

“É um feitiço de repulsão forte, difícil de romper,” murmurou Erlos enquanto a estudava. Ele não era especialista em runas, mas tinha conhecimentos básicos sobre formações.

“O que há dentro para ter esse tipo de feitiço lançado? A sala de trabalho de Thala Grimsbane? Um cofre de tesouro secreto das bruxas?”

“Talvez o seu rei,” respondeu Áureus.

Ele se lembrou de que seu tio frequentemente ia até Thala e ele tinha certeza de que estavam planejando algo relacionado a esse dia. Já que Draven havia sumido mais cedo, a possibilidade de ele estar nesta caverna era bastante alta.

“Senhor?” perguntou Erlos em choque.

“Eu acho que sim,” disse Áureus. O elfo estava prestes a fazer outra pergunta, mas Áureus se adiantou.  “Fique atrás, Erlos, eu vou tentar quebrar esta barreira.”

“O quê! Por que você faria isso e destruiria as barreiras de outras pessoas?”

“Eu te disse que algo ruim vai acontecer e precisamos impedir isso.”

Embora não entendesse a situação, Erlos se afastou.  Áureus cobriu o punho com poder divino antes de usá-lo para dar um soco e quebrar aquela barreira. Seu golpe não funcionou, mas ele percebeu que havia uma ressonância entre ele e a barreira.

‘Meu sangue… meu sangue foi usado como um meio para este feitiço.’
Vendo que seu soco não funcionou, Erlos avançou. “Vamos tentar juntos.”

Erlos e Áureus tentaram atacá-la juntos, mas a barreira energética era  muito forte para eles quebrarem. Não mostrou nem uma única flutuação. Eles tentaram várias vezes, usando vários meios, mas foi inútil.

Áureus se sentiu culpado por ter dado seu sangue tão descuidadamente para aquela bruxa.

“Você tem certeza de que Senhor está nesta caverna? Se aquela velha bruxa descobrir que destruímos sua barreira, ela pode reclamar e seu inteiro coven pode nos culpar por invadir a propriedade de outra pessoa.”

“A probabilidade é alta de que Rei Draven esteja dentro.”

“Então você não tem certeza, mas precisamos entrar?”

“Sim.”

Erlos se aproximou da barreira e tentou espiar por ela. “Senhor, você está aí? Se estiver aí, por favor, diga alguma coisa ou dê algum sinal.”

Não houve resposta de dentro.

“Eu sinto que ele está lá, mas ele não está em uma situação de nos responder,” disse Áureus e tentou usar seu poder na barreira novamente, mas a barreira permaneceu inalterada.

“Estou fazendo isso porque eu confio em você,” disse Erlos. Mesmo assim, suas ações não deram frutos. “Já que você diz que algo ruim vai acontecer, devemos pedir ajuda? Quanto mais pessoas lidando com problemas futuros, mais rápido eles serão resolvidos.”

“Não tenho mais ninguém que acredite em mim,” respondeu Áureus.

“Eu vou ajudar. Tenho uma reputação muito boa. Já que  é um feitiço lançado por uma bruxa de alta patente, apenas aqueles do Círculo dos Espíritos ou Lady Cornélia podem ter a habilidade de deduzir esse tipo de formação.”

“Você vai buscar ajuda, eu esperarei aqui,”  disse Áureus, mas assim que o elfo estava prestes a sair, eles sentiram movimento dentro da caverna.

Erlos se animou. “Senhor? É você?”

Segundos depois, ainda não havia resposta de dentro da caverna. Os dois só podiam esperar, já que o som estava se aproximando da entrada da caverna de qualquer maneira.

Entre os dois jovens, o elfo tinha uma audição mais sensível. Ele franziu a testa ao perceber que algo estava errado.

‘Esse som… um corpo sendo arrastado… respirações ofegantes? Mas não há passos.’
Após o que pareceu uma eternidade, eles finalmente viram a fonte daquele arrastar de onde estavam parados fora da barreira.

Um corpo de um homem vestido todo de preto, paralisado e mal conseguindo se arrastar no chão.

Enquanto ele lutava para se mover em direção a eles, seu corpo deixava um rastro de sangue no chão coberto de neve.

“S-Senhor?!” exclamou Erlos em choque, pois não podia acreditar no que via.

Draven continuou a se arrastar, como se não tivesse ouvido Erlos.

Erlos começou a atacar a barreira novamente com mais desespero desta vez. “Senhor? Senhor, você pode me ouvir? Senhor, o que aconteceu — espere, vamos buscar ajuda! Áureus, vá chamar seu tio—”
“M-Morfo…” eles ouviram a fraca  voz de Draven em meio à sua luta. “Espere.”

Os dois obedientemente esperaram fora da barreira; no entanto, suas expressões estavam terríveis. Quanto mais Draven se aproximava da entrada da caverna, pior eles percebiam que era sua condição.

O que aconteceu com o Rei de Agartha, o orgulhoso Dragão Negro, para ele ser reduzido a este estado patético?