A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 141
- Home
- A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo
- Capítulo 141 - 141 Um Presente do Draven 141 Um Presente do Draven — Por que
141: Um Presente do Draven 141: Um Presente do Draven — Por que você tem uma expressão assim, criança? —
— Eu-eu… —
— Você estava assustada?
Ember olhou para baixo enquanto mordiscava nervosamente os lábios.
— Não há nada para ter medo. —
— Mas as borboletas… —
— Ninguém espera perfeição na primeira tentativa — explicou Leeora. — Mesmo elfos, que nascem com uma forte afinidade pela natureza, têm dificuldade em usar magia quando somos jovens. Alguns dos elfos mais fracos nem conseguem controlar a magia em seus núcleos, e quando tentam usar magia pela primeira vez, incidentes como o seu acontecem. — Leeora tentou confortá-la. — Todos têm que passar por isso, inclusive eu.
— Você também, Anciã(o)?
— Claro.
— Mas você não é um elfo fraco. Já que você é um Sumo Ancião, você não é muito forte? — perguntou Ember.
— Hmm, acho que me expressei mal. Seria mais apropriado dizer que meu corpo jovem era comparativamente fraco em relação às minhas fortes reservas mágicas, foi por isso que quando tentei magia pela primeira vez, não consegui controlá-la — explicou Leeora, apenas para fazer uma jovem garota humana curiosa como antes.
— E o que aconteceu?
Finalmente, houve uma mudança na expressão solene de Ember ao ouvir Leeora continuar.
— Não me lembro muito bem, mas segundo meus pais, eu era uma criança naquela época quando me deram uma semente e eu brincava com ela injetando magia. A semente de repente cresceu e virou uma grande árvore que destruiu nossa casa. Quanto mais eu entrava em pânico, maior a árvore crescia, e só parou após eu desmaiar.
Ember arregalou os olhos ao ver a face envergonhada da elfa que começou a acenar com a mão ao redor.
— De qualquer forma, chega da minha história. O Senhor vai arrumar um professor para você, e logo você aprenderá a usar seus poderes — disse Leeora, embora ela e Draven ainda não tivessem conversado sobre isso. Ela tinha certeza de que era isso que Draven faria. — Mesmo se tal incidente acontecer de novo, você não precisa ter medo. Se você quer aprender magia, deve estar pronta para isso. Entendido?
Ember acenou com a cabeça.
— Há tantas coisas que você precisa entender sobre si mesma e tenho certeza de que terá mais oportunidades assim que aprender a controlar seus poderes.
Ao ouvir a palavra ‘poderes’, Ember sentiu-se nervosa. — Era fogo… Não posso usar outros poderes? Fogo é assustador.
Ember tinha muitas lembranças ruins relacionadas ao fogo. Mesmo agora, ela ainda tem pesadelos com o incêndio na montanha onde quase morreu.
Leeora sorriu suavemente. — O fogo em si é inocente, Ember. O fogo te dá calor em um dia frio e luz à noite. É usado para cozinhar, artesanato, forja e tratamento, entre outras coisas que as pessoas precisam em seu dia-a-dia. Só se torna uma fonte de perigo quando você não consegue controlá-lo ou o usa para prejudicar alguém de propósito.
Ao ouvir essas palavras, a garota humana olhou para as mãos, lembrando como seu poder formigava das pontas dos dedos mais cedo. Ela ainda não conseguia tirar a imagem das borboletas se transformando em cinzas da sua mente.
A elfa também olhou para aquelas pequenas mãos pálidas. — Ouvi dizer que Morfo mostrou a você como ele pode controlar o vento. Ele vem praticando aquele feitiço por muito tempo, é por isso que ele pode invocar sua habilidade sem esforço. Digamos que alguém invoque um vento forte, mas não consiga controlá-lo da maneira certa, você sabe o que esse vento pode causar? Esse vento pode se transformar em uma tempestade ou um tornado e causar destruição, desenraizando as árvores e destruindo parte do palácio, inevitavelmente ferindo as pessoas próximas.
— Então, o vento é assustador? Você achou que era assustador quando Morfo mostrou a magia para você?
Ember balançou a cabeça. — Não era assustador de jeito nenhum.
— É porque Morfo é habilidoso em controlá-lo. Lembre-se, Ember, que o fogo é o seu talento. É parte de você. Rejeitá-lo é rejeitar a si mesma. Uma vez que você aceitar que o fogo faz parte de você, não o achará mais assustador. Tudo que você precisa é se dedicar ao trabalho duro.
Vendo Ember assentir, Leeora gentilmente segurou uma de suas mãos. — Além do lado destrutivo do fogo, você pode pensar nas utilidades benéficas do fogo.
Foi então que ouviram uma batida na porta e Clio trouxe chá fresco e pães que pareciam ter sido assados.
— Veja, essa comida gostosa que podemos desfrutar graças à presença do fogo. Você não acha?
Ember entendeu. — Farei o meu melhor para aprender a controlar meu poder.
Leeora ofereceu-lhe um sorriso satisfeito, contente por ter conseguido realizar o que veio fazer aqui. — Sei que você consegue.
— Obrigada por acreditar em mim, Anciã(o).
Mais uma vez, alguém entrou na câmara e era Reya. Ela estava carregando algo na mão. Era uma grande gaiola com um topo em forma de domo e estrutura delicada feita de madeira branca, e havia um passarinho saltitando entre os arranjos lá dentro.
A elfa colocou a gaiola sobre a mesa enquanto a admirava antes de se virar para sua mestra.
— Senhorita Ember, Sua Majestade enviou isso para você — disse Reya, sorrindo alegremente.
— Esse pássaro — Ember quase pulou ao reconhecer o pequeno periquito branco.
— Um presente de Sua Majestade? — perguntou Clio, animada.
“Sim!” Reya respondeu enquanto usava o dedo para mexer por aí, provocando o pássaro.
Leeora também ficou surpresa ao ouvir que Draven havia dado um presente para Ember.
“Esse pássaro parece familiar,” Leeora disse. “Acho que já o vi algumas vezes.”
Clio sorriu. “O nome dela é Ray, Anciã(o). Ela é uma pássaro travessa que vive perturbando todo mundo no palácio. Sua dona trabalha no palácio, então ela a segue para cá todos os dias. Todos os serviçais daqui também lhe dão guloseimas de vez em quando, então você deve ter nos visto brincando com ela.”
O humor de Ember melhorou à medida que ela se aproximava do pássaro junto com o Sumo Ancião. “Este pássaro é animal de estimação de alguém? Então por que Sua Majestade o enviou para cá? O dono dela não vai reclamar?”
Leeora deu uma gargalhada preocupação óbvia no rosto da garota humana. “Tenho certeza de que o dono dela não tem nenhum problema se ela ficar com você.”
“É mesmo?”
“Hmm.”
Enquanto Ember observava o pássaro, ela parecia tê-la reconhecido como a dama que estava tentando perseguí-la. “Você me reconheceu? Você é tão bonita, Ray.”
O pássaro emitiu um pio melodioso como uma canção.
Claro, os três elfos na sala podiam entender o que aquele pio significava. Leeora levantou uma sobrancelha. “Travessa, você deveria se comportar melhor e não perturbar seu novo dono. Entendeu?”
O pássaro imediatamente assentiu com a cabeça pequena, entendendo o que Leeora disse.
A interação surpreendeu Ember. “Ela pode entender nossa língua?”
Reya continuou provocando o pássaro batendo na gaiola. “Claro, Senhorita! Nossa Ray é muito inteligente! Não é, pequena calopsita esperta? Ray até consegue falar algumas palavras. Você pode tentar ensiná-la uma palavra que ela vai repeti-la para você.”
“Sério?” Ember olhou para o pássaro. “Meu nome é Ember. Sua nova dona. Espero que você consiga dizer meu nome.”
O pássaro soltou um pio adorável.
“Em-ber,” Ember repetiu, enfatizando sua pronúncia. “Em-ber.”
Leeora deixou escapar um tosse de aviso quando Ray soltou apenas outro pio. O pássaro congelou por um momento antes de imediatamente dizer, “Ember!” Era uma voz fofa e melodiosa e Ember riu um pouco, percebendo que a pássaro travessa estava simplesmente brincando com ela.
“Ela é mesmo travessa,” Reya disse enquanto balançava a cabeça.
Ember apenas sorriu ao ouvir o pássaro soltar alguns pios que soavam como se estivesse reclamando. “Obrigada, Ray. Espero que você goste daqui comigo.”
“Que tal colocarmos essa gaiola em uma das janelas?” Reya perguntou e Ember assentiu.
Era um quarto enorme com cinco grandes janelas com peitoris largos onde se poderia colocar vasos ou até mesmo sentar-se nelas. Todas elas estavam vazias naquele momento, e era uma boa sugestão manter a gaiola em uma janela.
Ember percebeu algo enquanto o elfo carregava a gaiola. “Por que a porta da gaiola está aberta? Quero dizer, não tem nada para fechá-la?”
Clio respondeu desta vez. “Senhorita, os pássaros também são filhos do mundo como nós. Embora tratemos os animais como animais de estimação, você pode dizer que eles são amigos e companheiros para nossa espécie. Não vamos forçá-los dentro de uma gaiola como prisioneiros; eles são livres para ir a qualquer lugar. Esta gaiola, pense nela como a pequena casa de Ray onde ela pode retornar e ficar quando estiver cansada.”
“Como se fosse o quarto dela?”
“Sim, Senhorita. É uma boa maneira de colocar isso.”
Ember deixou escapar um sorriso suave. “Isso é muito bom. Não vou impedi-la de ir a lugar algum.”
Os dois serviçais acomodaram a gaiola na janela com a melhor vista enquanto provocavam o pássaro com os dedos.
“Sua Majestade é tão atencioso ao enviar um presente assim para a Senhorita.”
“Sua Majestade sabe do que a Senhorita gosta.”
Enquanto eles conversavam casualmente, Leeora olhou para o rosto corado da jovem garota humana ao lado dela.
Ember tocou as bochechas e elas estavam quentes.
‘Sua Majestade sabia que eu estava tentando capturar este pássaro. Foi por isso que ele o enviou para mim,’ Ember concluiu. ‘Pensei que o havia irritado, mas ele está sendo realmente gentil comigo. Já que ele me deu algo que eu gosto, é apropriado que eu também dê algo para ele… mas não faço ideia do que ele gosta.’
Leeora não pôde deixar de sorrir para ela. ‘Lenta mas uma mudança satisfatória.’
====
O nome do pássaro Ray é dedicado ao leitor RMehrotra.