A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 136

136: Isso vai colocá-la em perigo? 136: Isso vai colocá-la em perigo? Draven não havia estado no palácio. Ele estava em outra região dentro da Floresta dos Elfos em assuntos oficiais.

Embora fosse mais um rei de nome, de tempos em tempos Draven visitava as várias cidades dentro do reino para inspeção. Na verdade, era uma espécie de cronograma flexível arranjado por seus assessores e pelos membros do conselho, mas depois de trazer uma forasteira humana como sua companheira, ele achou que seria uma boa hora para fazer suas rondas de inspeção agora. Era tanto para fazer um tour quanto para mostrar seu rosto aos seus súditos como um favor ao conselho.

Alguns minutos atrás, ele estava conversando com o Alto Ancião Halifax, sendo entretido com chá e petiscos em Peleg, a cidade do Clã dos Elfos da Lua, quando de repente sentiu uma forte puxada que o instou a voltar ao seu palácio e ver Ember. Era como se pudesse sentir que algo estava sendo desencadeado dentro dela.

Era estranho. Mesmo sem ter ideia do que aconteceu, ele lembrou de como intuitivamente sabia que algo estava errado com ela. Assim, ele retornou ao palácio num instante. Seu palpite era que era a magia no vínculo entre eles que o informava sobre a situação dela.

Tudo em que ele conseguia pensar era abandonar tudo e voltar para ela imediatamente. E foi o que ele fez. Ele deu uma breve promessa de retorno a Halifax antes de deixar Peleg. Quando apareceu na ala sudoeste do palácio, ele encontrou facilmente o cheiro dela junto com a presença de outro homem que ele reconheceu como Morpheus.

Quando ele apareceu dentro de seu escritório, viu Ember e Morpheus na varanda com sua pequena companheira cercada por borboletas, parada com os olhos fechados em profunda concentração. Uma feroz energia irada se erguia de seu corpo, e no momento seguinte, ele percebeu que o ar na varanda estava como que repleto de faíscas. As borboletas voando ao redor dela pegavam fogo como folhas de papel secas.

Tudo foi tão rápido e repentino que nem Draven nem Morpheus conseguiram parar ou reagir.

‘Eu não esperava que isso acontecesse. Tanto Cornélia quanto eu confirmamos que ela tem um selo. Isso significa que ela poderia empunhar aquele fogo que vi em meus sonhos apesar do selo?’ ele não pôde deixar de se perguntar. Tudo isso aconteceu porque ela não estava ciente de seus poderes e não conseguia controlá-los adequadamente. ‘Será que marcá-la ou nosso vínculo compartilhado afetou o selo dela, diminuindo a supressão que ele tem sobre o poder dela?’
Draven lembrou do aviso do Líder das Bruxas, sobre as possibilidades e os perigos dos poderes que Ember possuía.  O que aconteceu hoje era algo a ser esperado; no entanto, ele não percebeu que um acidente aconteceria tão cedo. Ele não deveria ter baixado a guarda, pensando que nada problemático aconteceria com ela, já que ela estava ocupada lendo os livros em seu estudo.

‘Eu preciso ver aquela águia e saber o que exatamente aconteceu. Ele deve ter dito coisas a ela, ou então, não há razão para que ela tentasse usar seus poderes.’
Enquanto ele pensava isso, uma carranca apareceu em seu rosto frio.

‘Além disso, o que aquela águia estava fazendo na minha residência?’
Draven lembrou de ter avisado aquele homem  para se manter afastado do palácio, mas aquela águia teimosa continuava aparecendo de novo e de novo.

No quarto ao lado, os dois servos elfos entraram trazendo petiscos. Sem saber o que havia acontecido, Clio e Reya ficaram surpresas ao encontrar Ember não enclausurada em seu estudo.

“Onde a Senhorita Ember foi?”

“Talvez ela tenha voltado para sua câmara para descansar.”

“Ela deve estar cansada de estudar. Já são dias, não são? Eu me impressiono como ela é dedicada—”
Os dois continuaram a conversar enquanto se dirigiam para o quarto de dormir de Ember.

“—e, queridos espíritos! Sua Majestade, o Rei?!”

Reya quase tropeçou quando parou abruptamente na porta, apenas para ser atingida por Clio, que segurava uma bandeja de doces recém-assados.

Os dois elfos viram algo inesperado. O Rei estava sentado na beirada da cama enquanto a Senhorita deles estava deitada na cama.

Draven havia sentido seus movimentos mas nada disse e os ouviu se comportarem adequadamente.

“Nós humildemente saudamos Vossa Majestade. Por favor, perdoe nossa rudeza. Vamos nos retirar.”

Os dois não eram corajosos o suficiente para ficar ali na presença do Rei. Reya até lamentava por que ela não bateu na porta primeiro.

“Diga ao Erlos para chamar a Leeora,” instruiu o Rei, e os dois fizeram uma reverência educada. Eles fecharam silenciosamente a porta atrás deles enquanto saíam.

Draven continuou a acompanhar sua companheira que parecia exausta e  angustiada até mesmo em seu sono.

‘O uso súbito de poder deve ter esgotado sua energia,’ ele concluiu. ‘O resultado chocante até piorou as coisas.’
Enquanto ele continuava ao lado dela, mesmo que ela permanecesse inconsciente. Embora pudesse cheirar seu sensual perfume como de costume, sua preocupação com sua companheira superava tudo o mais, permitindo-lhe permanecer em pleno controle de seus impulsos.

Quase meia hora se passou quando Draven decidiu que provavelmente seria seguro deixar o lado dela. Ainda assim, ele não conseguia se fazer sair de sua câmara, então optou por ficar em pé ao lado da janela refletindo sobre o que deveria fazer a seguir.

‘Eu deveria conseguir alguém do atributo de fogo para ensinar e guiar ela a usar seu poder inato. Não tenho certeza de como isso afetará aquele selo divino, mas pelo menos, deixá-la na ignorância não lhe será benéfico.’
Ele se lembrou brevemente daquelas noites em que a viu se revirando em sono perturbado devido aos seus pesadelos.

‘Não será fácil  mas espero que este incidente não adicione outra cicatriz em sua mente. Eu não quero que ela tema sua própria habilidade.’
Com isso, muitos outros pensamentos vieram à sua mente e um deles era sobre realizar a última fase de seu vínculo.

Ele questionava como isso a afetaria se eles completassem o vínculo. ‘Isso irá colocá-la em perigo ou ajudá-la?’