A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 119

119: Ciclo Mensal 119: Ciclo Mensal Apesar de criar um caos involuntário entre os homens-fera que trabalhavam no palácio, a culpada humana dormia profundamente em sua cama. Quando finalmente acordou um pouco mais tarde do que o habitual, foi recebida por um desconforto na parte inferior do abdômen.

‘Estou tão cansada… Não quero levantar da cama…’ 
Subconscientemente, ela esfregou o abdômen e se enrolou numa bola, querendo dormir mais, mas então sentiu uma umidade quente desconfortável entre suas pernas. 
Seus olhos se abriram de repente. ‘Espera? Já é…?’
Ela se sentou na cama e afastou o cobertor que a cobria. 
‘Por favor, deixe que eu esteja enganada,’ ela implorou enquanto verificava apressadamente seu vestido e a cama. Para seu horror, o lençol branco imaculado e suas roupas estavam manchados de vermelho com sangue. 
‘Oh, não! O que eu devo fazer? Isso é tão vergonhoso!’ ela entrou em pânico. ‘Preciso lavar, preciso de água. Água! Preciso de água. Onde—ah! Será que devo lavar isso no quarto ao lado?’
Ela tentou sair da cama, mas teve uma forte cólica no estômago e gemeu de dor. “Ai… Eu odeio esse ciclo mensal… O primeiro dia é definitivamente o pior… mas eu preciso sair da cama senão a mancha vai se espalhar…”

Por acaso, Reya e Clio a encontraram numa posição encolhida no chão ao lado da cama quando entraram.

“Senhorita Ember! Você está bem?” 
“O que aconteceu, senhorita?”

As duas criadas se aproximaram dela claramente angustiadas, assustadas ao vê-la agachada no chão com as mãos no estômago e o rosto enterrado nos joelhos. 
Desde cedo pela manhã, os elfos estavam verificando de tempos em tempos se Ember já tinha acordado, sem perturbá-la já que pensavam que ela tinha se exaurido de estudar no dia anterior. Foi por isso que ninguém tentou acordá-la mesmo que já estivesse bem depois de sua refeição matinal habitual. Eles nunca esperavam vê-la tão pálida quanto um fantasma quando voltaram.

Ember olhou para as duas com uma expressão de dor e balançou a cabeça. Seus olhos estavam à beira das lágrimas.

“O-O que aconteceu?” Clio perguntou, preocupada. 
Reya notou o lençol manchado e teve um palpite. “Ciclo estral?”

Clio seguiu o olhar de Reya e entendeu. 
“Senhorita Ember, está tudo bem,” Reya tentou consolá-la. 
“Não está tudo bem de jeito nenhum,” Ember disse irritada. “Eu queria não ter nunca… ahh!”

“Não fale assim, Senhorita Ember. Deixe-me ajudá-la a se lavar,” disse Clio enquanto esperava que Ember aceitasse sua mão e a ajudasse a se levantar. 
Com muito esforço, Ember conseguiu se manter firme nos pés com uma expressão de desculpas. “Desculpe, sujei os lençóis e meu vestido também. Eu deveria limpá-los—”
“Não, não, senhorita. Deixe-nos cuidar disso. Eu vou trocar. Está tudo bem,” Reya assegurou enquanto Clio levava Ember ao banho e a ajudava a se limpar e cuidar do sangramento.

Depois de trocar os lençóis por outros limpos, Reya apareceu no banho e ajudou Ember junto com Clio. 
Devido à sua situação, ela se lavou rapidamente, não se permitindo ficar na água por muito tempo. Ela só queria cuidar daquele sangramento irritante. Ela odiava quando acabava sujando seu vestido e cama desse jeito. Depois de trocar de roupa com a ajuda das duas, Ember voltou para seu quarto e não pôde deixar de querer deitar na cama novamente.

As duas criadas arranjaram sua refeição matinal dentro de seu quarto em vez de no refeitório, pois Ember parecia estar com dor.

“Eu não acho que consigo comer nada… Ugh…” Ela franziu a testa de dor e se enroscou na cama. 
“Senhorita Ember, você pode tomar essa mistura de ervas assim que comer alguma coisa. Isso ajudará a diminuir a dor,” Reya disse e Ember imediatamente olhou para o frasco na mão dela. 
“Você pode me dar.”

“Não, senhorita, você precisa comer algo primeiro.”

Ember concordou com relutância e se alimentou sem realmente saborear a comida, e só então Reya deu a ela o remédio de ervas. O efeito foi quase imediato—nem meia hora depois, ela já sentia a dor no abdômen se transformar em uma dor surda. Ela suspirou aliviada pois já não era tão ruim quanto antes, quando estava suando frio por causa das terríveis cólicas. 
“Obrigada por me ajudarem,” Ember disse enquanto se apoiava reclinada na cabeceira da cama. Clio arrumou cuidadosamente as almofadas mais macias atrás dela.

“É nosso dever ajudar você, Senhorita Ember.” Clio passou-lhe um copo de água para tirar o gosto do remédio da boca e disse, “Mas você deve ser grata à Senhorita Yula que já tinha preparado tudo para este momento. Ela disse que precisamos estar prontas porque humanos têm um ciclo estral mensal.”

“Senhorita, vocês humanos realmente têm isso uma vez por mês?” Reya perguntou como se não pudesse acreditar. Clio também tinha uma expressão curiosa, esperando que a própria Ember confirmasse pessoalmente. 
Ember olhou para as duas elfas surpresa. “Você quer dizer sangramento? Todas as fêmeas não têm isso mensalmente?” 
As duas balançaram a cabeça. 
“Não. Nós não temos isso mensalmente.”

“Depende da raça, senhorita, mas nenhuma das outras raças também tem isso mensalmente.”

Ember sentiu como se tivesse ouvido algo errado e perguntou informalmente antes de tomar outro gole de água. “Se não mensalmente, então com que frequência…?”

“Para nós elfos e as fêmeas da raça de bestas, temos nosso ciclo estral uma vez por ano,” Reya respondeu. “Fadas não têm pois são espíritos… quanto às bruxas, ouvi dizer que elas podem controlá-los quando quiserem?”

“O quê, elas—cof—o quê?!”

Ember engasgou-se com a água que estava bebendo e acabou cuspi e tossindo. 
Ela não conseguiu conter o choque enquanto continuava tossindo. As duas criadas apressaram-se em acalmá-la, tirando o copo de sua mão. 
“Senhorita Ember, você está bem?”

“Sim—cof—estou bem… só estava… surpresa… haaa…”

‘Uma vez por ano?’