A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 113

113: Símbolo Pertence à Deidade do Fogo 113: Símbolo Pertence à Deidade do Fogo Todos os membros do conselho já haviam deixado o palácio, exceto os representantes das bruxas e dos Elfos da Floresta. Eles confirmaram que o Rei havia retornado ao seu estudo após sair do salão do conselho, e Leeora e Cornélia foram visitá-lo. Enquanto isso, Ember seguiu em frente sozinha, pois não tinha nada para fazer. Ela decidiu usar essa chance para continuar seus planos adiados de explorar o palácio. 
Dentro do estudo do Rei, Draven estava sentado em sua poltrona quietamente. Embora presentes fisicamente, sua mente estava em outro lugar.

‘Ainda não há nada?’
Assim que acalmou-se, ele expandiu sua consciência tentando descobrir se sua pequena companheira havia retornado para seus aposentos ou ido para algum outro lugar. Contudo, seus poderes não podiam encontrar rastro dela. Mesmo após ela ter se tornado sua companheira, ele não podia encontrar sua presença usando seus poderes, como se ela não existisse. 
‘Isso significa que só posso determinar sua localização pelo cheiro? Não, eu não deveria estar pensando nela agora—’
Apesar de tentar focar em outras coisas, sua mente não podia deixar de pensar nela. Ele estava em profundo conflito. Ele queria mantê-la longe de si mesmo, mas, ao mesmo tempo, queria saber por onde ela andava, no que estava envolvida, com quem estava conversando… 
Pior, Draven não conseguia tirar da mente uma certa imagem — quando sua companheira entrou no salão do conselho parecendo uma verdadeira dama, era como se tudo de repente se encaixasse. 
Seus belos olhos verdes esmeralda roubaram seu fôlego quando seus olhares se encontraram, seu sorriso do qual ele não conseguia desviar os olhos e quando ela murmurou seu nome – Ember Aramis. Seus aguçados sentidos auditivos a ouviram claramente e não puderam negar o tipo de calor que ele sentiu em seu coração. 
Sua companheira tinha seu nome. Ela pertencia a ele e somente a ele. 
Depois de muito, muito tempo, ele tinha alguém que finalmente podia chamar de seu. 
Seus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta. Seu servo pessoal entrou logo depois. 
“Senhor, você tem visitas. A Anciã Leeora e Lady Cornélia estão aqui para vê-lo,” Erlos informou-o. 
Draven acenou para aprovar. 
Leeora e Cornélia cumprimentaram o Rei como o protocolo exige. Draven aceitou com um leve aceno e sinalizou para que se sentassem.

A bruxa de cabelos ruivos foi a primeira a falar. “Vossa Majestade, estou aqui para lhe contar sobre o que descobri acerca da marca que eu vi em Ember durante a última reunião do conselho. Acredito que o senhor irá se interessar em ouvir sobre isso.”

“Prossiga,” ele disse simplesmente. 
“Eu vasculhei inúmeros livros das várias raças residindo em Agartha, mas encontrei apenas um único livro que tem aquele símbolo em particular. Estranhamente, não era um rune mágico nem era um caractere de uma língua antiga — era uma insígnia sagrada relacionada a uma religião humana há muito perdida. Encontrei uma pista entre os livros deixados por Sua Eminência a Monarca. Era um livro cerimonial antigo que pertencia aos humanos.”

Isso despertou o interesse dos outros dois. Draven tinha um olhar pensativo enquanto Leeora perguntava, “Você quer dizer que é um símbolo religioso?”

“Exatamente. Esse símbolo pertence à divindade do fogo que os humanos antigos adoravam. Acredito que milhares de anos atrás, havia várias divindades que os humanos adoravam, e a divindade do fogo é uma delas. Aquela insígnia representa o seu fogo.”

“Aqueles do reino divino já não se importam mais com os mortais. Mesmo durante os tempos de guerra séculos atrás, eu nem mesmo me recordo de qualquer instância onde eles se envolveram nos assuntos dos humanos,” comentou Leeora.

“Isso mesmo. Os humanos adoram deuses, mas os deuses os abandonaram, fazendo com que menos humanos os adorem a cada nova geração. Acredito que até mesmo no continente atualmente, os vestígios das religiões de adoração aos deuses sejam poucos e espaçados. Pelo que ouvi dos nossos viajando para fora de Agartha, não há um único reino humano praticando uma religião nacional mais.”

“Mas então como Ember pode ter esse símbolo? Não é nem uma tatuagem em sua pele, mas um símbolo escondido em sua alma. Ela é claramente de constituição humana….” Leeora não pôde deixar de murmurar. “No entanto, é seguro dizer que essa divindade do fogo é a razão pela qual, mesmo sendo humana, Ember pode usar feitiços mágicos, certo?”

Cornélia assentiu. “Essa deve ser a razão.” Ela então olhou para Draven. “Vossa Majestade, ter uma insígnia divina com ela, seus pais ou seus ancestrais devem ser da religião daquela divindade do fogo. Se aquela divindade uma vez desceu ao reino mortal, é até possível que Ember seja sua descendente. O senhor tem alguma ideia sobre a linhagem dela?”

Draven ponderou por um momento. “Sua mãe biológica morreu devido a um simples envenenamento, então não há como ela ser descendente de uma divindade. Seu pai biológico não é nada além de um humano comum com status real.”

“Algum deles era devoto fervoroso da divindade do fogo?”

Draven franziu a testa. “Lembro de ouvir sobre uma profecia de um oráculo sobre seu nascimento, mas não me incomodei em buscar informações sobre isso.”

“Para aprender mais sobre a singularidade de Ember, acredito que compreender mais sobre a divindade do fogo seja necessário,” explicou Cornélia. “Uma insígnia divina não apareceria em alguém sem razão, já que tudo relacionado aos deuses contém poderes. 
“O Fogo carrega o poder da destruição. Se minha intuição estiver correta, baseado no que vi e nos sonhos de Sua Majestade,  Ember incorpora poderes destrutivos do fogo que parecem estar suprimidos por enquanto. Não sabemos quanto tempo isso vai durar. Se esse poder for desencadeado, não podemos dizer como as coisas vão acontecer e como isso vai afetar ela. O poder que carece de controle é extremamente perigoso. Precisamos ter cuidado e cuidar bem de Ember.”

“Ela é apenas uma criança inocente,” comentou Leeora. 
“Não estou dizendo que ela não seja, mas é mais um motivo pelo qual precisamos orientá-la com cuidado. Imagine, quão assustada Ember ficaria se um dia ela perdesse o controle de seu poder e machucasse outra pessoa por acidente? Quão culpada ela se sentiria?”