A Bruxa Amaldiçoada Do Diabo - Capítulo 103

103: Autoconversa do Draven 103: Autoconversa do Draven Draven voltou para seu quarto, mas mesmo depois de retornar para sua cama, dormir estava fora de questão — sua companheira havia agitado completamente sua mente e seu corpo, dando-lhe dificuldade em suprimir seus impulsos de fazer coisas com ela. 
Ele afastou o cobertor e saiu da cama descalço. O rei inquieto começou a andar de um lado para o outro dentro de seu quarto, franzindo a testa e suspirando de frustração. 
‘Preciso ficar longe dela. Preciso mudá-la para outro lugar,’ era seu principal pensamento, mas ele continuava a se preocupar com algo inesperado. ‘Mas se ela continuar a agir imprudentemente como hoje, como saberei da situação dela a tempo se ela não estiver por perto? A preocupação provavelmente me enlouquecerá.’
Draven massageou levemente suas têmporas.

‘Está bem, vou deixá-la continuar no palácio, mas devo evitar encontrá-la. Não posso me deixar afetar por ela assim, ou não sei o que farei. Posso acabar machucando-a.’
Ele parou de andar enquanto refletia. ‘Preciso encontrar uma maneira de ela nunca cruzar comigo, como se ela não existisse aqui. Ainda bem que o cheiro dela não pode chegar aqui, senão eu teria deixado meu próprio palácio.’ 
Draven se sentiu aliviado, mas no momento seguinte, sua mente teve pensamentos contraditórios. 
‘Por que eu deixaria? Ao invés disso, vou expulsá-la para algum outro lugar. Se os espíritos das árvores de Ronan não podem coexistir com ela, que tal colocá-la com as bruxas? Cornélia vai tratá-la bem.’
Assim que se sentiu satisfeito com seu pensamento, ele mudou novamente. ‘Mas não posso expulsá-la. Droga, ela é minha companheira e se eu expulsá-la, os outros machos…’
Ele apertou os punhos ao pensar neles e lembrou-se de quão irritado ficou quando ela exalava o cheiro de Morpheus. Com o maxilar cerrado, ele decidiu, ‘Não posso expulsá-la. Não posso deixá-la em lugares onde um macho possa se aproximar dela. Mesmo que seja por coincidência ela ter se aproximado ou se tornado amiga de um macho, no momento que eu sentir cheiro de qualquer macho nela, eu posso acabar matando alguém depois de tanto tempo.’ 
‘Ninguém está autorizado a tocar minha companheira.’ Seus olhos se tornaram o tom mais profundo de vermelho, aquele que mostrava a escuridão dentro dele, e sua respiração tornou-se pesada de raiva. ‘Ela é minha.’
O rei infernalmente frio, que dificilmente dizia algumas frases em um dia – e isso raramente incluía mais do que poucas palavras – agora estava murmurando consigo mesmo sem parar. Ainda assim, ele nem sequer percebeu. 
Falando consigo mesmo, ele já havia falado palavras suficientes para pelo menos um mês. 
—–
Na manhã seguinte, Ember acordou se sentindo renovada por uma boa noite de sono, sem saber que por causa dela um certo alguém não conseguiu dormir a noite inteira. 
“Ah, a Senhorita acordou!”

“Ela já está acordada?”

“Bom dia, Senhorita Ember!”

“Dormiu bem, Senhorita Ember?”

“Ei, hoje é a minha vez e da Clio de cuidar da Senhorita. Não sobrecarreguem a Senhorita. Saiam, saiam, vão embora.”

Porque ouviram de Yula e das outras servas que Ember é uma humana tímida, porém simpática, Ember se tornou popular entre as servas do palácio, especialmente as mais jovens. Várias servas tinham checado Ember algumas vezes desde cedo para ver se ela tinha acordado, mas quando descobriram que ela ainda dormia profundamente, ninguém a perturbou. 
No entanto, agora que Ember estava acordada, as duas servas designadas para ela naquele dia imediatamente se curvaram a ela. 
Ember, que estava sentada em sua cama, olhou para elas. Yula as havia apresentado a ela ontem. “Bom dia, hum, Reya e Clio?”

A primeira elfa sorriu. “A Senhorita lembrou-se de nossos nomes!”

“Estou honrada por você se lembrar de nós, Senhorita,” a segunda se curvou educadamente.

Reya e Clio eram ambas Elfos da Lua com cabelos azul-prateados, semelhantes aos de Yula, embora ambas os usassem em um coque alto. Segundo elas, eram primas, com Reya sendo a mais velha e animada, e Clio a mais madura apesar de ser a prima mais nova.

Bem naquele momento, Yula entrou no quarto. “Bom dia, Senhorita Ember. Como está se sentindo nesta manhã?”

“Bom dia, Yula.” Ember se espreguiçou. “Não estou mais me sentindo cansada. Acho que meus ferimentos também não estão doendo tanto.”

“Que bom saber. Deve ser o efeito da poção que você recebeu das bruxas. Em pouco tempo, você estará completamente bem e saudável, Senhorita Ember,” disse Yula com muita felicidade. “Gostaria de se refrescar primeiro? Tenho certeza de que deve estar com fome. ”
Ember assentiu imediatamente. Ela havia parado de pensar por que estava comendo tanto e simplesmente desfrutava ao ser alimentada tão bem. Além do mais, ela estava realmente com fome. 
Deu uma rápida lavada no rosto e trocou de roupa por um vestido simples, animada para começar seu dia onde tinha um plano de explorar cada parte do palácio.

Ember fez uma agradável refeição matinal na sala de jantar e ficou satisfeita com tudo o que comeu. Embora ela amasse o pão que Leeora pessoalmente preparou para ela, os Elfos da Floresta não comem carne, então, nas últimas semanas, Ember se alimentou apenas de pão, frutas e vegetais. Ember pessoalmente preferia a variedade de comidas oferecidas no palácio, que eram mais adequadas ao seu paladar. 
Assim que pensou em sair para começar a explorar o palácio, ouviu Yula falando com as duas servas elfas. 
“Vocês prepararam tudo?”

As duas servas assentiram. “A piscina foi preparada do jeito que você pediu, Dama Yula.”

Yula as ofereceu um sorriso satisfeito e então olhou para Ember. A garota humana havia se levantado de sua cadeira e a mesa de jantar retangular à frente dela estava toda com pratos vazios restantes. 
“Senhorita Ember, por favor, siga-me,” instruiu Yula. 
“Para onde estamos indo?” perguntou Ember, pois ela não era de seguir alguém cegamente. 
Yula manteve aquele sorriso agradável em seus lábios. “Senhorita Ember, preparei uma sessão de cuidados pessoais para você.”

Isso deixou Ember intrigada. “Cuidados pessoais? O que é isso?”