A Armadilha da Coroa - Capítulo 31

31: Frio e Congelante 31: Frio e Congelante “Este é o seu dia de sorte, ‘Meu Rei’. Não se preocupe porque eu não te abandonarei.” Xenia murmurou enquanto fazia o seu melhor para levá-los em segurança, o suor escorrendo por todo o seu corpo enquanto ela atravessava a selva.

Olhando para o céu, ela notou que o sol estava prestes a se pôr, o que significava que ela deveria se apressar para encontrar um local seguro para ela e Darius se esconderem.

Xenia resmungou enquanto procurava por comida e outras coisas que pudessem ser úteis. Por mais que quisesse se afastar por conta própria para ter mais mobilidade, ela não podia simplesmente deixar Darius para trás devido ao feitiço que duraria até de manhã.

Assim, ela não tinha escolha senão pegar tudo de que precisava pelo caminho antes de encontrar um lugar seguro para que ela e Darius pudessem se estabelecer.

“Ah… Veja… É bom que eu tenha tido aquele treinamento com você, Irmão!” Xenia se gabou enquanto caminhava.

“Pai deveria me ver agora… Tenho certeza que posso dizer a ele com orgulho que participar daqueles árduos treinamentos com meu Irmão foi muito melhor e mais instrutivo do que aprender etiqueta apropriada e costura para uma princesa… Droga… Nem vou conseguir aplicar todo esse tédio em situações como essas,” ela disse confiante.

O silêncio tecido em seu entorno começava a incomodá-la, e falar consigo mesma era uma forma de se confortar e se consolar diante das atuais dificuldades que enfrentava.

Realmente, o peso pesado de Darius era demais para o seu corpo delicado carregar. Ela quase podia sentir seus membros adormecerem de tanto esforço!

“Frutas?”

Ela sussurrou para si mesma ao avistar uma árvore frutífera. Parando bem em frente a ela, pegou algumas das frutas e as segurou entre os braços de Darius junto com alguns galhos e folhas secas que conseguiu forragear.

Continuando, seus olhos se iluminaram quando ela avistou uma caverna depois de mais alguns minutos de caminhada.

“Finalmente…”

Puxando o corpo de Darius consigo, Xenia rapidamente seguiu em direção ao abrigo natural. Ela não se importava com o quanto estava cansada no momento. Tudo o que importava era que tinha chegado à caverna e finalmente se libertado do fardo que era carregar Darius.

Ao chegar ao destino, ela olhou em volta e a caverna parecia segura à primeira vista. Xenia quis logo comemorar ao ver outra vantagem na forma de gotas de água pingando de algumas partes das paredes da caverna. Eram boas notícias. Contanto que tivessem água para beber, eles ficariam bem.

Imediatamente, a princesa preparou um local muito melhor para descansarem, deixando Darius deitado em uma posição confortável enquanto ela verificava seus ferimentos e os tratava com algumas das folhas medicinais que havia notado pelo caminho.

Supostamente, lobisomens se curariam por conta própria eventualmente. Mas como Darius foi atingido por uma flecha envenenada, provavelmente levaria um pouco mais de tempo para acordar do que o normal. Se seus cálculos estivessem corretos, então ele provavelmente acordaria por volta do meio-dia de amanhã.

“Bem, isso é um problema a menos, pelo menos…”

Xenia avaliou a situação. Ela estava tremendo muito, mas infelizmente, ela não queria criar um fogo que pudesse denunciar sua localização.

“Ah, isso é insuportável…” ela murmurou alto. Já era ruim estar com frio, mas quando ela de repente ouviu um estrondo de trovão alto, ela só podia xingar para si mesma. Quão azarados eles poderiam ser?

“Ah, por favor… Não se atreva a chover. Você quer que eu morra de frio?” Xenia ofegou enquanto se movia inconscientemente para mais perto de Darius.

Ao tocarem suas peles, ela estremeceu com o calor repentino. Darius estava tão quente que ela inconscientemente se viu tocando seu peito com as palmas das mãos.

Xenia engoliu em seco, piscando surpresa ao olhar para o corpo nu de Darius diante dela. Pelo que ela ouviu dizer, lobisomens tinham corpos naturalmente quentes.

“Ah, talvez eu possa me aconchegar nele. Está realmente frio e congelante,” Xenia murmurou.

Seu corpo estava longe de ser como o corpo de Darius. Ela não aguentava o frio, e já estava sentindo um frio extremo. Certamente, sua temperatura corporal logo cairia se ela deixasse a situação continuar como estava.

Sem mais pensar demais, Xenia rapidamente se deitou ao lado de Darius. Aconchegando-se em seu corpo o mais próximo possível. Ela até gemeu de contentamento ao sentir o calor satisfatório que irradiava dele. Ela não se importava mais com o fato de ele estar nu contra ela, chegando até a mover seu braço para abraçá-lo.

“Ah, isso é melhor do que comer qualquer tipo de comida,” ela suspirou, suas pálpebras ficando pesadas. “Estou tão cansada que tudo o que quero é descansar…”

Lá fora, o estrondo dos trovões continuava a ecoar, com chuvas fortes castigando a área ao redor deles. Pensando na segurança, Xenia proferiu mais um feitiço, lançando o suficiente de uma barreira para servir como defesa e proteção enquanto ela e Darius descansavam.

Porém, o feitiço consumiu quase toda sua energia restante e ela desmaiou.

*****
Enquanto isso, Darius acordou no meio da noite, farejando o cheiro agradável de sua companheira em seu sono profundo. E levando em consideração que era impossível ter mais alguém com ele naquele momento, aquele corpo era definitivamente de Xen.

Já dava para sentir claramente o cheiro intoxicante que o fez perder a mente justo agora. O corpo de Xen sentia-se tão macio, e ele realmente não queria deixá-la ir.

Ele queria abrir os olhos, mover seu corpo, mas não conseguia. O veneno em seu corpo ainda o impedia de fazer muito, e ainda assim ele podia sentir o corpo macio de sua companheira esfregando-se contra o seu. Com a força que lhe restava, Darius puxou o corpo macio para mais perto do seu, abraçando-o com força.

Ele estava apenas contente por ainda estarem juntos assim. Xen não o perdeu. E só com esse pensamento, um belo e contente sorriso apareceu em seu rosto adormecido e permaneceu ali enquanto ele voltava a adormecer profundamente.