A Armadilha da Coroa - Capítulo 121

121: Chega de… beber 121: Chega de… beber Ao contrário do que ela pensava antes, ela não conseguia se controlar…

Apenas o ato de se despir do vestido da noite passada já havia sido um esforço e tanto. Além de manter-se quieta para não alertar Jayra sobre suas ações rebeldes, até mesmo a tarefa de se apresentar apresentável estava fazendo-a suar.

E essa nem era a pior parte.

“O-Oh não… BleUgH-”
Quase imediatamente, Xenia colocou a mão na boca, seu estômago traíra querendo expelir o pouco de água que ela conseguiu engolir mais cedo. Mesmo depois de anos vivendo sua vida, ela nunca imaginou que seria rebaixada tanto apenas por álcool.

Mas, pensando bem, havia um motivo para ela nunca ter bebido demais em primeiro lugar.

‘Droga… Eu não quero vomitar!’
Seus pensamentos aceleraram enquanto seus instintos de lutar ou fugir entravam em ação, seu estômago ainda tentando expulsar seu conteúdo pelo chão enquanto seus olhos buscavam rapidamente o banheiro mais próximo. Ela já podia sentir o gosto ácido da bile e não havia maneira de impedir que tudo saísse agora.

‘Não! Eu posso segurar isso, droga!’
Engolindo com força, Xenia soltou um suspiro cansado enquanto tirava o gosto ácido da boca. O mundo ainda estava girando, mas pelo menos ela conseguiu evitar o pior cenário, que seria arruinar seu quarto fazendo-o cheirar como suas entranhas.

“T-Isto é um desastre…”

Xenia quase queria chorar com a intensa náusea que estava sentindo. Claro, ela poderia pedir ajuda a Jayra, mas ela realmente-
“BLeuGH-”
Sentindo suas entranhas traírem-na mais uma vez, todo vestígio de sua teimosia desapareceu em favor de uma capitulação relutante.

Okay, ela já tinha suportado o suficiente.

“J-Jayra…” Xenia murmurou fracamente, com a boca ainda coberta tentando prevenir-se de vomitar. “A-Ajuda…”

A princesa se encolheu ao perceber o quão fracos eram seus pedidos de ajuda. Sabendo que talvez não fosse ouvida, ela se arrastou em direção ao banheiro privativo de sua câmara. Pelo menos ela deveria- “BLEuGH-”
Não! Não! Ela não iria conseguir! “J-Jayra!”

Arriscando tudo ao gritar por sua amiga, sua garganta ardia com a acidez enquanto ela fazia o seu melhor para adiar o inevitável. Ela só tinha que aguentar mais alguns segundos antes-
“Xenia?! O que você está-”
“A-Ajude-me… por favor…”

Movendo-se rapidamente, Xenia só pôde esboçar um sorriso grato ao sentir Jayra carregá-la para o banheiro privativo de sua câmara. Quando deixou tudo sair, uma parte considerável de sua dor quase evaporou no mesmo instante. Ela poderia se limpar imediatamente também, certificando-se de que todo o suor frio em seu corpo fosse completamente removido.

“Você deveria ter me chamado para isso, sabe,” Jayra suspirou preocupada enquanto ajudava sua princesa a se limpar. “Eu vi Darius entrar mais cedo e pensei que você estava bem.”

“A-Aparentemente, eu não estava bem o suficiente,” Xenia riu fraco. “E desculpe por isso… Eu sinceramente pensei que você iria… bem, tirar sarro de mim…”

“Até eu tenho senso suficiente para não tirar sarro de você se você está sofrendo tanto,” Jayra respondeu brincalhona. “Além disso, Darius me disse que eu deveria te levar de volta à sala de jantar para o café da manhã. Embora, por algum motivo, tenho a sensação de que ele planejava fazer isso antes de ver você.”

Xenia só pôde rir, “Bem, isso obviamente é por causa dessas coisas… no meu ombro… Eu não dei permissão a ele ontem à noite…”

“Ou talvez você tenha dado,” Jayra apontou. “Você só não se lembra.”

Bem, agora ela se lembrava, mas isso era algo que ela planejava manter para si mesma.

“Meu eu bêbado deveria ser diferente do meu s-eu normal,” ela rebateu rapidamente apesar de seu estômago protestante. “Eu… Eu não deveria ser responsável o suficiente… B-BLEU-”
Outro engulho impediu Xenia de terminar seu pensamento. Mas pelo menos Jayra estava lá por ela, enquanto massageava suas costas.

“Calma… Vamos consertar isso logo…”

Xenia só podia esperar que fosse o caso. Ela se encontraria com a Rainha Mãe daqui a poucos minutos e deveria pelo menos estar apresentável para isso.

“Só… Só me ajuda?”

“Claro, milady.”

***
“Eu nunca mais vou beber… álcool…”

Segurando o braço de Jayra para se apoiar, Xenia caminhou em direção à sala de jantar, onde Darius e sua família certamente estariam esperando por ela para aparecer. Ela não sabia quanto tempo havia passado, mas tinha quase certeza de que já estava atrasada.

Bem, pelo menos ela tinha a desculpa da ressaca debilitante.

“Não diga isso,” Jayra riu ao seu lado. “Você terá que beber vinho durante encontros sociais, sabe. Não há como escapar do álcool em nossas vidas.”

“Bem, eu digo que posso viver sem ele…” Xenia fez beicinho em desafio. “Chega de… beber vinho para mim…”

“Guarde esse papo anti-álcool para quando você estiver grávida,” Jayra provocou atrevidamente. “Agora, como monarca, você tem a responsabilidade de beber socialmente pelo bem do seu reino.”

“O que aconteceu com não tirar sarro de mim enquanto estou sofrendo?” Xenia fez beicinho, seu rosto ainda um pouco verde de enjoo. “Eu só não quero me sentir tão mal…”

“Ah, mas e se Darius pedir para você beber com ele?”

A contrapergunta de Jayra fez Xenia quase hesitar. No entanto, ela rapidamente se recuperou e resmungou, “Então ele pode beber sozinho.”

“Continue dizendo isso para si mesma~”
Mexendo a cabeça fracamente, Xenia decidiu contar suas perdas e manter o silêncio. Ainda assim, uma pergunta permaneceu em sua mente. Ela realmente arriscaria ficar bêbada novamente se isso significasse passar mais tempo com Darius? Espera… Por que ela estava até pensando nisso?

“Chegamos.”

Olhando para cima, Xenia sentiu uma pontada mínima de ansiedade ao ver as portas da Sala de Jantar entrarem em seu campo de visão. De alguma forma, uma parte dela estava dizendo que algo grande estava prestes a acontecer atrás dessas portas fechadas.

“Você está pronta?” Jayra perguntou.

“E-Espero que sim,” Xenia murmurou. “Você pode me soltar agora.”

Sentindo o apoio de sua amiga se afastar, seus joelhos vacilaram um pouco enquanto ela se apoiava nas próprias pernas. Reunindo seu foco, ela avançou. Pelo menos, isso permitiu que ela afastasse a pergunta incômoda para o fundo de sua mente sem resposta.

Definitivamente, ela não ia responder isso com um ‘talvez’.